Litoral paulista: região pode chegar a 96,5% de ocupação durante o Ano Novo (REVO/Divulgação)
Estagiária de jornalismo
Publicado em 23 de dezembro de 2025 às 12h53.
O recesso de fim de ano, as férias escolares, o Natal e o Ano Novo são, para boa parte da população, sinônimos de um ritmo mais lento. Porém, para o setor da hotelaria, esse é justamente o período mais aquecido do calendário.
Apenas no estado de São Paulo, o segmento irá faturar R$ 340 milhões na curta semana entre Natal e Ano Novo. Esse número representa um crescimento de 5% comparado a 2024, quando faturou R$ 323 milhões, de acordo com dados Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares paulista (Fhoresp).
A taxa de ocupação nos estabelecimentos segue a tendência de crescimento, sendo que a expectativa também é superar os números do ano passado.
“É importante destacar que a hospedagem está dentro do trade do turismo, que envolve toda uma cadeia de serviços e de comércio locais. Então, se temos um bom desempenho no setor, ele abre novas vagas de empregos e impulsiona o desenvolvimento econômico e social”, afirma o diretor-executivo da Fhoresp, Edson Pinto.
No contexto paulistano, o Natal representa, para muitos, uma fuga do centro urbano. Em contraste com o trânsito carregado e frenesi nos shopping centers durante o mês de dezembro, a chegada dos feriados traz consigo uma serenidade incomum na capital.
A projeção da Fhoresp, levando-se em conta quatro dias de hospedagem, em média, é de 35% de taxa de ocupação no estado inteiro em 2025 frente aos 32% registrados em 2024.
Cidades do interior, vocacionadas ao lazer e ao turismo de aventura, têm estimativa de ocupação de 72% contra 67% do ano passado. Já o litoral deve repetir o índice de 2024 e ficar em 65%.O fenômeno de "Natal com a família e Ano Novo com os amigos" já é consolidado para o brasileiro, e os dados condizem à tendência.
No Ano Novo, os índices de ocupação da rede hoteleira sobem ainda mais em comparação com o Natal. A virada de ano tem forte apelo no segmento de viagens, e é uma das principais datas para os hotéis. Esse descanso da população urbana, longe de casa, é apenas possível com o trabalho dos moradores de cidades turísticas, em uma certa inversão de calendários.
A região litorânea se destaca. Para "pular sete ondinhas" na virada, os paulistas se deslocam em massa para as praias do estado, fazendo que a ocupação dos hotéis chegue a 96,5% em 2025. O índice no ano passado foi de 92%.
Isso não quer dizer que o litoral é o único destino para o Ano Novo. Nas cidades do interior a projeção é de 88% em 2025, 4% a mais que em 2024.
A própria capital, apesar de esvaziada por quem vai à praia e ao campo, tem seu público. São Paulo chegará a 55% de ocupação no Réveillon, impulsionada por dois eventos tradicionais do calendário paulistano: a Corrida de São Silvestre e o Réveillon da Avenida Paulista. Em 2024, esse índice foi de 51%.
“O levantamento indica aumento na procura da rede hoteleira e, consequentemente, ganhos significativos para o setor nestas últimas duas semanas de dezembro, com a possibilidade de parte deste aquecimento se manter em janeiro de 2026, mês de férias escolares e de alto verão, conveniente para as famílias viajarem”, diz o diretor de Jogos e Hospitalidade da Fhoresp, Bruno Omori.
Ou seja, além do aumento no faturamento, que pode estar ligado a fatores como inflação, há um aumento concreto na ocupação das hospedarias em 2025.
Na avaliação do diretor-executivo da Fhoresp, o Turismo paulista vive um dos seus melhores momentos pós-pandêmico da Covid-19. Entre 2020 e 2022, o setor enfrentou vertiginosa queda em razão das restrições impostas pelas autoridades sanitárias.
Para Edson Pinto, há margem para ainda mais crescimento: “Após a pandemia do Novo Coronavírus, muitas pessoas inverteram suas prioridades e colocaram as viagens em primeiro plano. O Brasil e o estado de São Paulo estão se consolidando como grandes potências e polos de Turismo e de investimentos."