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Entenda até que ponto as sanções a Abramovich prejudicam o Chelsea

Clube não pode fazer transferências, negociar contratos ou vender ingressos e produtos oficiais

Romelu Lukaku, do Chelsea, comemora com os companheiros de equipe Christian Pulisic e Cesar Azpilicueta após marcar o primeiro gol do time durante a partida final da Copa do Mundo de Clubes da FIFA. (Michael Regan - FIFA/Getty Images)

Romelu Lukaku, do Chelsea, comemora com os companheiros de equipe Christian Pulisic e Cesar Azpilicueta após marcar o primeiro gol do time durante a partida final da Copa do Mundo de Clubes da FIFA. (Michael Regan - FIFA/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 11 de março de 2022 às 07h38.

O atual campeão europeu vive uma crise sem precedentes, que passa longe dos resultados em campo, mas pode, em breve, atingi-los. Ontem, em mais uma sanção relativa à invasão russa à Ucrânia o Chelsea viu os bens de seu proprietário, o oligarca russo Roman Abramovich — além de outros seis magnatas acusados de terem ligação com o presidente Vladimir Putin —, serem congelados pelo governo do Reino Unido, o que implicou em uma série de restrições financeiras ao clube.

O congelamento impactou diretamente no processo de venda dos Blues, que teve de ser paralisado. O clube também não pode mais oferecer novos contratos, fazer transferências, vender ingressos ou até mesmo produtos em lojas oficiais.

Como consequência das sanções, o clube viu a empresa de telefonia móvel Three, sua principal patrocinadora, suspender o contrato. A companhia chegou a pedir que o Chelsea retirasse sua logomarca já na partida contra o Norwich, ontem, mas a equipe entrou em campo estampando-a normalmente. Outros patrocinadores podem seguir o mesmo caminho, mas a saída da Three representa a perda de uma receita de 40 milhões de libras anuais.

Enquanto segue atuando e pagando seus funcionários sob uma licença especial, o futuro é nebuloso. Perder a receita de ingressos e venda de produtos oficiais e experiências em dias de partida, um pacote também conhecido como o "matchday" no mundo dos negócios do futebol inglês, foi uma experiência recente e pouco agradável para as finanças dos clubes do país durante ou auge da pandemia da Covid-19, quando as arquibancadas ficaram vazias.

Segundo o próprio Chelsea, no último comunicado financeiro divulgado, as perdas no matchday foram de 86% do ano fiscal de 2019/20 para o de 2020/21, de 54,5 milhões de libras a 7,7 milhões. No comercial, as perdas foram de 10%, de 170,4 para 153,6 milhões. Segundo a imprensa londrina, o clube registrou um prejuízo total de 145,6 milhões de libras (cerca de 956 milhões de reais) um ano depois de ter fechado com lucro de 39,5 milhões.

Investimentos no time

A situação também pode ganhar contornos dramáticos na gestão do futebol. Apesar das perdas e das dívidas de empréstimo acumuladas a Abramovich — que o russo tende a abrir mão — , os Blues mantêm as finanças equilibradas para o funcionamento do clube. Mas tamanhas perdas podem impactar o investimento no futebol, acostumado a altos cifrões desde a chegada do russo, em 2003.

Hoje, o Chelsea tem três jogadores importantes de seu elenco com contrato se encerrando no fim da temporada: os zagueiros Christensen e Rudiger e o capitão Azpilicueta. Saúl, emprestado pelo Atlético de Madrid, também deixa o clube no fim da temporada caso não seja adquirido. Jorginho, Thiago Silva e Kanté são outros que entram em seus últimos anos de contrato na temporada que vem.

Os Blues podem até achar brechas ou reverter a situação, mas as perdas financeiras dos patrocinadores e dessa reta final de temporada devem mexer com o orçamento. No último ano fiscal, o Chelsea investiu 220,8 milhões de libras (1,4 bilhão de reais) em seu elenco, entre transferências e contratos.

— Ainda não sabemos sobre (o impacto) no clube. Ainda estamos em março, temos tempo. É claro, quisemos resolver algumas situação, mas não conseguimos. Não é a situação ideal — admitiu o técnico Thomas Tuchel no início da semana, quando perguntado sobre uma possível venda do clube.

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