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Brasil homenageia papel e literatura na Feira de Frankfurt

O pavilhão do Brasil, convidado de honra da Feira do Livro de Frankfurt, apresentou, em plena era digital, uma homenagem ao papel e à variada literatura do país

Livros em pé vistos de cima: "o papel nos acompanhou durante 500 anos, precisávamos fazer uma homenagem", disse uma das cenógrafas do pavilhão do Brasil em Frankfurt (VIDA SIMPLES)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2013 às 13h02.

Frankfurt - O pavilhão do Brasil, convidado de honra neste ano à Feira do Livro de Frankfurt, apresentou, em plena era digital, nesta terça-feira uma homenagem ao papel e à variada literatura do país sul-americano.

"Os livros estão dando um passo rumo à digitalização e talvez isso seja irreversível. Mas o papel nos acompanhou durante 500 anos, precisávamos fazer uma homenagem", disse Daniela Thomas, uma das cenógrafas do pavilhão.

Daniela, junto com o arquiteto Felipe Tassara, optou por construir boa parte do pavilhão com papel prensado e papelão. É possível reconhecer o elemento papel, mas é preciso se aproximar e tocá-lo.

Em uma das áreas do pavilhão há colunas, que parecem de madeira, onde aparecem personagens clássicos da literatura brasileira como a inesquecível Dona Flor de Jorge Amado, o Macunaíma de Mário de Andrade ou "O analista de Bagé" de Luis Fernando Verissimo.

Quando o visitante se aproxima, percebe que o material não é madeira, mas papel, e que pode arrancar a folha de cima, que tem com uma descrição do personagem homenageado.

Em outro cantinho há redes onde os visitantes podem se deitar e escutar canções de vozes como Chico Buarque e Caetano Veloso, frente a monitores nos quais se podem ler as letras traduzidas ao inglês ou ao alemão.

"Esse pavilhão é para que as pessoas venham, descubram coisas, se sintam bem e para que não pensem só no Brasil, mas também em si mesmos", afirmou a cenógrafa.

"Também poderão ser ouvidas leituras dos autores que participarão da feira durante esses dias e de vez em quando tomar uma ou outra caipirinha", acrescentou Daniela.

Outra atração é pedalar em bicicletas fixas com capacetes que tocam passagens da história política e da literatura no Brasil vendo monitores com imagens que a ilustram.


Apesar da alusão à caipirinha, Daniela também disse que a apresentação quer superar os estereótipos que se têm na Europa sobre o Brasil, relacionados antes de tudo com o futebol e o samba.

"Tivemos outros diálogos com a Europa como, por exemplo, através do modernismo arquitetônico brasileiro que assumiu influências europeias para transformá-las e, depois, influir sobre a Europa", analisou Daniela.

Seguindo essa proposta, algumas partes do pavilhão são uma clara homenagem a Oscar Niemeyer, em que se reproduzem em mesas - de papel prensando - alguns de seus edifícios mais emblemáticos.

O pavilhão quis ser fiel ao lema da apresentação brasileira que anuncia "um país cheio de vozes".

Assim, por exemplo, em uma instalação dedicada a diversas paisagens brasileiras - a cidade, o subúrbio, o campo, o sertão, o mar e a floresta - recorre a várias colagens de textos literários de diversos autores sobre cada um desses temas.

A colagem sobre a floresta é aberta com um fragmento de Milton Hatoum e fechada com um de Alberto Mussa; a urbana é aberta por Machado de Assis e seguida por Mário de Andrade e, como para mostrar que a literatura brasileira não se prende ao tema Brasil, surge Chico Buarque com seu romance Budapeste.

Essa variedade, que na exposição do pavilhão é representada pelos autores clássicos da literatura brasileira - de Machado de Assis a Clarice Lispector e Jorge Amado - no programa de atividades, a partir de amanhã, será representado por autores contemporâneos de diversos gêneros e diversas regiões.

Aparentemente, segundo as últimas notícias que se conhecem, um ausente inesperado será Paulo Coelho, cuja presença havia sido anunciada pela feira.

Em declarações ao jornal alemão "Die Welt", Coelho anunciou sua intenção de não vir porque, disse, não estava de acordo com a seleção dos 70 autores convidados. "Dos 70 só conheço 20, os outros devem ser amigos de amigos", disse.

A Feira de Frankfurt, que começa nesta terça-feira e amanhã abrirá as portas para os profissionais do setor, recebe 7.300 expositores de cerca de 100 países, sendo a maior vitrine do mundo editorial.

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Daniela, junto com o arquiteto Felipe Tassara, optou por construir boa parte do pavilhão com papel prensado e papelão. É possível reconhecer o elemento papel, mas é preciso se aproximar e tocá-lo.

Em uma das áreas do pavilhão há colunas, que parecem de madeira, onde aparecem personagens clássicos da literatura brasileira como a inesquecível Dona Flor de Jorge Amado, o Macunaíma de Mário de Andrade ou "O analista de Bagé" de Luis Fernando Verissimo.

Quando o visitante se aproxima, percebe que o material não é madeira, mas papel, e que pode arrancar a folha de cima, que tem com uma descrição do personagem homenageado.

Em outro cantinho há redes onde os visitantes podem se deitar e escutar canções de vozes como Chico Buarque e Caetano Veloso, frente a monitores nos quais se podem ler as letras traduzidas ao inglês ou ao alemão.

"Esse pavilhão é para que as pessoas venham, descubram coisas, se sintam bem e para que não pensem só no Brasil, mas também em si mesmos", afirmou a cenógrafa.

"Também poderão ser ouvidas leituras dos autores que participarão da feira durante esses dias e de vez em quando tomar uma ou outra caipirinha", acrescentou Daniela.

Outra atração é pedalar em bicicletas fixas com capacetes que tocam passagens da história política e da literatura no Brasil vendo monitores com imagens que a ilustram.


Apesar da alusão à caipirinha, Daniela também disse que a apresentação quer superar os estereótipos que se têm na Europa sobre o Brasil, relacionados antes de tudo com o futebol e o samba.

"Tivemos outros diálogos com a Europa como, por exemplo, através do modernismo arquitetônico brasileiro que assumiu influências europeias para transformá-las e, depois, influir sobre a Europa", analisou Daniela.

Seguindo essa proposta, algumas partes do pavilhão são uma clara homenagem a Oscar Niemeyer, em que se reproduzem em mesas - de papel prensando - alguns de seus edifícios mais emblemáticos.

O pavilhão quis ser fiel ao lema da apresentação brasileira que anuncia "um país cheio de vozes".

Assim, por exemplo, em uma instalação dedicada a diversas paisagens brasileiras - a cidade, o subúrbio, o campo, o sertão, o mar e a floresta - recorre a várias colagens de textos literários de diversos autores sobre cada um desses temas.

A colagem sobre a floresta é aberta com um fragmento de Milton Hatoum e fechada com um de Alberto Mussa; a urbana é aberta por Machado de Assis e seguida por Mário de Andrade e, como para mostrar que a literatura brasileira não se prende ao tema Brasil, surge Chico Buarque com seu romance Budapeste.

Essa variedade, que na exposição do pavilhão é representada pelos autores clássicos da literatura brasileira - de Machado de Assis a Clarice Lispector e Jorge Amado - no programa de atividades, a partir de amanhã, será representado por autores contemporâneos de diversos gêneros e diversas regiões.

Aparentemente, segundo as últimas notícias que se conhecem, um ausente inesperado será Paulo Coelho, cuja presença havia sido anunciada pela feira.

Em declarações ao jornal alemão "Die Welt", Coelho anunciou sua intenção de não vir porque, disse, não estava de acordo com a seleção dos 70 autores convidados. "Dos 70 só conheço 20, os outros devem ser amigos de amigos", disse.

A Feira de Frankfurt, que começa nesta terça-feira e amanhã abrirá as portas para os profissionais do setor, recebe 7.300 expositores de cerca de 100 países, sendo a maior vitrine do mundo editorial.

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