Acusado de agressão sexual, Weinstein quer que Justiça rejeite processo
O produtor de cinema Harvey Weinstein defendeu hoje que a atriz Ashley Judd esperou muitos anos para apresentar sua denúncia
EFE
Publicado em 19 de julho de 2018 às 10h33.
Última atualização em 19 de julho de 2018 às 10h33.
Los Angeles - O produtor de cinema Harvey Weinstein pediu nesta quarta-feira ao Supremo Tribunal de Los Angeles (Estados Unidos) que rejeite o processo que a atriz Ashley Judd apresentou contra ele em abril e em que, entre outros crimes, o acusava de assédio sexual e difamação.
O site especializado "The Hollywood Reporter" detalhou os argumentos que Phyllis Kupferstein, advogada de Weinstein, apresentou na corte californiana para defender o produtor, que, por outro lado, está sendo julgado em Nova York por seis acusações relacionadas com agressões sexuais.
Segundo o relato de Judd, Weinstein tentou assediá-la durante uma reunião que aconteceu em um hotel de Beverly Hills (Califórnia) entre o final de 1996 e início de 1997.
Diante da recusa de Judd, Weinstein supostamente começou uma campanha de difamação em Hollywood para impedir que ela tivesse acesso a papéis importantes, por exemplo, nos filmes da trilogia de "O Senhor dos Anéis".
Como resposta a estas acusações, Weinstein defendeu hoje que a intérprete esperou muitos anos para apresentar sua denúncia.
"A litigante certamente soube do suposto assédio sexual e seus traumas, se os houve, no momento do encontro no hotel", afirmou.
"Além disso, ela soube que não tinha sido selecionada para 'O Senhor dos Anéis' para quando começou a filmagem", acrescentou sobre uma trilogia cujo primeiro filme, "A Sociedade do Anel", estreou em 2001.
"Judd afirma que não sabia até o final de 2017 que Weinstein estava supostamente por trás da decisão do casting. No entanto, admite que não investigou o motivo de não ter sido selecionada pois não queria incomodar Peter Jackson (diretor). Em consequência disso, sua demora em apresentar o processo se deve à sua própria falha de agir razoavelmente e não a uma má conduta de Weinstein", disse.
Este argumento se refere ao suposto episódio de assédio sexual que Judd descreve no processo contra o produtor.
A atriz foi a uma reunião com Weinstein, que a recebeu com um roupão de banho e pediu que ela lhe fizesse uma massagem, negada por Judd.
O produtor também teria pedido para que a atriz o ajudasse a escolher sua roupa e ver como ele tomava banho, duas propostas rejeitadas por Ashley Judd.
O advogado da atriz, Theodore Boutrous, qualificou os argumentos de Weinstein de "infundados" e "ofensivos".
Além disso, afirmou que vai provar nos tribunais que Harvey Weinstein "prejudicou maliciosamente" a carreira de Ashley Judd quando ela rejeitou suas propostas sexuais.