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A cena de estupro de "O Último Tango em Paris" foi mesmo estupro

"Eu não queria Maria encenando humilhação, raiva, queria ela sentindo isso... a raiva, a humilhação.", disse Bernardo Bertolucci em depoimento

Último Tanto em Paris: “Eu era tão jovem e inexperiente e não entendia todo o conteúdo sexual do filme", afirmou Schneider em 2011

Último Tanto em Paris: “Eu era tão jovem e inexperiente e não entendia todo o conteúdo sexual do filme", afirmou Schneider em 2011

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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2016 às 17h28.

Última atualização em 6 de dezembro de 2016 às 11h54.

Aclamado pelos críticos de arte, o controverso filme “O Último Tango em Paris”, de 1972, dirigido pelo italiano Bernardo Bertolucci é normalmente lembrado pela cena explícita e perturbadora de estupro.

Na sequência, Paul, personagem de Marlon Brando, com 48 anos na época, após, no início do longa, começar um relacionamento sexual com Jeanne, interpretada por Maria Schneider, utiliza um pedaço de manteiga para fazer sexo anal com ela sem consentimento.

Enquanto, Brando e Bertolucci receberam diversas indicações em importantes prêmios pelo trabalho, Schneider, na época com apenas 19 anos, ficou traumatizada pela experiência.

Antes de morrer, em 2011, ela revelou ao Daily Mail: “Eu era tão jovem e inexperiente e não entendia todo o conteúdo sexual do filme. Eu deveria ter chamado meu agente ou advogado para estar comigo no set porque você não pode forçar alguém a fazer algo que não está no roteiro, mas eu não sabia disso”.

Em uma entrevista chocante, de 2013, para o programa holandês “College Tour”recuperada pela Elle, o próprio diretor admite ter combinado com Brando filmar o estupro sem contar todos os detalhes para a atriz.

“A cena da manteiga foi uma ideia que eu tive com Marlon na manhã antes da filmagem. Eu fui, de certa forma, horrível com Maria porque não contei para ela o que ia acontecer. Queria a reação dela como mulher, não como atriz”.

(Infelizmente tem mais)

“Eu queria ela humilhada. Acho que ela odiou muito a gente por não contarmos nada”, afirmou. De acordo com ele, apesar de ter se sentido muito culpado, não se arrependeu da decisão. “Para conseguirmos algo, eu acredito que você precisa ser completamente livre. Eu não queria Maria encenando humilhação, raiva, eu queria ela sentindo isso… a raiva, a humilhação. Por isso, ela me odiou por toda a vida dela”.

Não importa a situação, quando o sexo não é consensual, é estupro, sim.

Precisa denunciar? A vítima (ou quem deseja reportar um abuso) deve ligar para o 180. A denúncia é encaminhada para os órgãos competentes, que irão averiguar o crime.

Caso tenha condições, a pessoa deve ir imediatamente a uma delegacia de polícia mais próxima o possível ao local dos fatos.  Os criminosos podem ser indiciados até 6 meses depois de que a vítima toma conhecimento de sua identidade.

Essa matéria foi originalmente publicada no MdeMulher

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