Casamento real: autor acredita que Markle terá de conter um pouco seu ativismo quando se unir à política da família real (Matt Dunham/Reuters)
AFP
Publicado em 11 de abril de 2018 às 11h22.
Última atualização em 11 de abril de 2018 às 11h56.
O príncipe Harry e a atriz Meghan Markle estão destinados a se transformar em um casal ativista que redefinirá o papel da monarquia britânica, afirma seu biógrafo Andrew Morton em entrevista à AFP.
Markle tem ideias próprias para transformar esta tradicional instituição, prossegue Morton, faltando pouco mais de um mês para o casamento com Harry, o quinto na linha de sucessão ao trono. A cerimônia acontecerá em 19 de maio, no Castelo de Windsor.
"Meghan e Harry serão um casal com poder. Juntos, podem mudar mais coisas", afirma o escritor especialista em família britânica e cujo livro "Meghan: A Hollywood Princess" ("Meghan: uma princesa de Hollywood") será lançado nesta quinta-feira no Reino Unido.
"Vamos vê-los mais como ativistas do que qualquer outro casal anterior da Casa Real", acrescentou Morton, que falou com inúmeras pessoas próximas aos dois para escrever o livro.
O biógrafo prognostica que, enquanto o irmão de Harry, o príncipe William, segundo na linha de sucessão, e sua esposa Catherine serão o rosto da Coroa do Reino Unido, Harry e Meghan passarão mais tempo representando a monarquia na Comunidade Britânica, especialmente na África.
Os quatro serão os impulsionadores de uma mudança radical na monarquia, enfatizou, referindo-se aos dois casais com "the Fab Four", o apelido dos Beatles.
Na biografia, uma amiga de infância de Markle revela que ela sempre sonhou ser uma "princesa Diana 2.0".
Mas Morton, que já assinou o best seller "Diana: sua história verdadeira", afirma que não se pode comparar a mãe de Herry, que -quando se casou -, era uma moça tímida de apenas 20 anos com a atriz americana de 36 anos.
Morton diz que Markle é uma pessoa ambiciosa, madura e focada, citando seu trabalho como atriz, blogueira e porta-voz da ONU.
"Dá a impressão de ser muito eloquente, reflexiva e segura", acrescentou.
O autor acredita que Markle terá de conter um pouco seu ativismo quando se unir à política família real, mas que é suficientemente inteligente para "saber onde se mete".
"Muita gente com que falei acredita que ela proporcionará um frescor, pois tem ideias próprias", comentou.
"Ser parte da monarquia não é um sprint, é uma maratona", disse ainda.
Morton acha que a dinâmica do casal é diferente das que viveu Harry com suas namoradas anteriores.
"Ele tinha mais a ganhar e Meghan mais a perder ao aceitar ser sua esposa".
"Ele se deu conta de que encontrou uma tutora em Meghan. Se deu conta de que ela pode ajudá-lo a ser o homem que sempre quis", enfatizou.
O público britânico que recorda do pequeno Harry aos 12 anos caminhando visivelmente triste atrás do caixão de sua mãe Diana também percebe que ele se sente feliz com a companhia de Meghan, observa o biógrafo.
Morton considera admirável que Markle, uma pessoa sempre prudente, tenha aceitado ir a um sáfari em Botswana com Harry depois de apenas dois encontros.
"Causou surpresa também no Palácio de Buckingham", constatou Morton, revelando que Harry já havia levado quatro amigas para esse tipo de programa.
Para continuar optando ao trono, Harry precisava que a rainha Elizabeth II aprovasse seu casamento. E ela aprovou.
"Há alguns anos, quando ele era um bebedor compulsivo que brigava em discotecas, provavelmente a rainha teria sido muito mais prudente sobre o pedido casamento de Harry a uma atriz americana e divorciada", observa.
A biografia também explica a separação de Markle de seu primeiro marido, o produtor Trevor Engelson, depois de nove anos de relação e quando sua carreira começava a despontar. Ele a ajudou muito em seu início como atriz.
A ruptura do casal se estendeu a outros amigos da época em que ela ainda não era conhecida.
Sua amiga Ninaki Priddy admite que se sentiu "muito magoada com a forma com que Meghan a deixou de lado, não apenas ela, como muitos amigos de Los Angeles, e seguiu adiante".