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Conheça o restaurante que buscou inspiração em artistas brasileiros (em Portugal)

Cícero Bistrot tem forte ligação do Movimento Modernista e homenageia pintor pernambucano exilado em 1937

Decoração tem obras do acervo pessoal do dono (Cícero Bistrot/Divulgação)

Decoração tem obras do acervo pessoal do dono (Cícero Bistrot/Divulgação)

GA

Gabriel Aguiar

Publicado em 8 de junho de 2022 às 19h09.

Última atualização em 9 de junho de 2022 às 01h49.

É verdade que Paulo Dalla Nora Macedo fez carreira no mercado financeiro. Mas o brasileiro decidiu apostar em outro setor: o restaurante Cícero Bistrot – que também marca a mudança do empresário para Portugal. É verdade que a cozinha inspirada na culinária francesa (e ingredientes levados daqui) promete ser destaque, só que não perder para a decoração dedicada ao Modernismo.

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“Nosso país, como marca, sofreu uma das maiores desvalorizações da sua história, especialmente na Europa. Nosso nome remetia a emoções positivas, o que hoje não acontece. Acabamos associados à intolerância, ao desrespeito ao meio-ambiente e ao mal gosto de forma geral. Mas esse ciclo parece que se esgotou. Vamos buscar o retorno classe de países queridos”, diz o restaurateur.

Paulo Dalla Nora Macedo

Paulo Dalla Nora Macedo: do mercado financeiro para a gastronomia (Cícero Bistrot/Divulgação)

E as raízes artísticas brasileiras aparecem até no batismo, em homenagem ao pernambucano Cícero Dias, pintor que deixou o país em 1937 (após ser perseguido pelo Estado Novo) para viver em Paris, onde ficou até a invasão alemã na Segunda Guerra Mundial, quando mudou para Lisboa. Outra fonte de inspiração foi a parisiense Marianne Peretti, a única mulher na construção Brasília.

No salão do Cícero Bistrot estará uma coleção de obras originais – parte do acervo do próprio Paulo Dalla Nora Macedo e que foram adquiridas ao longo de 25 anos – assinadas por artistas como Bruno Vilela, Felix Farfan, João Câmara, Kilian Glasner, Lula Cardoso Ayres, Samico e Sidnei Tendler, além de os dois principais inspiradores. Por sua vez, o Modernismo serviu de referência até para tons da decoração.

No cardápio, aparecem desde o pão de queijo, servido como parte do couvert (8 euros) até o lombo de atum com alcaparras em flambé de Porto branco com cremoso de batata doce laranja (33 euros). “Nós apresentamos o azeite de dendê a ele e ele criou uma moqueca desconstruída, de carabineiro, que está no cardápio como o prato principal – e é vendido por 48 euros”, diz Macedo.

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