Casual

Enfim, o milagre! San Lorenzo vence Libertadores

Clube do Papa Francisco bateu o Nacional (Paraguai) por 1 a 0, e conquistou o torneio de forma inédita

Nestor Ortigoza, do San Lorenzo, comemora o gol que deu o título da Libertadores para o time argentino (Enrique Marcarian/Reuters)

Nestor Ortigoza, do San Lorenzo, comemora o gol que deu o título da Libertadores para o time argentino (Enrique Marcarian/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2014 às 23h32.

Buenos Aires - "Club Argentino Sin Libertadores de América", era o significado que os rivais davam para a sigla CASLA, formada pelo nome do Club Atlético San Lorenzo de Almagro, até esta quarta-feira, quando o tradicional clube argentino bateu o Nacional, do Paraguai, por 1 a 0, e conquistou o torneio de forma inédita.

No estádio Nuevo Gasómetro, em Buenos Aires, o gol do título foi marcado pelo meia argentino naturalizado paraguaio Néstor Ortigoza, cobrando pênalti, aos 36 minutos do primeiro tempo.

A vitória simples valeu a taça já que na ida, em Assunção, o duelo terminou empatado em 1 a 1.

Um grande personagem da saga do "Ciclón" rumo ao título não estava na "cancha" (campo, como dizem os argentinos) e, talvez, nem tenham assistido o jogo: o papa Francisco, torcedor e sócio da equipe.

Durante a decisão, o líder da Igreja Católica voava para a Coreia do Sul, desembarcando enquanto era disputada a etapa final.

Jorge Mario Bergoglio nunca escondeu a paixão pelo San Lorenzo, que em novembro de 2012 agonizava na zona de rebaixamento do Campeonato Argentino. Em março, o arcebispo de Buenos Aires iniciou seu pontificado e o clube passou a viver fase "abençoada".

Menos de um ano depois levantou o troféu de campeão nacional e se garantiu na Libertadores.

No torneio continental, o San Lorenzo venceu seis jogos, empatou quatro e perdeu outros quatro. Além disso, o "Ciclón" foi um verdadeiro carrasco de brasileiros ao longo da competição.

Na fase de grupos foi um dos responsáveis por deixar o Botafogo para trás. Nas oitavas superou o Grêmio e nas quartas o Cruzeiro.

O título do clube de Almagro encerra jejum de cinco anos dos clubes argentinos na Libertadores. A última conquista do país havia sido a do Estudiantes, que superou o Cruzeiro em 2009. O Paraguai, por sua vez, é bi-vice, já que o Olimpia caiu diante do Atlético Mineiro no ano passado.

Curiosamente, este é o terceiro ano consecutivo que o clube sem taças do torneio continental fica com o título. Antes do "Ciclón" e do Galo das Alterosas, o Corinthians foi campeão em 2012.

Nas escalações de hoje, apenas o técnico Gustavo Morínigo, do Nacional, trouxe surpresas, com a escalação do lateral direito Coronel, que era dado como desfalque certo devido problema muscular.

No San Lorenzo, Edgardo Bauza só fez uma mudança inesperada, tirando Fontanini para a entrada do titular Cetto, que voltou de lesão.

Com a bola rolando, o time paraguaio aprontou logo no minuto inicial, demonstrando que não se intimidaria no Nuevo Gasómetro. Na primeira ação ofensiva, Bareiro fez jogada na área, a bola acabou sobrando para Orué, que finalizou na trave de esquerda de Torrico.

Aos poucos, o time da casa começou a se impôr e dominar o rival territorialmente. Chute em gol, contudo, só aos 10 minutos, quando Buffarini recebeu na direita e arriscou de longe, sem acertar o gol defendido por Don.

Apesar da imposição pela técnica, o San Lorenzo seguia menos perigoso que o rival. Aos 17, após boa trama da equipe tricolor, Torales recebeu na entrada da área e soltou uma bomba venenosa, que por muito pouco não resultou em golaço.

A tensão dos donos da casa, que passaram a buscar o ataque com mais cautela, deixou o jogo concentrado na zona central e assim as oportunidades de gol foram desaparecendo no decorrer da primeira etapa.

O panorama foi este até os 34 minutos, quando o árbitro brasileiro Sandro Meira Ricci marcou pênalti em toque de mão de Coronel na área.

Depois de muita reclamação do time visitante, o meia Ortigoza foi partiu para a bola e mostrou muita categoria, cobrando no canto esquerdo de Don, que saltou para o lado oposto, marcando assim seu primeiro gol na competição.

Nos minutos finais da etapa inicial, o Nacional encurralou os anfitriões, apostando ainda nos chutes de lance. Primeiro Benítez e depois Torales tentaram, mas não conseguiram balançar a rede e igualar o duelo decisivo.

As equipes voltaram do intervalo com as mesmas formações, mas com maneiras de jogar distintas. O San Lorenzo adiantou as linhas e passou a pressionar, enquanto o Nacional se mostrava bem mais encolhido do que no primeiro tempo.

Aos 11 minutos, no entanto, o time paraguaio assustou quando Riveros cobrou falta do lado esquerdo de ataque e a bola acabou indo em direção ao gol, passando por todos os jogadores que estavam na área. Torrico, em dois tempos, fez a defesa.

Pouco depois, a final de Libertadores teve seu momento "final de Libertadores", quando Sandro Meira Ricci precisou expulsar um dos gândulas, que atrasava a reposição de bola, atrapalhando a vida do time paraguaio.

Com a vantagem debaixo do braço, o time da casa passou a jogar no contra-ataque, esperando o erro do rival. Aos 27, Romagnoli dominou na região central do campo e acionou Villalba, que disparou pela direita. O meia arriscou de longe, mas não acertou o gol.

Pouco depois, Bareiro teve a melhor oportunidade do Nacional em todo o jogo para igualar o marcador. Após bate e rebate na área, o atacante finalizou praticamente com gol aberto, mas a bola acabou desviando em um defensor e subiu, saindo em escanteio.

Aos 34 da etapa final, Sandro Meira Ricci apareceu outra vez no jogo, desta vez paralisando a decisão. Tudo porque torcedores do San Lorenzo, posicionados atrás do gol defendido por Torrico, iniciaram o lançamento de uma série de sinalizadores. Jogadores do clube argentino precisaram intervir para o duelo recomeçar.

Nos minutos finais, o técnico do time da casa fechou o time, com Kalinski e Kannemann em campo, nos lugares de Villalba e Romagnoli. Gustavo Morínigo, por sua vez, apostou no talismã Santa Cruz, autor do gol de empate no confronto e ida, e Lusardi, nas vagas de Benítez e Melgarejo.

Nenhuma das mudanças trouxe grande impacto e o San Lorenzo teve apenas que esperar o apito final, para soltar o grito de campeão da garganta e calar os rivais, que não poderão mais fazer piadas, afinal, a Libertadores não falta mais na sala de troféus do clube.

Ficha técnica  
San Lorenzo Torrico; Buffarini, Cetto, Gentiletti e Más; Villalba (Kalinski), Ortigoza, Mercier e Romagnoli (Kannemann); Cauteruccio (Verón) e Matos. Técnico: Edgardo Bauza.
Nacional (PAR) Don; Coronel, Piris, Mendoza e Cáceres; Orué (Montenegro), Torales, Riveros e Melgarejo (Lusardi); Benítez (Santa Cruz) e Bareiro. Técnico: Gustavo Morínigo.
Árbitro Sandro Meira Ricci auxiliado por Emerson de Carvalho e Marcelo Van Gasse.
Gol Ortigoza (San Lorenzo).
Cartões amarelos Mercier (San Lorenzo); Coronel Benítez e Mendoza (Nacional).
Estádio Nuevo Gasômetro, em Buenos Aires (Argentina)
Acompanhe tudo sobre:Copa Libertadores da AméricaEsportesFutebolFutebol argentino

Mais de Casual

Brunch em São Paulo: 7 hotéis e restaurantes para aproveitar uma refeição sem pressa

Angelina Jolie vai colocar Ferrari GT 250 à venda em leilão em Paris; veja valor

Fábrica da BMW em SC começará a produzir primeiro carro híbrido plug-in nacional

Hario inaugura espaço gastronômico único no mundo em São Paulo