Bienal celebra 60 anos com mostra de arte americana
Fundação Bienal de São Paulo traz obras da arte contemporâneas realizadas nos EUA nos últimos 20 anos, que nunca vieram ao Brasil
Da Redação
Publicado em 26 de setembro de 2011 às 12h02.
São Paulo - A bandeira norte-americana na obra do artista Frank Benson é um leve e humorado comentário sobre os EUA - pintada em náilon, está representa como se estivesse agitada pelo vento, em turbulência. O contemporâneo Benson, homônimo de um pintor impressionista do século 19, não é uma estrela da arte contemporânea como Damien Hirst ou Jeff Koons, mas integra, ao lado desses criadores, a exposição "Em Nome dos Artistas - Arte Contemporânea Norte-Americana na Coleção Astrup Fearnley", que será inaugurada amanhã para convidados e no sábado para o público na Bienal de São Paulo.
A sutileza da bandeira criada por Benson em 2005 entra num turbilhão diverso das obras da arte contemporâneas realizadas nos EUA nos últimos 20 anos e representada na exposição que a Fundação Bienal de São Paulo trouxe da Noruega para comemorar seus 60 anos. É uma mostra de peso e ocupa quase a área total do pavilhão da Bienal com mais de 200 obras da coleção do Astrup Fearnley Museum of Modern Art de Oslo. "Muitos dos artistas da exposição nunca foram mostrados no Brasil", diz o curador Gunnar Kvaran, diretor do museu norueguês.
Ele se refere, por exemplo, à exibição de Mother and Child Divided, uma vaca e um bezerro cortados ao meio e expostos dentro de vitrines com formol, uma das tantas polêmicas obras do britânico Damien Hirst. Apesar de inglês, Hirst abre a mostra por ser um dos icônicos nomes da contemporaneidade - o que dizer de seu golpe de marketing de 2008, quando leiloou suas obras em Londres e arrecadou US$ 127 milhões? "Em 1995, quando (Hans Rasmus) Astrup (empresário e colecionador) comprou Mother and Child, nenhum museu na Europa a queria e não foi nada caro na época", diz Gunnar, sem revelar, afinal, o valor. "Desde então o seguimos e o colecionamos por ser tão importante nos anos 1990 e uma influência para a jovem geração na América", continua o curador. O Adão e a Eva de Hirst também são chocantes, deitados sobre macas cirúrgicas com apenas seus sexos expostos.
Mercado - Como sugere o próprio título da exposição, ela reflete uma ambiguidade latente na arte contemporânea: nome e imagem podem valer mais que as próprias obras no recente processo de valorização registrado pelo mercado de arte. No entanto, o curador Gunnar ressalta que a mostra já foi apresentada anos antes em Oslo e dedicada a um dos segmentos mais importantes da coleção norueguesa, o de arte norte-americana (outros pontos fortes são arte chinesa, indiana e grandes instalações), referindo-se ao caráter prospectivo do acervo do Astrup Fearnley, ou seja, o de apostar em aquisições abrangentes de cada criador. "A coleção não é sobre representar movimentos ou períodos históricos, mas enfatizar a criação artística individual", diz Gunnar, completando que o museu está voltado para a realização, em setembro de 2012, de mostra e aquisição da emergente arte brasileira (terá curadoria sua, de Paulo Herkenhoff e Hans Ulrich Obrist). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Em Nome dos Artistas - Fundação Bienal (Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 3, Parque do Ibirapuera). Tel. (011) 5576-7600. 9h/19h (5ª, 9h/22h; fecha 2º). R$ 20 (dom. grátis). Até 4/12. Abertura sábado, para o público
São Paulo - A bandeira norte-americana na obra do artista Frank Benson é um leve e humorado comentário sobre os EUA - pintada em náilon, está representa como se estivesse agitada pelo vento, em turbulência. O contemporâneo Benson, homônimo de um pintor impressionista do século 19, não é uma estrela da arte contemporânea como Damien Hirst ou Jeff Koons, mas integra, ao lado desses criadores, a exposição "Em Nome dos Artistas - Arte Contemporânea Norte-Americana na Coleção Astrup Fearnley", que será inaugurada amanhã para convidados e no sábado para o público na Bienal de São Paulo.
A sutileza da bandeira criada por Benson em 2005 entra num turbilhão diverso das obras da arte contemporâneas realizadas nos EUA nos últimos 20 anos e representada na exposição que a Fundação Bienal de São Paulo trouxe da Noruega para comemorar seus 60 anos. É uma mostra de peso e ocupa quase a área total do pavilhão da Bienal com mais de 200 obras da coleção do Astrup Fearnley Museum of Modern Art de Oslo. "Muitos dos artistas da exposição nunca foram mostrados no Brasil", diz o curador Gunnar Kvaran, diretor do museu norueguês.
Ele se refere, por exemplo, à exibição de Mother and Child Divided, uma vaca e um bezerro cortados ao meio e expostos dentro de vitrines com formol, uma das tantas polêmicas obras do britânico Damien Hirst. Apesar de inglês, Hirst abre a mostra por ser um dos icônicos nomes da contemporaneidade - o que dizer de seu golpe de marketing de 2008, quando leiloou suas obras em Londres e arrecadou US$ 127 milhões? "Em 1995, quando (Hans Rasmus) Astrup (empresário e colecionador) comprou Mother and Child, nenhum museu na Europa a queria e não foi nada caro na época", diz Gunnar, sem revelar, afinal, o valor. "Desde então o seguimos e o colecionamos por ser tão importante nos anos 1990 e uma influência para a jovem geração na América", continua o curador. O Adão e a Eva de Hirst também são chocantes, deitados sobre macas cirúrgicas com apenas seus sexos expostos.
Mercado - Como sugere o próprio título da exposição, ela reflete uma ambiguidade latente na arte contemporânea: nome e imagem podem valer mais que as próprias obras no recente processo de valorização registrado pelo mercado de arte. No entanto, o curador Gunnar ressalta que a mostra já foi apresentada anos antes em Oslo e dedicada a um dos segmentos mais importantes da coleção norueguesa, o de arte norte-americana (outros pontos fortes são arte chinesa, indiana e grandes instalações), referindo-se ao caráter prospectivo do acervo do Astrup Fearnley, ou seja, o de apostar em aquisições abrangentes de cada criador. "A coleção não é sobre representar movimentos ou períodos históricos, mas enfatizar a criação artística individual", diz Gunnar, completando que o museu está voltado para a realização, em setembro de 2012, de mostra e aquisição da emergente arte brasileira (terá curadoria sua, de Paulo Herkenhoff e Hans Ulrich Obrist). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Em Nome dos Artistas - Fundação Bienal (Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 3, Parque do Ibirapuera). Tel. (011) 5576-7600. 9h/19h (5ª, 9h/22h; fecha 2º). R$ 20 (dom. grátis). Até 4/12. Abertura sábado, para o público