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Cruzeiros apostam em testes repetidos e isolamento na retomada

A operadora de cruzeiros de aventura Lindblad Expeditions acha que descobriu a fórmula do cruzeiro seguro durante a pandemia

Viagens na pandemia: a operadora de cruzeiros de aventura Lindblad Expeditions acha que descobriu a fórmula do cruzeiro seguro durante a pandemia: proteger os passageiros em uma bolha móvel de proteção contra o vírus (Henrique Casinhas/Getty Images)

Viagens na pandemia: a operadora de cruzeiros de aventura Lindblad Expeditions acha que descobriu a fórmula do cruzeiro seguro durante a pandemia: proteger os passageiros em uma bolha móvel de proteção contra o vírus (Henrique Casinhas/Getty Images)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 21 de agosto de 2020 às 13h00.

A operadora de cruzeiros de aventura Lindblad Expeditions acha que descobriu a fórmula do cruzeiro seguro durante a pandemia: proteger os passageiros em uma bolha móvel de proteção contra o vírus, do início ao fim. Segundo o presidente Sven Lindblad, os passageiros não apenas viajarão juntos, mas ficarão quarentenados no mesmo hotel, isolados por tempo suficiente para obter dois testes negativos para Covid-19 antes de embarcar. A empresa espera reiniciar os cruzeiros pela Antártica já em novembro.

A Lindblad não é a primeira empresa de cruzeiros a reiniciar as operações, mas tem a abordagem mais completa. Em meados de julho, a norueguesa Hurtigruten achava que conseguiria voltar a navegar com segurança, mas seus procedimentos de saúde entraram em colapso imediato. Após duas viagens pelo Ártico com 400 pessoas e uma semana de duração, dezenas de tripulantes e passageiros testaram positivo para o vírus.

A MSC Cruises, por sua vez, retornou ao Mar Mediterrâneo em 15 de agosto, após exigir que todos os viajantes fizessem teste de swab logo antes do embarque. Ainda não se sabe o resultado disso.

Como organizadora de expedições, a Lindblad tem vantagens para conseguir o funcionamento de bolhas sem vírus. Sua frota de 10 pequenos navios é voltada para locais imaculados e com poucos habitantes, minimizando (ou mesmo eliminando) a necessidade de interação humana nos vários portos de escala.

O plano da Lindblad é exemplificado pelo imaginário casal Smith, que deseja fazer um cruzeiro na vida para ver pinguins, baleias e paisagens geladas na Antártica.

Cinco dias antes de saírem de casa nos EUA (por razões logísticas, os cruzeiros só estarão disponíveis inicialmente aos americanos), os Smith serão obrigados a fazer um teste de swab nasal PCR em sua cidade. Supondo que o resultado seja negativo, eles então viajariam para um ponto de partida em algum estado continental do país, onde fariam outro teste para Covid-19 logo na chegada.

O casal passaria uma noite obrigatória em um hotel designado, jantaria no quarto e ficaria isolado de seus companheiros de viagem enquanto aguarda os próximos passos.

A realização do segundo teste antes de o casal se juntar ao grupo elimina falsos negativos, explica David Lorber, consultor médico da Lindblad. E a quarentena entre os dois testes significa que qualquer portador do vírus não terá interagido com outros passageiros.

Com as verificações de saúde em ordem, o casal Smith seria transportado em uma van cuidadosamente higienizada para se juntar a seus companheiros de viagem em um voo fretado particular para Ushuaia, na Argentina, onde seu navio para a Antártica os aguarda. Em geral, os custos não serão afetados pelos voos privativos, que sairão pelo mesmo preço de um voo comercial ou apenas um pouco mais caros. Cada aspecto da viagem do grupo seria rigidamente controlado. O governo argentino precisaria abrir as fronteiras aos americanos para que as viagens prossigam. O mesmo protocolo se aplica à tripulação.

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