Blue Note SP (Blue Note SP/Divulgação)
Marília Almeida
Publicado em 27 de abril de 2019 às 08h00.
Última atualização em 27 de abril de 2019 às 08h00.
São Paulo - Uma das filiais do famoso clube de jazz de Nova York, o Blue Note SP foi aberto há apenas dois meses em São Paulo e sua taxa média de ocupação é de 85%. Nem bem abriu e a casa já trouxe nomes como Yamandú Costa, João Donato, Marcos Valle e Azymuth e Hermeto Pascoal. A programação de maio inclui shows de Fernanda Takai e João Suplicy.
A casa cheia é incentivada pela curadoria de shows e marca, mas também pela localização do espaço em um dos prédios símbolos da cidade: o Conjunto Nacional, na Avenida Paulista.
Para entrar na casa, que tem um salão de 800 metros quadrados e comporta cerca de 350 pessoas no segundo andar do prédio, é necessário adquirir ingresso para um dos dois sets de shows diários, realizados de terça a sábado, às 20h e às 22h30, padrão internacional da marca. Apesar de o valor partir de 40 reais, o preço médio dos shows é de 120 reais. Além disso, dependendo do músico que tocar no pequeno palco com 60 cm de altura, o valor pode ser bem maior. E o ingresso vale apenas para um dos sets. A casa abre às 18h30.
Buscando democratizar o espaço e ampliar o seu público, a casa de shows de jazz, MPB e soul pretende abrir, em cerca de dois meses, um bar anexo ao salão principal, na varanda.
A ideia é que a operação do espaço seja independente do salão principal e seja cobrada apenas um pequeno couvert artístico na entrada, "nada substancial", conta um dos sócios, Luiz Calainho, ex-vice presidente da Sony Music e dono de uma holding de entretenimento. "Nesse espaço, teremos um palco de 2 x 2 metros com foco em novos talentos", diz. Frequentadores da casa poderão ter acesso ao espaço, mas clientes do bar não terão acesso ao salão principal.
Também deve começar, no final de junho, a operação de almoço e brunch aos domingos. A ideia é que tenham música acústica ao vivo. "Pretendemos incluir nesses horários apresentações de duetos no espaço, como piano e sopro e sopro e corda". A casa também pretende montar uma estrutura para receber eventos corporativos em dias de show.
O foco das novas operações são o público executivo, bastante presente na região, e pessoas que aproveitam momentos de lazer na Avenida Paulista, que fica aberta aos domingos.
A flexibilidade de gêneros foi um dos pedidos de Calainho que foi aceito pela matriz. "A diversidade artística no país é muito rica. A alma da casa é o jazz, mas negociei com a marca que também tenha apresentações pop, mais românticas e de MPB. O importante é que seja música de excelência e qualidade".
Outra inovação foi ter um cardápio mais formal, com foco em jantares, mas enxuto. Assinado pela chef Daniela França, ele tem como temática receitas oferecidas em restaurantes da cidade nos anos 70. Os preços variam entre 36 reais e 61 reais e, entre eles, está o filet a Diana, mignon ao molho madeira acompanhado de arroz piamontese, Mesmo as porções são mais trabalhadas e custam entre 18 reais a 62 reais, caso da seleção de queijos acompanhada de pães, compota de figo e cebola caramelizada. Há também salmão marinado e tartare.
A casa oferece um programa de fidelidade que também é uma inovação brasileira. "A matriz aceitou a ideia. Já temos 500 associados". Ele prevê descontos em shows e prioridade na compra e fila para membros. A assinatura premium custa 2.950 reais por ano e inclui reserva de mesa, experiências exclusivas, transmissão de shows ao vivo online e desconto no aluguel do espaço para eventos privados.
Calainho demorou para negociar o aluguel do espaço, vazio por anos e ocupado antes pela empresa de telemarketing Contax.
A insistência tem um por quê. Além da visibilidade do endereço, a casa de shows deve ser o primeiro passo para a reativação dos andares superiores do prédio, conta o empresário. "A ideia é transformar o Conjunto Nacional em um centro de compras descolado e atrair outras marcas importantes". O térreo do local já abriga, além de um mini supermercado e restaurantes, algumas lojas, cinema e uma ampla unidade da Livraria Cultura.
A casa em São Paulo precisou de investimento de cerca de 3,2 milhões de reais e atraiu três grandes patrocinadores. A previsão é fechar ao menos mais dois contratos no próximo mês,
O empresário também é proprietário de outra filial da marca, no Rio, que abriu as portas em 2017. A casa, com vista para a Lagoa Rodrigo de Freitas, passou por dificuldades financeiras, mas segundo ele, a operação já está sendo equilibrada. "Tivemos problemas por conta do aumento da violência na cidade".
Serviço:
Blue Note SP
Horário: 1º set de show, às 20h, e 2º set, às 22h30.
Endereço: Conjunto Nacional, 2º andar. Avenida Paulista, 2073, Consolação.