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A reinvenção da lingerie após a pandemia

A estrela do pop Rihanna antecipou a tendência exibindo sua gravidez em uma camisola transparente e calcinha preta

Desfile no Salão Internacional da Lingerie, em Paris. (AFP/AFP)
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AFP

Publicado em 21 de junho de 2022 às 13h09.

Última atualização em 21 de junho de 2022 às 13h10.

A covid colocou barreiras na intimidade, o movimento MeToo denunciou excessos, mas com o fim da pandemia, a lingerie volta com força.

A estrela do pop Rihanna antecipou a tendência na passarela da Dior no auge do inverno em Paris, exibindo sua gravidez em uma camisola transparente e calcinha preta.

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A atriz Megan Fox escandalizou com uma micro lingerie à mostra sob um vestido Mugler em uma premiação da MTV.

O Salão Internacional da Lingerie de Paris terminou na segunda-feira com desfiles que não apenas mostraram corpos esculturais, mas também modelos com tamanhos diversos, como têm feito as campanhas publicitárias.

Saem as máscaras, voltam as rendas

A lingerie à mostra volta com força total, após dois anos de máscaras, luvas e ausência de contato.

"É uma tendência que está muito forte na cultura pop. Rihanna, Cardi B, Kim Kardashian se apoderaram destes códigos de maneira muito extrovertida e com um real dimensão feminista", explica à AFP Renaud Cambuzat, diretor de criação e imagem da marca francesa Chantelle.

O Instagram é a vitrine para esse movimento "sexy descomplicado", que está sendo adotado "pelas gerações mais jovens e também entre a meia idade", declarou à AFP Jacqueline Quinn, criadora e professora do Fashion Institute of Technology de Nova York.

A conhecida marca Victoria's Secret abandonou seu slogan "Um corpo perfeito" e agora expões uma maior diversidade de modelos, com diferentes idades, tamanhos e estilos, como por exemplo a jogadora de futebol americana Megan Rapinoe, símbolo LGBT.

"Há quatro ou cinco anos, em pleno movimento #MeToo, surgiu uma forte vontade de fazer algo com maior representação. A luta do #MeToo não apenas venceu, mas também abriu novas perspectivas. Há mulheres e marcas com legitimidade" para propor um retorno à lingerie ultra sexy, disse Renaud Cambuzat.

"Não devemos confundir o #MeToo com puritanismo. Uma mulher pode seduzir, por vontade própria" declara à AFP Samar Vignals, da marca Aubade.

De suas conhecidas publicidades em branco e preto, com peças sugestivas e decotes pronunciados, a Aubade passou a mostrar modelos que olham diretamente para a câmera e propõem "uma sedução franca".

Após a "necessidade de conforto" derivada da pandemia, as clientes da Aubade agora querem "mais audácia", garante a estilista.

"A calcinha de fio e a tanga são nossas campeãs de vendas", destaca Samar Vignals.

Desfile no Salão Internacional da Lingerie, em Paris. (AFP/AFP)

Sexualidade desenfreada, mas nem tanto

"Vemos o retorno da sexualidade desenfreada dos anos 2000, a códigos que remetem ao arquétipo da mulher objeto mas que já não têm o mesmo sentido (...). Não se trata de uma exigência de sedução, mas de uma reapropriação, de maneira feminista, de trajes sexualizados", explica Benjamin Simmenauer, professor do Instituto Francês de Moda.

Se trata de "desdramatizar a sedução", explica Aline Tran, fundadora de uma loja de lingerie erótica em Paris.

"Agora se fala muito mais em aceitar seu corpo(...) A sedução é um ativo super feminista e faz parte da tendência de retomar o controle de seu corpo", explica.

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