Arquiteto mexicano projeta casas com design mais próximo da origem humana
Javier Senosiain tornou-se, há quase 30 anos, pioneiro na construção de casas utilizando a arquitetura orgânica, no México.
Da Redação
Publicado em 31 de agosto de 2011 às 22h11.
Cidade do México - Na caótica área metropolitana de Cidade do México, um arquiteto busca mudar a paisagem urbana com propostas como o 'Nido de Quetzalcóatl', Ninho de Quetzalcóatl, um complexo de apartamentos construído dentro do corpo de uma serpente que se desloca entre jardins suspensos.
Inspirado no catalão Antoni Gaudí e no mexicano Juan O'Gorman, entre outros, Javier Senosiain tornou-se, há quase 30 anos, pioneiro na construção de casas utilizando a arquitetura orgânica, no México.
"Me dei conta de que os espaços curvos são mais agradáveis, mais humanos e me preocupei com a busca destes lugares", disse Senosiain à AFP, enquanto percorre os jardins do 'Nido de Quetzalcóatl', um de seus mais recentes trabalhos, erguido em Naucalpan, um município afastado da capital mexicana.
Este complexo de 10 apartamentos foi concluído em 2008 em um terreno acidentado, resgatado pelo arquiteto quando alguns de seus colegas pensavam em aplainá-lo para construir ruas e casas.
Nessa depressão, de 5.000 m2, o arquiteto planejou uma espécie de tubo confeccionado em ferro e cimento, apoiando-se em alguns pontos do terreno, projetando dentro os 10 apartamentos de 200 m2, suspensos a 20 metros de altura sobre jardins, simulando as curvas sinuosas de uma serpente.
"A arquitetura orgânica leva em conta, também, a questão da identidade e da cultura", explica o criador, quem se inspirou na deidade Quetzalcóatl, uma palavra do idioma indígena náhuatl que significa 'serpente emplumada'.
Com vários andares de jardins e três espelhos de água natural, o complexo conserva uma gruta, originalmente uma mina, transformada em centro de entretenimento para os moradores.
Nas entradas dos estacionamentos, em dois extremos do complexo, no nível da rua, foram construídas a grande cabeça e a cauda da serpente, com cerâmica de cores chamativas.
"Gaudí dizia que a palavra original vem da origem, então é preciso retornar à origem, ao tipo de casas nas quais o homem convivia com a natureza, sem afetar o terreno e a vegetação", comenta o arquiteto.
Nos espaços interiores das casas e apartamentos construídos por Senosiain, as paredes são curvas, com entradas de luz indireta, remetendo seus habitantes ao aconchego do ventre materno.
Este tipo de arquitetura está relacionada à habitação sustentável, que começou a permear entre os construtores na Cidade do México, de mais de 20 milhões de habitantes, onde as casas de baixo custo já são equipadas com painéis solares e outros tipos de técnicas ecológicas, considerou.
O construtor, para quem a arquitetura também precisa ser divertida, conta com 12 obras orgânicas na cidade do México, começando por sua própria casa semienterrada num grande jardim, construída em 1985, assim como as denominadas Nautilus, Ballena Mexicana, Casa Flor e outras, todas cercadas de vegetação abundante.
Estas obras procuram fazer com que as pessoas "não se movam como robôs, mas que circulem de maneira sinuosa, com o espaço fluindo, adaptando-se ao corpo", conclui o arquiteto, que, assim como o austríaco Friedensreich Hundertwasser, acredita que o ser humano tem cinco peles: a epiderme, a roupa, o lar, o entorno social e o mundial, que se estende ao infinito.
Cidade do México - Na caótica área metropolitana de Cidade do México, um arquiteto busca mudar a paisagem urbana com propostas como o 'Nido de Quetzalcóatl', Ninho de Quetzalcóatl, um complexo de apartamentos construído dentro do corpo de uma serpente que se desloca entre jardins suspensos.
Inspirado no catalão Antoni Gaudí e no mexicano Juan O'Gorman, entre outros, Javier Senosiain tornou-se, há quase 30 anos, pioneiro na construção de casas utilizando a arquitetura orgânica, no México.
"Me dei conta de que os espaços curvos são mais agradáveis, mais humanos e me preocupei com a busca destes lugares", disse Senosiain à AFP, enquanto percorre os jardins do 'Nido de Quetzalcóatl', um de seus mais recentes trabalhos, erguido em Naucalpan, um município afastado da capital mexicana.
Este complexo de 10 apartamentos foi concluído em 2008 em um terreno acidentado, resgatado pelo arquiteto quando alguns de seus colegas pensavam em aplainá-lo para construir ruas e casas.
Nessa depressão, de 5.000 m2, o arquiteto planejou uma espécie de tubo confeccionado em ferro e cimento, apoiando-se em alguns pontos do terreno, projetando dentro os 10 apartamentos de 200 m2, suspensos a 20 metros de altura sobre jardins, simulando as curvas sinuosas de uma serpente.
"A arquitetura orgânica leva em conta, também, a questão da identidade e da cultura", explica o criador, quem se inspirou na deidade Quetzalcóatl, uma palavra do idioma indígena náhuatl que significa 'serpente emplumada'.
Com vários andares de jardins e três espelhos de água natural, o complexo conserva uma gruta, originalmente uma mina, transformada em centro de entretenimento para os moradores.
Nas entradas dos estacionamentos, em dois extremos do complexo, no nível da rua, foram construídas a grande cabeça e a cauda da serpente, com cerâmica de cores chamativas.
"Gaudí dizia que a palavra original vem da origem, então é preciso retornar à origem, ao tipo de casas nas quais o homem convivia com a natureza, sem afetar o terreno e a vegetação", comenta o arquiteto.
Nos espaços interiores das casas e apartamentos construídos por Senosiain, as paredes são curvas, com entradas de luz indireta, remetendo seus habitantes ao aconchego do ventre materno.
Este tipo de arquitetura está relacionada à habitação sustentável, que começou a permear entre os construtores na Cidade do México, de mais de 20 milhões de habitantes, onde as casas de baixo custo já são equipadas com painéis solares e outros tipos de técnicas ecológicas, considerou.
O construtor, para quem a arquitetura também precisa ser divertida, conta com 12 obras orgânicas na cidade do México, começando por sua própria casa semienterrada num grande jardim, construída em 1985, assim como as denominadas Nautilus, Ballena Mexicana, Casa Flor e outras, todas cercadas de vegetação abundante.
Estas obras procuram fazer com que as pessoas "não se movam como robôs, mas que circulem de maneira sinuosa, com o espaço fluindo, adaptando-se ao corpo", conclui o arquiteto, que, assim como o austríaco Friedensreich Hundertwasser, acredita que o ser humano tem cinco peles: a epiderme, a roupa, o lar, o entorno social e o mundial, que se estende ao infinito.