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Arquiteto Francis Kéré é o vencedor do Prêmio Pritzker 2022

O trabalho de Kéré envolve a contratação de cidadãos burkinabés, a fim de garantir que a comunidade local se beneficie dos projetos

O arquiteto Francis Kéré, vencedor do Prêmio Pritzker. (Rita Franca/NurPhoto/Getty Images)
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Julia Storch

Publicado em 17 de março de 2022 às 09h33.

Última atualização em 17 de março de 2022 às 09h39.

Assim como para a literatura a maior premiação é o Nobel, para a arquitetura está o Prêmio Pritzker. Na edição deste ano, foi eleito vencedor o arquiteto de Burkina Faso Diébédo Francis Kéré, de 56 anos. Com o prêmio, o arquiteto ganhará 100 mil dólares e um medalhão de bronze.

Porém, mais do que o dinheiro, Kéré estará ao lado dos maiores nomes da arquitetura mundial, como Philip Johnson, Zaha Hadid, Oscar Niemeyer, Norman Foster e Tadao Ando. Conhecido por premiar "starchitects", ou seja, celebridades do mundo da arquitetura, o Prtizker passou a valorizar arquitetos menos conhecidos, mas com trabalhos que visam o bem-estar social.

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“Através de edifícios que demonstram beleza, modéstia, ousadia e invenção, e pela integridade de sua arquitetura e gesto, Kéré defende graciosamente a missão deste Prêmio”, comunicou a premiação.

O trabalho de Kéré envolve a contratação de cidadãos burkinabés, a fim de garantir que a comunidade local se beneficie dos projetos.

Instalação de arte no Festival Coachella em 2019. (Natt Lim/Getty Images)

“Normalmente, com instalações públicas aqui, ninguém está cuidando deles”, disse Kéré ao site Architectural Digest em 2014. “Mas as pessoas se dedicam a esses projetos, se sentem conectadas a eles. E se algo acontecer, eles são capazes de consertá-los.”

Seu primeiro projeto foi a Escola Primária Gando, de 2001. O edifício faz parte do projeto da Fundação Kéré, criada em 1998 pelo arquiteto para dar acesso às crianças a salas de aulas. O projeto resultou no Prêmio Aga Khan de Arquitetura em 2004.

Kéré nasceu em 1965 em Gando, Burkina Faso, onde cresceu sem eletricidade ou acesso a água potável. Ainda na adolescência se mudou para a Alemanha com uma bolsa de estudos para ingressar em um curso de carpintaria. Anos mais tarde ingressou no curso de arquitetura na Universidade Técnica de Berlim.

Após a graduação decidiu retornar ao seu país de origem, a fim de fornecer seus conhecimentos às comunidades locais. Em 2005 inaugurou duas sedes para o escritório Kéré Architecture, em Berlim e Burkina Faso.

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