Alugar roupas polui mais do que jogá-las fora, diz estudo
Ainda que seja uma alternativa “verde”, o aumento no meio de transporte e lavagem a seco são reflexos negativos do aluguel de peças
Julia Storch
Publicado em 8 de julho de 2021 às 12h14.
Última atualização em 8 de julho de 2021 às 12h19.
Um estudo publicado pela revista científica finlandesa Environmental Research Letters revelou que a alternativa sustentável de aluguel de peças é pior para o meio ambiente do que jogá-las fora.
O impacto ambiental foi avaliado através de cinco análises, dentre estas o descarte de peças, aluguel, revenda e reciclagem.O aluguel de peças foi visto como a pior opção ao meio ambiente devido ao transporte para diversos clientes, custos de embalagem e a lavagem a seco entre as entregas. O estudo utilizou um par de jeans como modelo de análise.
O aluguel de roupas, tanto para festas quanto para o dia a dia, vem crescendo como uma alternativa sustentável ao fast fashion . Em entrevista à EXAME, o site de aluguel de roupas Reloved, braço do Dress&Go, revelou que clientes do site costumam utilizar apenas 30% das peças no guarda-roupa.
Além de liberar espaço físico no guarda-roupa, através do site é possível lucrar até cinco vezes o valor da peça com o aluguel. Na venda, a dona da peça fica com 60% do lucro, já no aluguel com 30%. “A ideia desse projeto é de revenda, mas não do modo tradicional, porque as peças mais caras poderão ser alugadas antes da compra”, explica Bárbara Almeida, cofundadora do site.
Ainda que a produção de roupas tenha dobrado no mundo nos últimos 15 anos, o número de vezes que uma peça é usada diminuiu 36%, segundo a Fundação Ellen MacArthur. De acordo com a ONU, 10% das emissões de gases de efeito estufa vêm da indústria da moda.
Porém, ainda que o aluguel de roupas seja visto como uma solução tão não positiva, segundo dados da GlobalData, o setor, que valerá 2,3 bilhões de libras até 2029, foi apontado como uma possível solução para a indústria poluente da moda.
Para um aluguel mais “verde”, pesquisadores sugerem a utilização de meios de transporte de baixo carbono e “novos modelos de negócios combinados com a produção de peças mais duráveis e reparáveis”.
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