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Casas de apostas movimentam ainda mais o mercado no futebol masculino e feminino

Na Série A, 18 dos 20 clubes da Série A possuem parcerias com empresas deste segmento

Na Série A, 18 clubes possuem algum tipo de parceria com empresas do segmento. (alphaspirit/Getty Images)

Na Série A, 18 clubes possuem algum tipo de parceria com empresas do segmento. (alphaspirit/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2022 às 10h12.

O investimento das empresas de apostas esportivas segue a todo vapor. Nesta semana, o Internacional anunciou de uma vez só parceria com a EstrelaBet para o time masculino (omoplata) e feminino (máster).

No Rio Grande do Sul, o Colorado é a primeira instituição a contar com o investimento focado principalmente no futebol. “Os investidores olham para o Inter como um bom lugar para promover suas marcas, e os novos parceiros são de grande importância e comprovam a boa administração da modalidade. A escolha das empresas por nossa instituição mostra toda a nossa força e representatividade”, afirma Jorge Avancini, vice-presidente de Marketing do Colorado.

Há algumas semanas, que também divulgou um acordo promissor foi o Corinthians, com ampliação do patrocínio com o galera.bet. Neste caso, a parceria já tinha começado na disputa da Supercopa, em fevereiro, e passou a valer até o final de 2023. A logomarca da empresa está estampada na região do ombro do Timão e exposta nas redes sociais, nas placas do Centro de Treinamento e nas entrevistas.

“Quando penso no futebol feminino, a primeira palavra que vem à cabeça é resiliência. Por muitos anos o futebol feminino foi renegado e até proibido. E veja onde elas chegaram. Em uma época em que falamos tanto sobre a necessidade de igualdade em todas as esferas, apoiar essa modalidade significa dar força à mudança de postura, trazendo à tona o quanto essas meninas são profissionais, talentosas e merecedoras de seu sucesso", aponta Ricardo Bianco Rosada, CMO do galera.bet.

O galera.bet, aliás, é uma das empresas que tem apostado forte em parcerias com grandes marcas. A plataforma, que já patrocinava o Brasileirão Feminino, anunciou em maio deste ano a exposição para o Brasileirão Assaí na Série A masculina. O acordo, válido até o final de 2024, dá direito a ações off-line, digital, branding, relacionamento e ativações exclusivas de experiências.

"O galera.bet é uma marca criada exclusivamente para o mercado brasileiro. Não à toa, levamos as cores do Brasil. O Brasileirão Assaí fala muito sobre o brasileiro, sua paixão, seus rituais e, também, sobre a nossa empresa", disse Asher Yonaci, CEO do galera.bet,

Além do galera.bet, outras empresas têm patrocinado a prática da modalidade, caso também recente do Palmeiras, que anunciou a Betfair como a nova patrocinadora máster do futebol feminino.

“Podemos observar que há mais interesse das companhias em apoiar as equipes de futebol feminino. A modalidade está entrando no radar das grandes empresas e conseguimos assistir ao desenvolvimento dentro e fora das quatro linhas. Esse crescimento da categoria não é apenas algo momentâneo, é algo que veio para ficar”, diz Armênio Neto, especialista em geração de receitas na indústria esportiva.

Para Fabio Wolff, um dos organizadores do Brasil Ladies Cup, torneio internacional que terá a segunda edição em novembro, a solidificação comercial da categoria impulsiona os investimentos dos times no esporte.

“Por conta do fortalecimento do futebol feminino, observamos um grande número de companhias interessadas em apoiar a categoria. Essas parcerias conquistadas pela modalidade impulsionam o desenvolvimento do esporte dentro e fora de campo. Grande exemplo disso é a quantidade de novos acordos sendo celebrados por equipes do futebol brasileiro”, conta o diretor da Wolff Sports & Marketing.

Equipes emergentes também têm valorizado e garantido o seu espaço dentro da categoria. O Cuiabá, clube que, no âmbito masculino, está em seu segundo ano na primeira divisão do Campeonato Brasileiro, promete investir no desenvolvimento da modalidade: “Começamos o projeto do futebol feminino em 2021. Visamos expandir os recursos destinados e contar com um time cada vez mais competitivo”, explica Cristiano Dresch, vice-presidente do Cuiabá.

 

90% dos clubes da Série A masculina possuem parceria

No futebol masculino, esse 'fenômeno' surgiu há cerca de quatro anos, principalmente após a saída do mercado de bancos estatais. Na Série A, 18 clubes possuem algum tipo de parceria com empresas do segmento. 17 deles com alguma exposição na camisa, e o Palmeiras com ativação nas redes digitais.

“Os clubes e as empresas de apostas são parceiros comerciais, mas vai além disso na questão das ativações. Temos uma população apaixonada pelo esporte e um mercado promissor. O Bahia, por exemplo, é um time de massa, com uma torcida que respira o dia a dia do clube. Além da exposição no uniforme, buscamos gerar experiências e estar próximos dos torcedores”, explica Hans Scheiler, diretor de marketing da Casa de Apostas, patrocinadora máster do Bahia.

Esse número poderia ser de 100%, mas o Athletico Paranaense e Botafogo romperam neste ano a EstrelaBet. O Furacão por motivos relacionados a valores nesta semana, e o Botafogo, em fevereiro, por um decisão administrativa relacionadas aos contratos de parcerias e patrocínios, com a intenção de trazer mais valor à camisa do clube.

As apostas esportivas foram legalizadas no Brasil em dezembro de 2018, quando o Governo Federal sancionou a Lei 13.756/2018, autorizando o Ministério da Fazenda a desenvolver normas para o licenciamento das casas de apostas esportivas no Brasil. Contudo, a regularização da prática foi postergada e ainda não ocorreu.

De acordo com o advogado Eduardo Carlezzo, especialista em direito desportivo, a regulamentação é necessária e aumentará ainda mais o investimento das empresas no mundo esportivo.

“O crescimento expressivo no investimento em patrocínios ocorre em meio a um mercado que não possui regulamentação. Apesar de não ser irregular, já que a lei do final de 2018 permite a regulação das apostas, ainda falta um processo de concessão que caminha lentamente no Governo Federal. Com essa demora, perdem todos, porque a regularização traria geração de empregos, negócios, impostos, e atrairia operadores globais para o país. A regulamentação adequada aumentaria inclusive os valores envolvidos nos acordos entre clubes e sites de apostas”, explica Carlezzo.

Série A

América-MG: Pixbet (máster)
Atlético-GO: Amuletobet
Atlético-MG: Betano (máster)
Avaí: Pixbet (máster)
Ceará: Betcris
Corinthians: Galera.bet
Coritiba: Dafabet
Cuiabá: Luck Sports
Flamengo: Pixbet
Fluminense: Betano (máster)
Fortaleza: Betcris
Goiás: Pixbet (máster)
Internacional: Estrela Bet
Juventude: Pixbet (máster)
Palmeiras: Fut. Feminino (máster) e ativos digitais
Red Bull Bragantino: Betpix365
Santos: Pixbet
São Paulo: Sportsbet.io (máster)

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