Exame Logo

A dupla brasileira que quer colocar a cachaça em destaque no país

Ainda que o gim tenha tido êxito nos últimos anos no país, empresas nacionais de cachaça buscam aquecer o consumo da bebida no Brasil e redefinir a percepção do público sobre o destilado

Quero Chuva: introdução de diferentes cachaças saborizadas para expandir o mercado consumidor. (Quero Chuva/Divulgação)
Júlia Storch

Repórter de Casual

Publicado em 3 de janeiro de 2024 às 13h39.

Gelo, açúcar, limão e cachaça, quatro ingredientes que representam a cultura etílica nacional: a caipirinha. E como ingrediente principal, a cachaça , destilado feito a partir da fermentação do caldo da cana-de-açúcar, ocupa um lugar central nas celebrações e nas mesas dos brasileiros, e é a segunda bebida alcoólica mais consumida no país, atrás da cerveja.

Ainda que o gim tenha tido êxito nos últimos anos no país, empresas nacionais de cachaça buscam aquecer o consumo da bebida no Brasil e redefinir a percepção do público sobre o destilado. Um caso é a cachaça Quero Chuva, produzida em Piracicaba (SP), e que atualmente possui, além da cachaça prata, versões saborizadas com canela, limão, banana, mel, coco e açaí com guaraná.

Veja também

Em conversa com Casual EXAME, Leonardo Gama e Gabriel Collares, sócios da Quero Chuva falam sobre o mercado de cachaça no Brasil e os planos da empresa para se aproximar do paladar dos brasileiros.

Como surgiu a ideia de produzir cachaça e quais são as estratégias da Quero Chuva para diferenciar-se no mercado?

Leonardo Gama: A ideia surgiu da percepção de que, apesar da cachaça ser uma bebida brasileira, o consumo estava em baixa, especialmente entre os jovens. A intenção era revitalizar o consumo de cachaça no Brasil, proporcionando boas experiências e criando uma marca jovem, ousada e divertida.

A marca busca diferenciar-se oferecendo não apenas cachaças tradicionais, mas também opções saborizadas, como uma porta de entrada para o universo da cachaça. Esses aperitivos são vistos como uma forma de quebrar a barreira de desconfiança que os consumidores podem ter em relação à bebida.

Sabores de cachaça da destilaria Quero Chuva. (Quero Chuva/Divulgação)

Como a cachaça é percebida pelos consumidores atualmente?

LG: A empresa está trabalhando para desmitificar a ideia de que todas as cachaças são iguais, buscando diferenciação na produção cuidadosa e na oferta de produtos saborizados. A proposta é mostrar que a cachaça pode ser apreciada de diversas formas, não se limitando apenas à tradicional caipirinha.

Queremos proporcionar experiências positivas aos consumidores. A presença em eventos, bares e restaurantes é uma estratégia para conectar-se com o público e mostrar a versatilidade da bebida.

Além das cachaças tradicionais, a Quero Chuva tem planos de lançar novos sabores ou edições limitadas?

Gabriel Collares: Sim, a marca possui um DNA experimental e está aberta a lançar novas edições limitadas, explorando diferentes sabores. A ideia é seguir um caminho semelhante ao que Absolut fez no passado, introduzindo edições especiais que, se bem-sucedidas, podem entrar na linha permanente.

Destacamos que o nosso processo de produção é mais cuidadoso do que o de cachaças de larga escala. A cachaça Quero Chuva é vendida a 67,90 reais e busca mostrar ao consumidor que a diferenciação de qualidade se reflete no preço.

Quais são os pontos de venda da Quero Chuva no Brasil?

GC: A marca está presente em redes de supermercados, como Pão de Açúcar, e também opera por meio do Zé Delivery e de seu próprio e-commerce. Além disso, focamos em bares e restaurantes, para proporcionar uma experiência completa aos consumidores.

Qual é a estratégia de distribuição da Quero Chuva para os próximos anos?

GC: A empresa está focando inicialmente na região Sudeste, com ênfase no Rio de Janeiro. Para 2024, planejamos explorar todos os estados do Brasil por meio de distribuidores locais, buscando parceiros alinhados com a proposta da marca.

Qual é a expectativa de crescimento da Quero Chuva para os próximos anos?

GC: Fechamos 2023 com um faturamento de 1,2 milhão de reais e, para 2024, a meta é atingir 3,5 milhões de reais, com planos de expansão para diferentes estados do Brasil.

Acompanhe tudo sobre:bebidas-alcoolicasCachaçaBares

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Casual

Mais na Exame