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Conheça os dez finalistas do World Class Brasil

Etapa brasileira do maior torneio de coquetelaria do mundo estimulou competidores a criar drinques com diversos rótulos do portfólio de bebidas da Diageo

World Class Brasil: drinks levam rótulos do portfólio da Diageo, como Johnnie Walker Black Label, Ketel One, Tanqueray N°TEN e The Singleton (Rubens Kato/Divulgação)
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Publicado em 23 de abril de 2021 às 17h30.

Última atualização em 26 de abril de 2021 às 12h25.

Faltam poucos dias para a final brasileira da maior competição de coquetelaria do mundo, o World Class. Organizado pela Diageo, líder mundial em destilados premium, o concurso foi o trampolim para bartenders hoje renomados, como Gabriel Santana, Diogo Sevilio, Kennedy Nascimento e Marquinhos Félix, para citar alguns dos vencedores da etapa nacional. A final, que irá definir o “Melhor Bartender do Brasil”, está marcada para a próxima segunda-feira, 26.

Convém lembrar que no ano passado, por motivos óbvios, o World Class foi suspenso no mundo todo — mais de 60 países participam. A disputa foi retomada em 2021 e abriu novas oportunidades em formato digital.

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A final terá o bartender embaixador do World Class Brasil Kennedy Nascimento como apresentador e comentários de Ivan Padilla, editor-chefe da Casual EXAME. O vencedor da etapa nacional estará automaticamente dentro da final global, que ocorrerá, virtualmente, entre os dias 4 e 8 de julho. A de 2019, organizada em Glasgow, na Escócia, foi vencida por Bannie Kang, de Singapura. Conheça os brasileiros que estão na disputa pelo troféu brasileiro e pela vaga na final mundial.

Conheça os dez finalistas do World Class Brasil

Ana Paula Ulrich Palácio Tangará, São Paulo (World Class/Divulgação)

Ana Paula Ulrich

Quem comanda as coqueteleiras do suntuoso hotel Palácio Tangará, em São Paulo, é a bartender Ana Paula Ulrich. Instada a apontar quem lhe serviu de inspiração para chegar à final da etapa brasileira do torneio responde o seguinte: “Mulheres comuns que quebram padrões e fazem história graças ao comportamento disruptivo”.

O drinque que criou para a competição é o Disruption, união de uísque Singleton, vinho branco de colheita tardia e cordial de maçã com baunilha. “Participar do World Class equivale a elaborar um TCC: é preciso desenvolver um projeto de design que favoreça a experiência do usuário, pensar em gestão de marca, na logística e na viabilidade das receitas”, resume ela, ex-bartender do restaurante Tessen, em São Paulo.

Benício Calaça, Zimbro Bar, Goiânia (World Class/Divulgação)

Benício Calaça

O que o bartender mais aprendeu ao longo da atual edição do World Class Brasil? “A controlar as emoções e a agir com a razão. E a aplicar a melhor técnica em cada desafio”, responde Calaça, que comanda o Zimbro Bar, em Goiânia. “As fases foram muito distintas e exigiu-se um amplo conhecimento em busca da melhor criação”, emenda, resumindo o desenrolar do torneio. “A ansiedade pode atrapalhar muito o desempenho do competidor e seu rendimento. E o maior desafio é saber lidar com as próprias emoções para entregar um bom trabalho”.

Ele chegou à final com um drinque que batizou como O Equilibrista. Mistura uísque Singleton, Jerez e óleo saccharum de laranja. A sugestão do bartender é harmonizar o coquetel com chocolate com 61% de cacau. Aos interessados em trilhar o mesmo caminho que o dele, deixa o seguinte conselho: “Tentem. Se não tentarem nunca saberão quais são suas deficiências nem conseguirão evoluir”.

Bianca Lima, Wills Bar, Porto Alegre (World Class/Divulgação)

Bianca Lima

Liberté. Eis o nome do drinque que abriu as portas da final do World Class Brasil para Bianca Lima. A bartender do Wills Bar, localizado em Porto Alegre, criou o coquetel com uísque Singleton, vinho rosé, licor de cerejas e uma flor de hibisco desidratada como decoração. “Que possamos libertar nossos pensamentos e voar em direção aos nossos sonhos”, escreveu ela na carta de apresentação do drinque.

“O mais importante que aprendi no World Class é que não sou maior do que nenhum dos outros competidores. Todos nós crescemos e aprendemos muito uns com os outros, e essa troca é muito gratificante”, afirma. Quer disputar futuras edições do torneio? Anote o seguinte conselho da bartender: “Não espere estar pronto para disputar o World Class. Você será forjado no decorrer da competição, e com os desafios e a troca de experiências verá sua vida profissional se aprimorar muito”.

Cristiano Rodrigues Faria, Origem 75, Vinhedo (World Class/Divulgação)

Cristiano Rodrigues Faria

Quem responde pela seção etílica do cardápio do Origem 75, restaurante de comida orgânica situado em Vinhedo, no interior de São Paulo, é o bartender Cristiano Rodrigues Faria. Sobre a competição da qual é finalista afirma o seguinte: “O World Class não se preocupa se você está em evidência na mídia e sim o profissional que você é, independentemente de classe social, cor de pele etc.”.

Convidado a listar suas fontes de inspiração para chegar aonde chegou cita os mixologistas Márcio Silva, Kennedy Nascimento, Spencer Amereno Jr., Gabriel Santana e Rafael Mariachi. “São os bartenders que mais admiro no Brasil e que tenho como mestres”, explicou.

 

Gustavo Lima Guedes, SouthSide, Brasília (World Class/Divulgação)

Gustavo Lima Guedes

Foi depois de assistir a filmagens da edição de 2013 do World Class que Gustavo Lima Guedes resolveu enveredar pelo ramo da coquetelaria. Chega à final da etapa brasileira pela terceira vez, desta vez com a ajuda de um drinque batizado com o nome de Mary Symon (1863-1938), poeta escocês nascido em Dufftown. É onde fica uma das destilarias do uísque Singleton, a base do coquetel. Guedes também utiliza xarope de pecans com mel, licor de ervas e uma cereja decorativa no palito.

O que recomenda para futuros postulantes ao World Class: “Não dê um passo maior do que a perna. Antes de elaborar coquetéis supercriativos e autorais, saiba fazer os clássicos e entenda a fundo os princípios de criação”. Gustavo aproveita para dizer o que achou da competição até aqui. “O momento atual e a semifinal supercompetitiva ensinaram fundamentos incríveis sobre engarrafamento e conservação de coquetéis”, resume. “Todas as edições do World Class nos fazem sair da caixinha e pensar de maneira criativa e inovadora.”

 

Marco 'Padim' Ruiz, Amiiici Lounge, Sorocaba (World Class/Divulgação)

Marco 'Padim' Ruiz

"Um drinque nunca é simplesmente um drinque", diz o bartender Marco 'Padim' Ruiz, que comanda o Amiiici Lounge, em Sorocaba. Guarida, o coquetel com o qual se cacifou para disputar a final do World Class Brasil, mistura uísque Singleton, fernet e um inusitado xarope de tabaco e mel. A inspiração para crescer no universo da coquetelaria ele diz tirar do cinema, da música e da gastronomia. Mas não só. “Tenho muito carinho e respeito pelo estilo de vida do interior, que também acaba sendo uma grande inspiração”, explica.

Para quem for tentar a sorte nas próximas edições do torneio da Diageo, Ruiz deixa duas dicas. A primeira: “Mesmo que você ainda não se sinta totalmente pronto, confie em si próprio. Dê as caras e se jogue no processo.” A segunda recomendação: “Seja paciente e persistente, pois a gente sempre sai melhor de uma competição como essa”.

 

Ricardo Alexandre Leal de Souza Cinza Company, Santos (World Class/Divulgação)

Ricardo Alexandre Leal de Souza

Sláinte. O bartender Ricardo Alexandre Leal de Souza recorreu à tradução de “saúde” em gaélico, o ancestral idioma escocês, para batizar o drinque que o colocou na final brasileira. Mandachuva do Cinza Company, em Santos, ele prepara o coquetel com uísque Singleton, cachaça, bitter infusionado com caju e uma folha de centeio.

“Trabalho com coquetelaria há 16 anos e nunca utilizei ao máximo tudo que sei como nesta edição do torneio”, diz Souza, cujo codinome no Instagram é Off He Goesss. “O que ninguém sabe sobre o World Class é que no final os bartenders viram uma família, na qual todo mundo ensina e aprende. O aprendizado é frequente e além disso somos coroados como os melhores bartenders”.

Jairo Gama, Vista/Obelisco, São Paulo (World Class/Divulgação)

Jairo Gama

Na cobertura do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, localizado dentro do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, o restaurante Vista e o bar Obelisco, dos mesmos donos, oferecem uma vista de tirar o fôlego e comidas criadas pelo chef Marcelo Corrêa Bastos, à frente também do Jiquitaia. A responsabilidade de criar drinques à altura disso tudo recai sobre os ombros do bartender Jairo Gama, um dos dez finalistas do World Class Brasil.

Faltou contar que o prédio do MAC-USP foi projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. É quem Jairo cita como inspiração para chegar à final da etapa brasileira da competição. Não à toa, o coquetel que o levou até lá foi batizado com o sobrenome do arquiteto. Leva uísque Singleton, vermute tinto e licor de cereja. “Tive a ideia de criar esse drinque ao ler a seguinte frase de Niemeyer: ‘Minha preocupação sempre é fazer uma coisa diferente, que provoque surpresa’”.

 

Ricardo Antonio Fuenzalida Peña, Cocktail Channel, São Paulo (World Class/Divulgação)

Ricardo Antonio Fuenzalida Peña

“Dizem que nossa vida é regida por três pilares fundamentais: fé, sonhos e persistência”, diz o bartender Ricardo Antonio Fuenzalida Peña, à frente do Cocktail Channel. “E hoje entendo que os coquetéis também são compostos de três pilares fundamentais: aroma, sabor e equilíbrio”.

Tá explicado o conceito por trás do drinque que o colocou entre os finalistas da etapa brasileira do World Class. Batizado de 3 Pilares, é uma versão inventiva do clássico Rob Roy. Leva uísque Singleton, bitter de laranja e vermute bianco infusionado com maçã, camomila e mel.

“A competição permite que você coloque todo o seu conhecimento em prática e te leva ao limite da criatividade”, avalia Peña. “E pensar em cada desafio proposto faz com que você saia da zona de conforto e mergulhe na criatividade para surpreender os juízes”.

Ricardo Barrero, Embaixador da London Essence, São Paulo (World Class/Divulgação)

Ricardo Barrero

O que confere cor, aroma, personalidade e, por que não, alma ao uísque? Os barris, claro, nos quais a bebida descansa por anos e anos. Ciente disso tudo, o bartender Ricardo Barrero, embaixador da London Essence, resolveu criar um drinque para homenageá-los, o Single Soul. À base de uísque Singleton, Jerez e bitter incrementado com coco, o coquetel o colocou na final do World Class Brasil.

Qual foi o principal legado deixado pelo torneio até aqui? “Acreditar nas minhas intuições”, responde. “E não me deixar levar pela opinião do outro e valorizar um pouco mais o meu conhecimento”. Alguma dica aos interessados em disputar futuras edições da maior competição de coquetelaria do mundo? “Lembre-se que menos é mais.

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