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Edgar Scandurra abre o closet para falar de sua moda

O guitarrista prefere peças que se ajustam bem ao corpo e não tem medo de misturar um casaco clássico, bem-cortado, com algo estampado ou coloridão

Edgar Scandurra: "Não me preocupo muito em definir (meu estilo). Às vezes coloco uma camisa verde com uma calça verde e estou monocromático e clean" (Amilcar Packer)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2012 às 10h30.

 <strong>O que te inspira na hora de colocar uma roupa?<br>
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Tenho uma influência tanto musical quanto estética dos anos 1960. Meu irmão mais velho tocava em uma banda e eu absorvi a referência dos ternos e jaquetas bem-cortados, mais slim fit. Não tinha essa coisa de roupa larga. Hoje, aos 50 anos, percebo que os ternos se encaixam melhor. Agora preciso pensar em uma maneira de usá-los sem parecer executivo.

Como define o seu estilo?

Não me preocupo muito em definir. Às vezes coloco uma camisa verde com uma calça verde e estou monocromático e clean. Depois posso usar uma calça estampada com uma camiseta lisa e tudo bem. Gosto também de peças atemporais.

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De que marcas você gosta?

Tenho uns ternos da última turnê do Arnaldo Antunes escolhidos pelo Marcelo Sommer e também um acervo pessoal, que vai de Pepe Jeans, Doc Dog, Fred Perry, Surface to Air a Zegna – um investimento.

Você preza por qualidade ou mais pela estética?

Gosto de qualidade! Até parei um pouco de comprar roupa porque tenho muitas peças atemporais, de mais de 10 anos, como um casaco do Helmut Lang. Toda vez que eu uso me perguntam de onde é. Esse é o segredo: investir em peças boas, com a sua cara, que não vão sair de moda. Antes eu tinha a mania de comprar uma roupa por semana para fazer show, com isso acabei garimpando muitas coisas boas. Hoje, penso um pouco mais antes de comprar.


Xadrez no closet de um roqueiro é obrigatório?

O xadrez é legal. Mas às vezes saio com músicos mais jovens e todo mundo está de camisa xadrez. Isso me incomoda um pouco.

Qual foi a maior contribuição do rock ao guarda-roupa masculino?

A jovialidade, a vaidade e uma maior variação nas roupas. O rock permitiu que o homem assumisse a vaidade. As bandas foram tentando se destacar visualmente e se identificando com vários estilos. A roupa ganhou uma característica de tribo, uma identidade que foi se cristalizando, se criando em torno do artista, revelando seus pensamentos, seu jeito de ser. O rock é acima de tudo liberdade.

Na música, quem você admira pelas roupas?

O Beck tem um jeito despojado, Nick Cave é classicão mas imprime um charme. O David Bowie sempre teve uma preocupação visual e passou por várias fases. Gosto também do corte das roupas do The Who.

Você aconselhava seus ex-companheiros de banda sobre o que vestir?

Sim, sempre fui atrás de novidades e dava meus pitacos. Quando veio a música eletrônica, fui investigar roupas tecnológicas, com uma estética mais esportiva. Fiz todo mundo usar. Depois que o Ira! acabou, aí fiquei mais na minha.

Existe alguma peça de que você não gostava e depois acrescentou ao seu guarda-roupa?

Eu tinha uma certa resistência com chapéus, mas depois superei. Hoje em dia tenho alguns modelos. Comprei um Panamá para o meu pai e ele não gostou muito, acabei ficando com a peça para usar na praia. Tenho uma admiração pelo Maurice Plas, alfaiate francês que se especializou em chapéus. Ele faz modelos sensacionais, que me dá vontade de ter.

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