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As residências de veraneio que se confundem com hotéis de luxo

Hotéis incensados que se confundem com as residências no entorno são cada vez mais comuns

Barracuda: janelas generosas, que escancaram a vista para o mar (Tarso Figueira/Divulgação)

Barracuda: janelas generosas, que escancaram a vista para o mar (Tarso Figueira/Divulgação)

Ivan Padilla
Ivan Padilla

Editor de Casual e Especiais

Publicado em 18 de novembro de 2023 às 08h00.

Uma coisa é alugar uma casa de praia no Airbnb. Outra é se hospedar nas residências no sul da Bahia do cantor sueco Tomas Ledin e do italiano Alessandro ­Catenacci, fundador e CEO do grupo hoteleiro Nobis, com sede em Estocolmo. Ao lado de mais oito investidores europeus, a dupla comprou o terreno de 26 hectares em Itacaré, onde foi erguido o Barracuda. Inaugurado em 2020, o hotel se destaca pela quantidade de decks, pilastras, treliças e painéis de cumaru, pela piscina de borda infinita e pelas janelas generosas, que escancaram a vista para o mar.

Irretocáveis, suas 17 suítes custam a partir de 2.350 reais a diária, mas mal se comparam às nove villas do empreendimento que podem ser alugadas — cada uma delas pertence a um dos investidores. Para até 16 pessoas, a maior de todas dispõe de uma piscina de borda infinita exclusiva e de oito suítes distribuídas em cinco bangalôs interligados por decks (a partir de 19.900 reais a diária). Quem reserva qualquer uma das villas tem direito aos mesmos serviços de hotelaria que os demais hóspedes, além de mordomias exclusivas.

Hotéis incensados que se confundem com as residências no entorno são cada vez mais comuns. Pegue, como exemplo, o Frade Vilas, empreendimento imobiliário que ladeia o hotel Fasano de Angra dos Reis. É formado por blocos de apartamentos de até 600 metros quadrados — estes custam cerca de 19 milhões de reais. Quem adquire um dos imóveis, também disponíveis para locações pontuais, pode acessar qualquer uma das dependências do hotel e desfrutar todos os mimos oferecidos por ele — basta se associar ao chamado Marea Club, que custa 10.000 reais por ano.


Paraíso particular

Pedras do Patacho: bangalôs de frente para o mar com piscina privativa e seis suítes com banheira de pedra vulcânica (Divulgação/Divulgação)

O hotel Pedras do Patacho, em Alagoas, saiu do papel sem derrubar nenhum coqueiro

A 110 quilômetros de Maceió, a Praia do Patacho é uma das mais incensadas de Alagoas. Foi onde o advogado Luciano ­Caribé e o arquiteto e empresário Thiago Monteiro resolveram erguer casas de praia em conjunto, que logo se transformaram no Pedras do Patacho. Construído sem que nenhum coqueiro do terreno fosse derrubado, o hotel butique dispõe de 23 acomodações que mesclam pedras, elementos de madeira e detalhes de aço corten. Há dois bangalôs de frente para o mar com piscina privativa e seis suítes com banheira de pedra vulcânica. Diá­rias a partir de 1.890 reais.


Turismo sem mudar de cidade

Palácio Tangará: uma das mais piscinas mais instagramável da cidade (Divulgação/Divulgação)

Hotéis urbanos como o Palácio Tangará se converteram em ímãs de visitantes locais

Que o Palácio Tangará faria barulho ninguém duvidava. O que nem todo mundo imaginava é que ele se converteria em um ímã de visitantes locais. Inaugurado em 2017, o imponente prédio branco convida os visitantes a se imaginarem em qualquer lugar do mundo — menos em São Paulo. Colado ao Parque ­Burle Marx, que imprime um ar bucólico, o empreendimento dispõe de 141 espaçosos apartamentos, sendo 59 suítes. Os mais disputados, como é de imaginar, estão voltados para a piscina, das mais instagramáveis da cidade (as diárias partem de 2.900 reais).

Um dos dois restaurantes do Tangará descortina a mesma vista, a da piscina. Falamos do Pateo do Palácio, que vive lotado e serve pratos como mexilhões ao creme de açafrão e risoto de vieiras com couve-flor e alcachofra. O restaurante principal leva a assinatura do chef francês Jean-Georges Vongerichten, que incluiu no menu iguarias como carpaccio de wagyu. Entre os pratos principais há magret de pato grelhado e risoto de lagostim.

Cair nas graças da clientela local é uma meta importante para inúmeros hotéis, mas atingi-la nem sempre é fácil. O carioca Arpoador, cujo nome já diz onde fica, só conseguiu isso depois de uma bela reforma, há poucos anos. Só então transformou seu bar de praia, o Arp, que descortina uma vista privilegiada, em um reduto de cariocas. Serve drinques como o Gosto e o Sumo, que leva gim, shrub de manga, espumante e alecrim. As diárias do hotel custam a partir de 1.030 reais.


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