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A boa safra de jovens designers cariocas

A boa safra de designers do Rio de Janeiro pensa em soluções sustentáveis e valoriza peças simples e bem-humoradas

Jovens designers (Fabio Kotinda/Fernanda Prado)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2014 às 14h19.

Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h09.

Quando se trata de design, o Rio de Janeiro sobressai: lá foi fundada a primeira faculdade do país nessa especialidade, a Escola Superior de Design Industrial (Esdi), em 1963. Além disso, existem incentivos do governo local para fomentar a profissão. É o caso do Rio+Design, evento que busca tornar o trabalho de estúdios – cariocas e fluminenses – mais conhecido em outras partes do Brasil e no exterior. Em abril, a mostra levou a Milão, durante a Semana de Design, dezenas de móveis e objetos pelo sexto ano consecutivo. Com cenário tão profícuo, não faltam talentos, dos consagrados aos promissores. O caminho para o sucesso, porém, requer do profissional atuar, na maioria das vezes, em múltiplas frentes: criar, produzir e divulgar as peças. “Depois de sair da escola, eles têm poucas chances de ingressar nas fábricas e acabam se dedicando ao design autoral”, afirma Tulio Mariante, dono da loja Novo Desenho, no Museu de Arte Moderna (MAM-RJ), e especialista no tema. Nesta reportagem, você conhecerá uma turma que investe em pesquisa,pensa em soluções sustentáveis, esmera-se na qualidade dos produtos e valoriza um estilo de viver simples e descontraído. Se depender deles, o futuro será mais divertido. Guilherme Sass (de pé) e Rodrigo Calixto transformaram o hobby dos pais em profissão. Tornaram-se habilidosos marceneiros e, hoje, respondem pela produção da Oficina Ethos, fundada por Rodrigo em 2002, mesmo ano em que desenhou esta mesa de centro com tabuleiro de gamão no tampo. Exigente quanto ao acabamento, a dupla desenvolve peças autorais e para arquitetos, privilegiando as técnicas de encaixe e marchetaria. A coleção Tempos Fugit (do latim, “o tempo voa”) contempla objetos lúdicos como o balanço Bilanx, premiado no Salão Design Casa Brasil 2013. “É um produto voltado para crianças e adultos”, diz Guilherme.
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    Interatividade como conceito. A estante Cruzada, feita de madeira de reflorestamento, resume a maneira como Pedro Braga idealiza seus projetos. “Os nichos são facilmente montados por duas pessoas, e as prateleiras de alumínio podem ser compradas por unidade, permitindo ao cliente decidir a cor e o modo de distribuí-las”, conta. Com escritório próprio desde 2011, o designer começou, neste ano, a formar parcerias com a indústria. A mesa de jantar Gestalt, assinada para a Vidrotec, de São Paulo, é fruto dessa experiência. “Seu desenho brinca com a percepção: parece estar caindo devido ao corte angulado da base.”
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  • Brincando com as formas. Em 2010, um ano depois de se formar, Gustavo Martini conquistou bronze no prêmio Idea Brasil e foi finalista no iF Design Award com o triciclo Woody, projeto desenvolvido durante a faculdade. Inventivo desde a infância, o designer gosta de explorar o lúdico em suas criações autorais e para a indústria. O móvel Banco de Dados, um trocadilho com o visual da peça, ganhou destaque este ano no Rio+Design, em Milão. A mesa Cordas, fabricada pela Vimoso, foge do convencional e exibe o nicho central suspenso. Outro item relevante de seu portfólio é o banco Gana. “A base geométrica de metal contrasta com o assento de freijó maciço, uma referência ao mobiliário moderno brasileiro”, afirma.
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    Desenho para pais e filhos. Em 2011, Gabriella Vaccari fundou o Estúdio Baobá com os sócios Felipe Rangel e Augusto Seibel. Focada em mobília infantil e bolsas para bicicleta, a empresa idealiza seus produtos atenta às carências do mercado. No projeto Quarto Sem Berço, em parceria com a Biofuton, fabricante de futons, o trio lançou a linha baseada na filosofia montessoriana: móveis próximos ao chão, cantos arredondados e texturas lisas. “A cadeira é baixinha e com assento largo para que a criança possa se sentar sozinha ou na companhia de um dos pais para ler”, diz. De MDF de alta densidade já pigmentado, os itens são de encaixar, o que facilita a montagem e dispensa o uso de cola e parafuso.
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    Devoção a curvas e a cores. Sócio da empresa Doppel com o pai Roberto Verschleisser, também designer e professor da área, Bruno Novo Verschleisser segue à risca uma frase do arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012): “De curvas é feito todo o universo”. Suas invenções sugerem movimento e evitam cantos agressivos. O estilo retrô, outra característica marcante do trabalho, atualiza-se ao combinar cores vibrantes com sóbrias, caso do rack Agulha. Entre as peças favoritas, ele destaca a luminária Clip, que oferece usos distintos – abajur, pedestal ou pendente – conforme o acessório. Ainda em fase de estudo, a poltrona Obi pode representar uma transição em seu processo de fabricação. “Estou pesquisando o plástico de rotomoldagem para experimentar, além do modelo semiartesanal, o industrial”, conta.
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