Chefe do COI garante segurança das Olimpíadas
Bach garantiu que uma visita à Vila Olímpica pela manhã convenceu-o de que as medidas antivírus "foram implementadas e estão funcionando"
AFP
Publicado em 15 de julho de 2021 às 14h02.
As medidas contra a covid-19 nos Jogos Olímpicos de Tóquio "funcionam" - assegurou nesta quinta-feira (15) o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, no momento em que a capital japonesa registra recordes de casos, a oito dias do início do evento esportivo.
Nesta quinta, os organizadores anunciaram vários casos positivos de covid-19: um atleta estrangeiro recém-chegado a Tóquio, além de cinco pessoas que trabalham para o evento.
Bach garantiu que uma visita à Vila Olímpica pela manhã convenceu-o de que as medidas antivírus "foram implementadas e estão funcionando".
"Pudemos ver e nos convencer de que todas as delegações seguem e apoiam as regras, porque sabem que têm interesse em estarem seguras", disse ele durante um encontro com a governadora de Tóquio, Yuriko Koike.
"Eles têm interesse nisso e também por solidariedade com os habitantes de Tóquio", acrescentou.
Desde segunda-feira, Tóquio enfrenta um novo estado de emergência, devido ao vírus, com um aumento significativo de infecções e temores de propagação da variante Delta.
Bares e restaurantes foram incentivados a reduzir o horário de funcionamento e, em tese, não podem servir bebidas alcoólicas.
A capital registrou 1.308 novas infecções por covid-19 nas últimas 24 horas, passando de mil casos pelo segundo dia consecutivo. São os números mais elevados desde janeiro deste ano.
Judô brasileiro e rúgbi russo
Tóquio-2020 não deu detalhes sobre as seis pessoas que testaram positivo para a covid-19, testadas entre terça e quarta-feira. Entre elas, quatro são residentes no Japão.
E as autoridades monitoram outros casos.
Pelo menos oito funcionários de um hotel japonês, onde está hospedada a seleção olímpica brasileira de judô, testaram positivo para o coronavírus, anunciaram nesta quinta autoridades locais da saúde e dos esportes.
Os testes foram realizados antes da chegada da delegação brasileira, de 30 pessoas, no último sábado. Nenhum dos positivos teve contato com os atletas, garantiram os responsáveis.
Um parente de um dos funcionários do hotel também testou positivo.
Em outro ponto do Japão, em Munakata, sudoeste, um membro da equipe russa de rúgbi foi hospitalizado depois de testar positivo para o coronavírus, disse uma autoridade municipal à AFP.
O grupo permanece confinado no hotel e retomará seus trabalhos na sexta-feira, se todos testarem negativo para a covid-19, acrescentou a fonte.
E, em Kurume (sudoeste), oito integrantes da equipe feminina de rúgbi de sete do Quênia foram declarados "casos de contato", depois que um positivo foi descoberto no avião que levou a delegação africana.
Onda de restrições
Tóquio finaliza a preparação para os Jogos Olímpicos quase a portas fechadas, com medidas rígidas para evitar o contágio de atletas, dirigentes e jornalistas do exterior.
Segundo a agência de notícias japonesa Kyodo, os organizadores planejam receber menos de mil VIPs (principalmente líderes estrangeiros) para a cerimônia de abertura dos Jogos, em 23 de julho. A festa acontece no novo estádio olímpico, com capacidade para 68 mil lugares.
Na quarta-feira (14), Bach prometeu "não trazer nenhum risco para o povo japonês" com os Jogos, no momento em que a opinião pública japonesa continua a ver as Olimpíadas como um potencial acelerador da pandemia no país.
O Japão foi pouco afetado nas primeiras ondas, com menos de 15 mil mortes oficialmente registradas desde o início de 2020.
Ontem, o COI informou que, das mais de 8 mil pessoas que chegaram ao Japão entre 1º e 13 de julho, apenas três tiveram resultado positivo no desembarque. Elas foram colocadas em isolamento, e seus contatos próximos, "submetidos às medidas de quarentena apropriadas".
Os moradores da Vila Olímpica foram vacinados em 85%, e esse número chega a quase 100% entre os membros do COI e funcionários dos Jogos procedentes do exterior, destacou Bach.
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