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As entradas viraram pratos principais — e vice-versa

O restaurante Animus, no Baixo Pinheiros, é o mais recente a derrubar a hierarquia entre as receitas e sugerir que a clientela partilhe várias delas

Restaurante Animus, da chef Giovanna Grossi (Thays Bittar/Divulgação)

Guilherme Dearo

Publicado em 10 de março de 2020 às 07h00.

Última atualização em 10 de março de 2020 às 07h00.

Você pergunta se determinado prato serve duas pessoas, acredita na negativa mal-humorada do garçom e depois se vê diante de comida suficiente para uma família. Se antes restaurantes requintados torciam o nariz para a ideia de incluir no menu receitas para compartilhar, hoje elas são a base de inúmeros endereços festejados.

Com uma diferença: via de regra, um só prato nunca é suficiente para matar a fome de duas pessoas. Dá na mesma, certo? Sim, mas a ideia é incentivar a clientela a provar o máximo possível do cardápio. O sucesso dos pratos para partilhar eis o verbo mais repetido motivou outra mudança: o fim da hierarquia entre os principais e as entradas. Afinal, se é tudo para dividir, o que difere uma coisa da outra?

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Tome-se, por exemplo, o Animus, em funcionamento desde janeiro no Baixo Pinheiros, em São Paulo. Pertence à chef Giovanna Grossi, primeira brasileira a chegar à final do torneio Bocuse d’Or. Instalado no imóvel de esquina deixado vago pelo Forquilha, entrega à clientela um menu com apenas três divisões.

Creme de cogumelos com emulsão de manteiga (Thays Bittar/Divulgação)

Tartare de carne com maionese da casa e casca de laranja confitada: do Animus (Thays Bittar)

A primeira informa as duas opções de couvert pão de fermentação natural com azeite (R$ 9) ou crostata com flores e ervas mais manteiga noisette (R$ 6). Na sequência, o menu lista as porções salgadas e ao, fim, as doces. Simples assim.

Em pequenas quantidades, todas são servidas em pratinhos ou potinhos de cerâmica. A sugestão da chef: junte várias pessoas, peça várias receitas e deixe tudo no meio da mesa.

Da seção salgada recomendamos o tartare de carne incrementado com casca de laranja confitada e maionese da casa (R$ 25), o arroz cremoso de cordeiro (R$ 30), a tortinha com creme de queijo, legumes e chips de batata doce (R$ 25) e o spätzle com tomate assado e creme de queijo (R$ 22).

Se bem que o creme de cogumelos com emulsão de manteiga (R$ 20) e o polvo com laranja e creme de batata doce (R$ 30) também não podem ficar de fora. Sim, bater o martelo não é fácil.

De sobremesa, que muito restaurante já se habituou a entregar sempre com várias colheres, os hits são o mousse de caramelo com compota de maçã e crocante de especiarias (R$ 18) e a espuma de pudim com crocante de limão e calda de caramelo (R$ 12).

Bolo de chocolate cremoso e creme inglês com cumaru e cachaça envelhecida (Thays Bittar/Divulgação)

Tortinha com creme de queijo, legumes e chips de batata doce roxa (Thays Bittar)

Animus: Rua Vupabussu, 347, Baixo Pinheiros, São Paulo, tel. (11) 2371-7981. Seg. a qui. 12h/15h e 19h/23h; sex. e sáb. 12h/16h e 19h/23h30; dom. 12h/17h.

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