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Apple compra programas antigos para TV+ em desafio à Netflix

A medida representa uma sutil mudança de estratégia para o Apple TV+, lançado em novembro com programas originais

Apple TV+: investimentos para ampliar catálogo (Samsung/Divulgação)

Apple TV+: investimentos para ampliar catálogo (Samsung/Divulgação)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 21 de maio de 2020 às 06h00.

Última atualização em 21 de maio de 2020 às 10h06.

A Apple decidiu comprar filmes e programas antigos para o serviço de streaming TV+ e criar um catálogo de conteúdo que possa fazer frente às enormes bibliotecas disponíveis na Netflix, Hulu e Disney+.

Os executivos de programação de vídeo da empresa aceitaram ofertas de estúdios de Hollywood para o licenciamento de conteúdo antigo para o TV+ e compraram alguns programas e filmes, segundo pessoas a par do assunto.

A medida representa uma sutil mudança de estratégia para o Apple TV+, lançado em novembro com programas originais. A empresa planeja manter o TV+ focado em programas originais e ainda não comprou grandes franquias ou blockbusters para o catálogo, segundo as pessoas, que falaram sob condição de anonimato.

Ainda assim, é um reconhecimento de que serviços de streaming bem-sucedidos geralmente têm uma combinação de programas antigos e novos. Essa tem sido a fórmula da Netflix, Hulu e Disney+, da Disney, e Prime Video da Amazon.com.

O serviço da Netflix tem milhares de títulos. Já o Apple TV+ lista menos de 30 filmes e programas originais no site, que incluem o “The Morning Show”, estrelado por Reese Witherspoon e Jennifer Aniston, e “Defending Jacob”, com Chris Evans.

Mas o TV+ é mais barato do que a maioria dos rivais. Custa US$ 4,99 por mês, menos da metade da assinatura típica da Netflix, e é gratuito por um ano para quem compra aparelhos da marca Apple.

Até recentemente, a Apple evitava comprar direitos para programas antigos como “Seinfeld”, que está na Netflix, ou “Friends”, que estará disponível na HBO Max. Em vez de adquirir ou criar sua própria biblioteca, a Apple tem buscado trabalhar com parceiros de mídia. O novo aplicativo de TV da empresa, lançado no ano passado, possui recursos de assinatura incorporados para serviços como Starz, Showtime e HBO.

Mas essa abordagem produziu resultados diversos. Embora cerca de 10 milhões de pessoas tenham assinado o TV+ em fevereiro, apenas metade desse número usou ativamente o serviço, de acordo com pessoas a par do assunto.

Esses números são ofuscados pelo Disney+, que registrou mais de 10 milhões de usuários no prazo de um dia desde o lançamento nos EUA e, desde então, ultrapassou 50 milhões de assinantes. A Netflix adicionou quase 16 milhões de clientes apenas no primeiro trimestre de 2020.

Ainda assim, o Apple TV+ ajudou a expandir o segmento de serviços da empresa, que no último trimestre gerou US$ 13,3 bilhões para a gigante da tecnologia ou cerca de 23% da receita. A Apple não informou a receita gerada pelo TV+ ou o número de assinantes. Mas, em entrevista em abril, o CEO Tim Cook disse à Bloomberg Television que o uso do serviço aumentou devido ao maior número de pessoas em casa devido à pandemia.

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