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Catar aposta alto no mercado da arte

A arte pode ser um grande negócio, e o Catar começou a promover seus museus e comprar peças exclusivas com a intenção de ser uma referência cultural


	Vista aérea de Doha, Qatar: país quer melhorar sua imagem internacional e por isso está apostando na transformação
 (Divulgação)

Vista aérea de Doha, Qatar: país quer melhorar sua imagem internacional e por isso está apostando na transformação (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 8 de novembro de 2013 às 09h23.

Doha - A arte pode ser um grande negócio e, confirmando isso, o Catar começou a promover seus museus e comprar peças exclusivas com a intenção de ser uma referência cultural no Oriente Médio.

Essa filosofia é a pretendida pelo Museu de Arte Islâmica, construído pelo arquiteto americano de origem chinesa Ieoh Ming Pei à margem da Baía de Doha e inaugurado em 2008.

O lugar reúne obras de grande valor vindas de diferentes países e compradas pela monarquia catariana, exibidas agora por ocasião de uma exposição sobre a peregrinação a Meca.

Mapas, telas, tapetes e exemplares do Corão pretendem explicar ao visitante a tradição islâmica, em uma nova tentativa de fazer "global o local e local o global", como defende a sheikha Mayasa bin Hamad Al-Thani.

Aos 30 anos, a sheikha é a atual presidente da Qatar Museums Authority - AMC - (Autoridade de Museus do Catar) e está por trás da divulgação das artes neste pequeno e rico emirado do Golfo.

Recentemente, a revista "Art Review" classificou a jovem, filha do emir do Catar, Hamad bin Khalifa Al-Thani e de Mozah bint Nasser al-Missned, a pessoa "mais poderosa" no mundo da arte por seu "vasto poder aquisitivo".

Embora não existam números oficiais, a revista calcula que a AMC gasta cerca de US$ 1 bilhão anuais nesse competitivo mercado.

Não é de se estranhar. Além de alimentar seus fundos com peças famosas de Mark Rothko e Andy Warhol, ambos norte-americanos, entre outros, a família real catariana chegou a pagar US$ 250 milhões pela obra "Os jogadores de cartas", de Paul Cézanne. O preço é recorde para um quadro vendido em leilão, segundo afirmou em 2012 a revista "Vanity Fair".


Uma porta-voz da Autoridade de Museus do Catar afirmou à Agência Efe que a sheikha Mayasa "entende a importância da arte e como isso pode ser usado para dialogar entre as diferentes culturas".

De acordo com a fonte, embora o Catar não seja historicamente um importante centro de produção artística, o país se transformou em um "destacado centro para a educação e a troca internacional em uma das zonas que mais rápido estão se desenvolvendo no mundo".

"A arte é um grande negócio", afirmou há alguns anos a sheikha Mayasa em um fórum internacional, no qual negou estar interessada em comprar as coleções do Ocidente.

Além de grandes somas de dinheiro, a catariana tem a sua disposição uma seleta equipe de assessores estrangeiros como Jean-Paul Engelen e Edward Dolman, ambos ex-diretores da casa de leilões Christie"s, uma das mais famosas sociedades de leilão do mundo, fundada em Londres em 1766.

A arte contemporânea também está em destaque. Um exemplo é a atual mostra em Doha, a "Relics", do britânico Damien Hirst, que fica aberta ao público até 22 de janeiro, em que não faltam animais em formol e as caveiras de diamantes característicos do polêmico artista.

"Vim de Dubai para ver esta exposição que reflete muito bem o conjunto da carreira de Hirst", afirmou à Efe Liza Chag, originária de Cingapura.

Considerando que os museus do Catar são mais frequentados por estrangeiros do que pela própria população, o mercado da arte voltou seus olhos para os Emirados Árabes, onde desde 2008 a casa de leilões Sotheby"s tem uma de suas sedes.

"O país quer melhorar sua imagem internacional e por isso está apostando na transformação, nos atos culturais e está investindo na educação", ressaltou à Efe o chefe do departamento de Humanidades da Universidade do Catar, Mahyub Zueir.

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