Prova de Fórmula E na África do Sul: dois campeões brasileiros desde a criação (Fórmula E/Divulgação)
Editor de Casual e Especiais
Publicado em 23 de março de 2023 às 06h30.
No próximo sábado (25), no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, acontece o Julius Baer São Paulo E-Prix 2023, a sexta etapa da 9ª temporada do Mundial de Fórmula E. Com dois brasileiros no grid, a categoria, reconhecida por ser a primeira no mundo com emissão zero de carbono, movimentará mais de 300 milhões de reais na economia, segundo Ricardo Nunes, prefeito da capital.
A etapa brasileira conta com patrocínio de marcas como TAG Heuer, Moet & Chandon, Heineken, DHL, entre outras.
Criada em 2014, a modalidade já teve dois brasileiros campeões: Nelsinho Piquet, no primeiro ano do mundial, e Lucas Di Grassi, em 2017. Di Grassi segue competindo e nesta temporada defenderá a equipe indiana Mahindra. Além dele, o outro brasileiro no grid é Sérgio Sette Câmara, que corre pela NIO 333 Racing.
A atual temporada da principal categoria elétrica do automobilismo também marcou a estreia dos carros da terceira geração, o Gen3. Com uma nova identidade visual, o carro é mais rápido em 100 quilômetros por hora quando comparado ao da geração 2, podendo atingir a velocidade de 332 quilômetros por hora. Um carro de Fórmula 1, por exemplo, alcança a velocidade de 360 quilômetros por hora, aproximadamente.
Outra mudança importante é que, agora, os carros contam com dois motores: um na parte dianteira e outro na traseira. Por conta dessa novidade, 40% de toda a energia consumida durante a prova virá do próprio carro.
“A Fórmula E traz consigo essa marca de ser a única com zero emissão de carbono, então isso já confere a ela um caráter bastante popular e inovador. Fora isso, toda a tecnologia que será desenvolvida em todos os seus sistemas com certeza migrará para os carros comerciais, então eu acredito bastante que a Fórmula E se tornará cada ano mais popular e vai lançar sinais positivos para a ampliação da utilização do carro elétrico em todo o mundo”, afirma Ricardo David, diretor da Elev, empresa que atua no ramo da mobilidade elétrica.
Em 2022, a escuderia McLaren, uma das tradicionais da Fórmula 1, oficializou sua entrada na Fórmula E ao comprar a Mercedes. Além dela, a montadora italiana Maserati também está presente na disputa, retornando ao automobilismo em parceria com a Venturi Racing.
Com ingressos que variam de 300 a 350 reais, dos oito setores disponíveis para a corrida deste sábado, cinco já estão esgotados no site oficial do evento.
“O brasileiro sempre teve uma ligação muito forte com o automobilismo, basta a gente relembrar o quão representativas ainda são as figuras de Ayrton Senna, Emerson Fittipaldi, Felipe Massa e outros pilotos em nosso país. E a Fórmula E tende a ganhar cada vez mais visibilidade por aqui, principalmente com o público jovem, que é engajado com marcas que demonstram preocupação com a sustentabilidade. Existe um potencial enorme a ser explorado com esse tipo de público e é preciso ir aonde esse consumidor está, como nas redes sociais e nas plataformas de streaming”, afirma Renê Salviano, CEO da agência Heatmap e especialista em marketing esportivo.
“Assim como a Fórmula 1 e a Fórmula Indy representaram ao longo do tempo uma importância significativa no mercado automobilístico, os grandes avanços dessa indústria vieram de transformações e aperfeiçoamentos dos veículos utilizados nessas corridas. Não tenho dúvida que essa categoria trará uma popularização do veículo elétrico e o tornará mais conhecido”, complementa Ricardo David.