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Dá para viajar com carro elétrico? Nós provamos que sim

Veja nossas dicas para um roteiro possível que fizemos a bordo do Audi e-tron Sportback

Desempenho: SUV faz de zero a 100 km/h em 5,7 segundos (Audi/Divulgação)

Desempenho: SUV faz de zero a 100 km/h em 5,7 segundos (Audi/Divulgação)

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Gabriel Aguiar

Publicado em 13 de agosto de 2021 às 16h15.

Última atualização em 13 de agosto de 2021 às 16h45.

Já não é estranho considerar um carro elétrico para a garagem: o segmento vende como nunca – ainda que, no primeiro semestre deste ano, tenham emplacado apenas 732 unidades. E existem opções para (quase) todos os bolsos, como o JAC E-JS1, modelo mais barato da categoria, e o Porsche Taycan, atual líder. Mas dá para viajar com um veículo desses? Para descobrir, escolhemos o Audi e-tron Sportback.

Carro elétrico para viajar

Com dois motores, o utilitário com estilo cupê oferece 408 cv de potência e 67,7 kgfm de torque. Esses números são suficientes para garantir o desempenho próximo a de modelos esportivos. Mas, no caso de pegar estrada, é a autonomia de até 446 quilômetros no ciclo WLTP, mais próximo das situações reais de uso, que realmente chama a atenção da clientela. E o mérito é da bateria de 95 kWh.

Na lista de equipamentos, estão incluídos todos os itens esperados pela fatura de 644.990 reais: piloto automático adaptativo; faróis de LED com luzes dinâmicas; bancos com aquecimento e ventilação para quem está na primeira fileira; teto de vidro panorâmico; rodas aro 21; chave presencial com partida por botão; ar-condicionado com quatro zonas de temperatura; câmera 360°; e som da grife Bang&Olufsen.

Para quem procura mais exclusividade, há também diferentes pacotes de opcionais, como visão noturna (21.000 reais); capa de fibra de carbono para retrovisores (6.000 reais); cores exclusivas (37.000 reais); e câmeras no lugar dos espelhos externos (15.000 reais). Na unidade avaliada pela EXAME, havia todos os itens. E, sinceramente, valem esse investimento – principalmente na futurista substituição dos espelhos.

Sensação ao dirigir

Para quem procura emoção, o e-tron S Sportback promete acelerar até 100 km/h em 5,7 segundos. Mas foi a comodidade que me conquistou: não existe praticamente nenhum ruído na cabine e, para ter ideia, dá para ouvir detalhes que seriam imperceptíveis, como o vento pela carroceria ou a rolagem de pneus. Com todas as babás eletrônicas ativadas, o SUV é capaz até mesmo de acelerar, frear e esterçar sozinho.

Como existem diferentes modos de condução, o utilitário parece pensado para agradar todos os clientes em potencial. Na opção mais confortável, todas as respostas são mais lentas, como se estivesse a bordo de um sedã de luxo. Mas basta ativar o modo Dynamic para a suspensão ficar mais firme (no ponto ideal para rodovias e estradas sinuosas) e o acelerador responder com entusiasmo ao mínimo toque no pedal.

Claro que esse não é um carro de corrida. Se essa for sua intenção, talvez seja melhor levar um RS e-tron GT. Só que, considerando a proposta familiar, é surpreendente a capacidade desse grandalhão divertir quem está ao volante. Prova disso é que a tecnologia realmente trabalha a favor do motorista, direcionando a força do motor às rodas de maneira coordenada para garantir a máxima aderência e mais agilidade.

Roteiro perto de São Paulo

Existem plataformas para indicar pontos de recarga – como, por exemplo, o aplicativo PlugShare. Só que, no caso deste roteiro, havia uma única diretriz: encontrar opções suficientemente próximas para dispensar qualquer parada para reabastecimento durante o trajeto. Afinal, nem sempre um viajante está disposto a acrescentar 30 minutos para carregar de 5% a 80%, pois isso depende de supercarregadores públicos.

Então, saindo de São Paulo (SP), o destino deveria levar até 1h30 da capital, justamente para não correr o risco de ficar pelo meio do caminho (e sem chance de continuar viagem após o resgate com um galão de combustível). Sendo assim, escolhemos São Roque, que está a menos de 70 quilômetros de distância e pode ser acessada por duas rodovias, Raposo Tavares ou Castelo Branco, dependendo da preferência.

Hotel para toda a família

Hotel Villa Rossa Loft São Roque

Villa Rossa: lofts acomodam até cinco pessoas (Villa Rossa/Divulgação)

E, para quem planeja a programação com família – talvez motivada pelo bom espaço para cinco pessoas ou pelos 615 litros divididos em dois porta-malas –, uma das opções da região é o Villa Rossa, hotel com cinco estrelas que oferece desde programação para crianças até campo de golfe com nove buracos. Não há pontos de recarga para carros elétricos, mas dá para utilizar tomadas convencionais para abastecer.

Em relação à acomodação, há desde apartamentos até lofts, como são chamadas as casas para até cinco pessoas, com direito a lareira e piscina privativa. E essas opções estão em uma área à parte, a quase 250 metros do centro do hotel, que inclui 18.000 m² de espaço pet friendly e restaurante próprio. Mas todos os hóspedes têm livre acesso a todas as atrações (somente stand de tiro e spa da Natura são cobrados).

Em meio à pandemia da covid-19, o espaço recorreu à Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein para garantir que todos os protocolos de segurança sejam seguidos. Por isso, há profissionais de saúde em diferentes áreas do hotel, como restaurantes e piscina, sempre atentos ao cumprimento das regras de prevenção. Esses cuidados renderam ao Villa Rossa um selo de segurança do próprio hospital.

Atrações pela região

Vinicola Goes

Vinhos: Vinícola Góes permite passeios às plantações e barris (Vinícola Góes/Divulgação)

Os vinhedos do interior de São Paulo talvez não sejam tão reconhecidos quanto na serra gaúcha, só que o Roteiro do Vinho, em São Roque (SP), já tem atrações suficientes para valer a viagem. E, bem além dos grandes produtores, que oferecem a bebida a preços atrativos, há também programações que incluem a visita aos parreirais, degustação de uvas, colheita sob a luz do luar e até mesmo passeios com bicicletas.

No caso da Vinícola Góes, a produção começou de maneira artesanal há mais de 100 anos, apenas para o consumo na região. Mas foi apenas em 1938 que o negócio começou a tomar forma – e, deste então, incorporou até mesmo vinícolas sul-rio-grandenses à empresa. No complexo, que inclui restaurantes, bar e lojas, também é possível participar de cursos de degustação e visita aos centenários tanques de vinho.

E existe até uma opção para quem gosta de esportes de aventura, ainda que seja necessário prolongar a viagem em quase uma hora: a represa de Ibiúna, que oferece aulas de wakeboard e wakesurf (ambos os casos feitos com lanchas alugadas no próprio local). Mas vale a dica: evite os dias frios. E, não bastasse o contato com a natureza, ainda é possível visitar a Instagramável barragem da Represa de Itupararanga.

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