Com inovações, algumas empresas de viagens sobrevivem à pandemia
A Broadway pode estar fechada até 2021 em Nova York, mas ainda é possível contar com atores que servem como guias
Daniel Salles
Publicado em 9 de novembro de 2020 às 16h37.
Última atualização em 9 de novembro de 2020 às 18h25.
Em janeiro, a plataforma de viagens de experiências Peek comemorou US$ 1 bilhão em reservas desde sua fundação em 2012. Mas então surgiu o coronavírus. Ruzwana Bashir, fundadora da startup com sede em São Francisco, diz que os negócios desaparecerem da noite para o dia. “Em abril, estávamos em zero”, afirma. “Com os EUA em lockdown, as pessoas não podiam experimentar nada. Tudo parecia terrível.”
Depois dos turbulentos meses da primavera e início do verão no hemisfério norte, Bashir agora conta uma história diferente. Seu negócio é uma das poucas empresas de viagens que estão crescendo; em julho, a Peek registrou US$ 50 milhões em reservas e continuou a bater recordes de vendas mensais desde então, em meio à demanda por maneiras empolgantes de explorar destinos próximos.
Os poucos segmentos que mostram desempenho positivo no setor de viagens oferecem esperança de uma recuperação e a possibilidade de viajar com segurança, mesmo durante um período incerto. Podem despertar o desejo de viajar ou permitir experiências com segurança, mas também lembram que a indústria de viagens ainda representa um grande negócio.
Experiências locais
A Peek é um mercado de dois lados que conecta consumidores a milhares de proprietários de pequenas empresas, criando experiências de viagem como aulas de culinária ou passeios de caiaque. “Quando nossos operadores não recebem reservas, não recebemos reservas”, diz Bashir, cuja empresa recebe uma comissão de cada atividade comprada em seu site. A Peek iniciou a pandemia com um financiamento da Série B de US$ 23 milhões.
Bashir usou sua recém-descoberta estabilidade financeira para aconselhar clientes sobre como solicitar empréstimos para desastres, implementar pagamento sem contato e criar tours seguros para a Covid-19. As reservas dispararam para US$ 50 milhões em julho quando as restrições começaram a ser suspensas.
A Viator, uma empresa da Tripadvisor, também usou o auxílio para pequenas empresas para manter seus fornecedores - e seus próprios negócios - operando. E o Airbnb sobreviveu aos primeiros dias da pandemia com o lançamento de cerca de 400 experiências virtuais, como a classe “Pedalar com um atleta olímpico”, ao estilo da Peloton.
A Broadway pode estar fechada até 2021 em Nova York, mas ainda é possível contar com atores que servem como guias no tour de US$ 40 da Peek, um passeio a pé de duas horas pelo bairro de teatros.