David Bowie: o sumiço do camaleão durante os anos 2000, levantava suspeitas de que seu estado de saúde era mais grave do que havia se divulgado na época (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 11 de janeiro de 2016 às 10h42.
Em 2008, a banda psicodélica amalucada Flaming Lips colocou em uma canção aquilo que muitos especulavam na música pop: "David Bowie está morrendo?", era no nome da faixa (Is David Bowie Dying?, em inglês.
O sumiço do camaleão durante os anos 2000, levantava suspeitas de que seu estado de saúde era mais grave do que havia se divulgado na época.
Os mais catastróficos - como é comum na cultura de celebridades - supunham que Bowie morrera, mas o fato havia sido encoberto pela família e pessoas próximas.
O fato é que desde a turnê do disco Reality (2003), David Bowie, morto neste domingo, 10, 8 anos depois da canção do Lips, nunca mais voltou à estrada.
A despedida teve início em julho de 2004, quando foi atingido por um pirulito no olho em Oslo e, na outra semana, e sentiu uma forte pontada no peito durante uma performance no Hurricane Festival, em Scheessel, na Alemanha.
Supôs se tratar de um nervo pressionado no ombro direito, mas o diagnóstico médico foi mais grave: David Bowie estava prestes a ter um ataque fulminante. Seu coração dava sinais de que era hora de descansar.
Depois do episódio, foram poucas aparições ao vivo, no palco, onde pertencia. A última apresentação se deu em Nova York, em 2006. Desapareceu por anos.
A figura de Bowie, mítica, era vista aqui e ali, perambulando pelas ruas de Nova York, cidade onde escolheu como morada para a aposentadoria.
Falou-se que o câncer estava derrubando o mito, mas, na ocasião, durante aquele período de inatividade, de 2006 até 2013, ano que retornou retumbante com o surpreendente The Next Day, era mais provável que Bowie preferia ficar calmamente em casa, assistindo desenhos animados com a filha mais nova, Alexandria Zahra Jones, nascida em 2000, do que produzindo músicas e viajando pelos palcos do mundo todo.
David Bowie sucumbiu mesmo ao câncer. Lutou contra a doença por 18 meses, como a família revelou neste segunda-feira, 11, e o fez como melhor sabia, ainda compondo, ainda dando luz a mais canções.
Blackstar, o mais recente disco, foi lançado no dia do seu 69 aniversário, em oito de janeiro. Dois dias antes do adeus derradeiro - e verdadeiro.