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8 artistas contam que músicas marcaram suas vidas profissionais

Partindo do documentário As Canções de Eduardo Coutinho, atores, cineastas e músicos contaram quais são as suas "músicas de cabeceira"

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2012 às 15h02.

Maria Alice Vergueiro, atriz

As músicas do Brecht (Bertold Brecht) marcaram muito minha vida artística. Fiz shows, fiz as traduções delas, fiz temporada em Portugal e depois no Teatro Oficina. O Lírio do Inferno é a que considero mais significativa.

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Mário Bortolotto, dramaturgo

Dor Elegante, do Paulo Leminski e do Itamar Assumpção. Fiquei pensando muito nessa música na época em que eu levei os tiros (dezembro de 2009). Bom, eu já gostava dela antes porque fala de tristeza mesmo: Um homem com uma dor é muito mais elegante. E aí, quando eu fui pro hospital, a coisa da tristeza associou-se à dor de verdade. O Leminski escreveu essa letra quando estava no hospital pra morrer também.

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Marcelino Freire, escritor

Minha mãe cantava Asa Branca enquanto cozinhava. Ela foi uma das pessoas que mais influenciaram a minha literatura porque muito do que eu escrevo tem sua fala, seu jeito de cantar e de se agoniar. E, quando estava muito triste, ela não cantava. Nesses dias, chutava a galinha, batia panela, mandava o cachorro ir para o diabo. A gente já sabia que a ‘véia’ não estava bem, que estava sem dinheiro. Mas, quando estava contente, cantava Luiz Gonzaga: ‘Quando oiei a terra ardendo/ qual fogueira de São João’... Agoniados, meus personagens também batem panela e chutam cachorro. E, quando estão felizes, recorrem ao lirismo do Luiz Gonzaga.

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Luiz Ruffato, escritor

É Travessia, do Milton Nascimento. Primeiro porque a letra fala sobre sair de um lugar e ir para outro e isso faz muito sentido pra mim. ‘Minha casa não é minha/ e nem é meu este lugar’ trata de uma situação de desconforto presente em todo o meu trabalho literário. E segundo porque `travessia´ é a última palavra que aparece no livro Grande Sertão Veredas e pra mim é uma última palavra que remete a uma abertura.

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Tulipa Ruiz, cantora

Twisted, de um disco chamado Court and Spark, da Joni Mitchell. É a última música do álbum, que minha mãe ouvia muito quando eu tinha uns 6, 7 anos. E eu ficava com muita vontade de cantar. Pra mim, era muito legal o jeito que a Joni brincava com a voz.

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Marcelo Jeneci, cantor

Tem uma música do Gilberto Gil, recente, que se chama Não Tenho Medo da Morte. Ouvi quando começava a viver essa nova fase de compositor, de gravar disco. E caiu a ficha de que o que eu gostaria de fazer pelo resto da vida seria isto: juntar uma coisa simples e ao mesmo tempo profunda, que diz respeito ao sentimento de todas as pessoas.

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Laís Bodanzky, cineasta

As músicas dos primeiros discos solo de Arnaldo Antunes. Eu e meu marido (Luiz Bolognesi, roteirista) ouvimos juntos essas canções bem experimentais e elas acabaram inspirando Bicho de Sete Cabeças. A música Fênis, que está na abertura do filme, brinca com o som da respiração e isso tem tudo a ver com o sentimento do protagonista, que passa a história inteira buscando o ar, a verdade, a vida.

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Hugo Possolo, ator

Vida Louca Vida, do Lobão. É a música de uma virada. Eu fazia teatro infantil, tinha até certa estabilidade econômica com isso, mas não estava satisfeito. Larguei tudo para apresentar números de palhaço e passar o chapéu na rua. ‘Vida louca/ vida/ vida breve/ já que eu não posso te levar/ quero que você me leve’: isso me pegou. Acabei colocando essa música nos agradecimentos do espetáculo Nada de Novo, um dos primeiros dos Parlapatões, e que a gente encena até hoje.

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