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Design volta ao minimalismo zen graças à crise

Este movimento em direção "ao essencial" se reflete na busca "dos objetos de que realmente necessitamos ao nosso redor para viver", disse Elizabeth Leriche

Feira Maison et Objet em Paris: o objetivo é eliminar "o inútil", propor objetos que "aspiram à transparência e deixam lugar para o espaço vazio" (©AFP / Jacques Demarthon)
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Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2012 às 17h56.

Paris - O design de interiores, setor em crescimento em todo o mundo, vai se voltar nos próximos anos para o minimalismo, mais zen, devido à crise e à necessidade de ir ao encontro de outros padrões de consumo, dizem os profissionais em Paris, uma das capitais do design mundial.

Este movimento em direção "ao essencial" se reflete na busca "dos objetos de que realmente necessitamos ao nosso redor para viver", disse Elizabeth Leriche, especialista que tem como missão desvendar as tendências e os novos rumos do design .

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Essa busca por linhas apuradas é o fio condutor de uma exposição intitulada "Minimum", que Leriche organizou para a Maison et Objets, grande feira parisiense dedicada ao design de interiores, que abre a Semana do Design, expondo até domingo centenas de marcas e obras de criadores internacionais.

"Em nossa sociedade de consumo de massa, queria explorar a ideia de que se pode viver sem tantas coisas", explicou Leriche em entrevista à AFP. "Trata-se de encontrar uma maneira de viver mais leve, sem excessos, mais livre de objetos". Sua proposta de "voltar ao essencial" vai contra a do "bling bling", luxo ostentoso que entra em choque, em sua opinião, com o ambiente de crise que vive o mundo.

Para a mostra, esta "descobridora de tendências" expõe objetos sóbrios, sugeridos somente por linhas e feitos com pouco material, como uma cadeira geométrica ou um sofá em acrílico, quase transparente, obra de um criador japonês.

O objetivo é eliminar "o inútil", propor objetos que "aspiram à transparência e deixam lugar para o espaço vazio". Objetos que respondem à "outra maneira de consumir, mais sustentável para o planeta", diz Leriche.

"Mas quero combater a ideia de que o minimalismo é frio. Quando se fala de minimalismo, temos medo que seja só branco e preto, austero. Ao contrário, há objetos minimalistas muito sensuais", disse, mostrando um sofá com degradê do laranja florescente ao branco.


Segundo François Bernard, outro caçador de tendências no design mundial, é na "época de grandes convulsões" econômicas e sociais que se produz uma "explosão de criatividade".

Hoje, com a crise, "estamos no coração" de uma dessas épocas, disse Bernard, cuja exposição gira ao redor dos "Elementos": Terra, Ar, Fogo, Água, que inspiram "objetos contemplativos, zen".

"No século XXI já produzimos tantos objetos, tantas mesas, cadeiras, pratos, que os designs se perguntam o que mais podem fazer". Um dos eixos do "design do amanhã", segundo Bernard, é a criação de objetos "que provocam emoção, poesia".

Não há espaço, nesta tendência, para "animais, tecidos estampados com flores, folhas", disse Bernard, que selecionou objetos que "falam à alma", como uma cúpula de luminária que recria o efeito da luz que desliza entre as folhas. "Objetos que nos provocan emoções, que evocam momentos felizes", disse.

Estes são alguns sites onde pesquisar alguns dos objetos que antecipam o futuro do design mundial segundo especialistas de Paris: Paris design week, Maya Selway, Rongilad, Tina Frey Designs, A + A Cooren, Tokujin e Azambourg.

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