Banda Kiss leva 25 mil fãs ao Anhembi
Paul Stanley saudou o público de São Paulo dizendo que tinham passado antes pela Argentina e Chile, mas que "esta noite, vocês são o público número UM"
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2012 às 09h01.
São Paulo - O baile de máscaras transformou a zona norte de São Paulo numa Veneza das profundezas. Centenas de pais e mães com seus filhos e filhas ainda crianças, boa parte deles com os rostos pintados, aguardavam comendo sanduíches de carne louca e hot-dogs na enluarada noite de sábado no Anhembi.
Após quase 40 anos de estrada, o Kiss virou uma espécie de Escolinha do Rock, um cenário ideal para a iniciação ao rocknroll: os pais não correm o risco de o gênero ser rejeitado pelos filhos, e os professores são tão divertidos que os velhos não se chateiam durante a graduação.
E sabe quais foram as primeiras músicas? "Detroit Rock City", "Shout it Out Loud", "Calling Dr. Love" e "Hell or Hallellujah". Com um repertório e uma performance praticamente imutáveis nas últimas décadas (tocaram apenas três músicas novas, que na verdade são tão arquetípicas que poderiam ser velhas), a veterana banda norte-americana parece didática em seu esforço de mostrar que, sim, o rock pode viver tranquilamente por baixo da maquiagem e dos fogos de artifício.
O Anhembi não estava lotado, tinha metade da área ocupada por festivos fãs do Kiss (cerca de 25 mil pessoas). O Kiss não enrola, então foi um show curto, de 15 músicas. A área VIP foi abolida, não se sabe se por exigência do grupo, então a proximidade de seus reais admiradores com a banda era bem maior.
Paul Stanley saudou o público de São Paulo dizendo que tinham passado antes pela Argentina (vaias estrondosas) e Chile (vaias menos estrondosas), mas que "esta noite, vocês são o público número UM". É isso: o Kiss não mente, toda noite é o melhor público do mundo, e esse público espera exatamente a música que vem a seguir.
É louvável a longevidade do Kiss, sua disposição de fazer o ingresso valer a pena. Ao contrário de outras bandas, não há predominância burguesa no show do Kiss, é principalmente o trabalhador que está ali, gastando seus suados reais.
A voz de Paul Stanley não é mais tão potente, os riffs de Thommy Thayer são repetitivos, sem pegada, e os gritos esganiçados de Stanley não chegam mais até o fundo da garganta. O Kiss é hoje tipo um circo Piolim do rock, com sua lona furada, seu leão desdentado, seu palhaço remendado. Por isso mesmo, têm sua graça, sua honestidade.
Cara Pintada - O Anhembi não lotou como em outros shows, mas os fanáticos pelo Kiss revelaram sua devoção - com muitos exibindo o rosto pintado e a língua escancarada, o público sabia quando Gene Simmons "cuspiria" sangue e também quando voaria suspenso pelo cabo. Ao final, não faltou nem a tradicional queima de fogos. Para delírio da galera.
São Paulo - O baile de máscaras transformou a zona norte de São Paulo numa Veneza das profundezas. Centenas de pais e mães com seus filhos e filhas ainda crianças, boa parte deles com os rostos pintados, aguardavam comendo sanduíches de carne louca e hot-dogs na enluarada noite de sábado no Anhembi.
Após quase 40 anos de estrada, o Kiss virou uma espécie de Escolinha do Rock, um cenário ideal para a iniciação ao rocknroll: os pais não correm o risco de o gênero ser rejeitado pelos filhos, e os professores são tão divertidos que os velhos não se chateiam durante a graduação.
E sabe quais foram as primeiras músicas? "Detroit Rock City", "Shout it Out Loud", "Calling Dr. Love" e "Hell or Hallellujah". Com um repertório e uma performance praticamente imutáveis nas últimas décadas (tocaram apenas três músicas novas, que na verdade são tão arquetípicas que poderiam ser velhas), a veterana banda norte-americana parece didática em seu esforço de mostrar que, sim, o rock pode viver tranquilamente por baixo da maquiagem e dos fogos de artifício.
O Anhembi não estava lotado, tinha metade da área ocupada por festivos fãs do Kiss (cerca de 25 mil pessoas). O Kiss não enrola, então foi um show curto, de 15 músicas. A área VIP foi abolida, não se sabe se por exigência do grupo, então a proximidade de seus reais admiradores com a banda era bem maior.
Paul Stanley saudou o público de São Paulo dizendo que tinham passado antes pela Argentina (vaias estrondosas) e Chile (vaias menos estrondosas), mas que "esta noite, vocês são o público número UM". É isso: o Kiss não mente, toda noite é o melhor público do mundo, e esse público espera exatamente a música que vem a seguir.
É louvável a longevidade do Kiss, sua disposição de fazer o ingresso valer a pena. Ao contrário de outras bandas, não há predominância burguesa no show do Kiss, é principalmente o trabalhador que está ali, gastando seus suados reais.
A voz de Paul Stanley não é mais tão potente, os riffs de Thommy Thayer são repetitivos, sem pegada, e os gritos esganiçados de Stanley não chegam mais até o fundo da garganta. O Kiss é hoje tipo um circo Piolim do rock, com sua lona furada, seu leão desdentado, seu palhaço remendado. Por isso mesmo, têm sua graça, sua honestidade.
Cara Pintada - O Anhembi não lotou como em outros shows, mas os fanáticos pelo Kiss revelaram sua devoção - com muitos exibindo o rosto pintado e a língua escancarada, o público sabia quando Gene Simmons "cuspiria" sangue e também quando voaria suspenso pelo cabo. Ao final, não faltou nem a tradicional queima de fogos. Para delírio da galera.