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Alexandre Birman quer lançar uma nova semana de moda nacional já em 2025

O CEO do grupo Azzas 2154, resultante da fusão entre Arezzo e Soma, conta os planos para montar uma nova fashion week, que pode acontecer em São Paulo ou no Rio de Janeiro

Alexandre Birman: evento de lançamento das ações da Azzas 2154 (Azzas 2154/Divulgação)
Ivan Padilla

Editor de Casual e Especiais

Publicado em 1 de agosto de 2024 às 14h14.

Última atualização em 1 de agosto de 2024 às 16h33.

A fusão de Arezzo e Soma levou bastante tempo sendo costurada e foi selada em um jantar no apartamento de Alexandre Birman, perto da avenida Faria Lima, em São Paulo. Na saída, o anfitrião, CEO e filho do fundador da Arezzo, reforçou com Roberto Jatahy, então CEO do Soma, qual era o objetivo final de toda negociação: fortalecer a moda brasileira.

Birman relembrou essa história na manhã desta quinta-feira, 1 de agosto, na B3, em São Paulo, em discurso no evento de lançamento das ações da Azzas 2154. A nova empresa reúne marcas como Farm, Hering, Reserva e Animale, além dos calçados da Arezzo. Juntas, as 22 grifes formam o maior conglomerado de moda da América Latina.

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Na mesma fala, enquanto citava números da nova companhia, entre produção, colaboradores e faturamento, Birman reforçou que a ideia do grupo era ajudar a organizar uma nova semana de moda nacional, apoiar novos criadores e fortalecer toda a indústria, para além da meta de atingir bons resultados financeiros.

Semanas internaconais de moda como exemplo

“Como a Azzas 2154 vai influenciar o calendário da moda? A base de tudo é o calendário”, disse Alexandre Birman, em conversa com os jornalistas logo após a cerimônia da B3. “Nos últimos anos teve uma desorganização da São Paulo Fashion Week com a entrada de um sócio investidor, de um fundo que investiu em entretenimento, de luta a festival de música, e tentou colocar o Fashion Week como se fosse um evento comercial.”

Birman estava se referindo à compra de 50,5% das ações da Luminosidade, braço do grupo InBrands que comanda a semana de moda de São Paulo, pela IMM Participações, de propriedade do fundo de investimentos Mubadala, de Abu Dhabi.

“O calendário da moda, com as quatro principais semanas do mundo, Nova York, Londres, Paris, Milão e Paris, acontece na mesma semana há décadas”, afirmou Birman. “Porque você tem um calendário, as pessoas se programam. Hoje está muito desorganizado, você tem uma fashion week que vai acontecer numa data que não tem a ver com as marcas. Então estamos em conversa sim com o Paulo Borges.”

São Paulo ou Rio de Janeiro?

Paulo Borges é o fundador e hoje sócio da São Paulo Fashion Week. Ele estava presente no evento da B3. Em dado momento, quando os diretores do novo grupo Azzas 2154 foram chamados para uma foto de equipe, ele foi chamado também.

Existem outras possibilidades que a gente está estudando”, disse Birman. “Existe uma questão de São Paulo e Rio de Janeiro nisso que está sendo discutida. A gente não encontrou essa fórmula. A prefeitura do Rio está querendo investir muito para levar o evento para lá.”

A maior parte das marcas de moda do novo grupo, vale lembrar, vêm do Soma, com sede no Rio. “A gente vai fazer, vai organizar a fashion week, isso é uma realidade. Não vai ser ainda para o segundo semestre de 2024, apesar de a gente fazer um bom investimento já no evento deste ano.”

Prêmio para jovens talentos

O grupo vai lançar na São Paulo Fashion Week o prêmio Azzas 2154, inspirado, segundo Birman, no LVMH Prize. “Vamos investir em três talentos por ano. Essa cifra vai ficar entre 1 e 3 milhões de reais. Não vamos só investir financeiramente, mas com mentoria e todo apoio para essas marcas crescerem.”

O CEO do grupo Azzas 2154 diz que a premiação ainda está em fase de definição. Não se sabe se os jovens estilistas serão incorporados ao grupo, por exemplo. “A pedra fundamental desse investimento, além da organização do calendário, é trazer as marcas para serem parceiras nessa semana de moda que a gente vai criar a partir de 2025.”

Segundo Birman, em suas próprias palavras, o foco será apoiar talentos emergentes que ficam presos nas dificuldades operacionais de suprimento e não conseguem dar asas à sua criatividade. “Nós vamos estar aqui para dar esse suporte.”

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