10 comidas que podem matar ou causar sérios danos à saúde
Conheça alguns dos alimentos mais perigosos do mundo, mas que, preparados adequadamente, podem ser verdadeiras iguarias
Da Redação
Publicado em 1 de novembro de 2011 às 17h09.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h30.
São Paulo - Esse peixe típico da culinária japonesa, conhecido no Brasil como baiacu, requer muita habilidade do cozinheiro – além da coragem do consumidor para comê-lo. Por ter uma grande quantidade de tetrodotoxina, um veneno que bloqueia os potenciais de ação nos nervos, ele precisa ser preparado com muita precisão, para que a carne não fique completamente contaminada. No Fugu, as partes mais cheias de toxinas são o fígado, a pele e os órgãos reprodutores. Se o corte for feito corretamente, o restante da carne fica bom para consumo. Como essa tarefa não é fácil, todos os restaurantes que servem essa iguaria, no Japão e em vários outros países, estão sempre sob a vigilância rigorosa dos órgãos de saúde. Ainda bem.
Nada como ir para a roça e beber o leite direto da vaca. Mas essa sensação de estar em contato com a natureza pode também trazer problemas como contaminação por bactérias, como a salmonela e Escherichia coli. Isso porque, sem passar pelo processo de pasteurização, o leite mantém todas suas propriedades originais, incluindo possíveis doenças. Com o mel, acontece algo semelhante. A pasteurização elimina substâncias como a graianotoxina, que prejudica as funções celulares, causando tonturas, fraqueza, sudorese, náuseas e vômitos. Esses sintomas custam 24 longas horas para passar.
As pequenas flores brancas, de cheiro agradável, do sabugueiro escondem um potencial perigo. É que seus galhos, ramos, folhas, sementes e raízes contém uma substância que, quando ingerida, induz o organismo a produzir a toxina cianeto, cuja dose de 0,5 a 1,0 miligrama pode matar uma pessoa. Apesar do risco, os frutos maduros dessa árvore são comestíveis e, se feito com muita cautela, é possível preparar chá com suas folhas, e xarope, caldas, vinhos, licores e compotas com suas flores e frutos.
O nome não engana. Esse tipo de mandioca, da espécie Manihot esculenta, contém grande quantidade de glicosídeos cianogenéticos, que liberam o veneno conhecido como ácido cianídrico. Apesar de se parecer muito com a mandioca comum, também chamada de aipim ou macaxeira, a mandioca brava não pode ser consumida frita ou cozida, devido à alta quantidade de toxina presente nela. Se consumida, essa planta causa cansaço, falta de ar, fraqueza, taquicardia, agitação, confusão mental, convulsão, coma e até a morte. Por isso, a mandioca brava é usada basicamente na fabricação de diversos tipos de farinha, já que a alta temperatura para o cozimento acaba com o efeito do veneno.
Esse queijo é tão perigoso que se tornou ilegal na Sardenha, região da Itália onde é produzido, e agora só transita pelo mercado negro local. O Casu Marzu é feito com leite de ovelha e larvas vivas de mosca. Isso mesmo. Os produtores colocam as larvas na receita para ajudar a fermentar o queijo e torná-lo mais macio. Mas, sem um controle muito rígido de qualidade, as larvas podem intoxicar os consumidores. Se não retirar as larvas antes de comer, a pessoa corre o risco de sofrer com uma infecção intestinal, com náuseas, vômito, dor abdominal e diarreia com sangue. Isso acontece porque os bichos sobrevivem ao ambiente estomacal e seus ganchos bucais podem machucar as paredes do estômago e do intestino. Será que vale a pena burlar a lei para provar essa iguaria?
As castanhas de caju e amêndoas comidas como tira-gosto não são torradas apenas pelo gosto agradável. Quando cruas, essas comidas possuem toxinas que, se consumidas em grande quantidade, podem ser letais. No caso da castanha de caju, a substância existente é o óleo urushiol, e, nas amêndoas, principalmente as mais amargas, é o ácido cianídrico, também presente na mandioca brava e em sementes de frutas como damasco, cereja, ameixa e até maçã. Para evitar intoxicações, é importante torrar ou cozinhar esses alimentos, para desativar sua toxicidade.
Por fora, a fruta jamaicana chamada Ackee parece inofensiva, mas, por dentro, é um campo minado. A parte interna comestível, usada em pratos típicos do país, é uma massa amarela que envolve sementes pretas altamente venenosas. Além disso, quando ainda não está madura, essa fruta apresenta uma toxina que pode provocar hipoglicemia, desidratação, convulsões, coma e até a morte.
Usado na culinária para fazer sobremesas e como remédio fitoterápico, o Ruibabo pode também ser perigoso. Suas folhas não podem ser ingeridas em nenhuma hipótese. Isso porque elas possuem grande concentração de ácido oxálico, um componente corrosivo e tóxico para os rins, que, dependendo da quantidade, pode até matar.
Muito comum nas águas rasas do Pacífico, o peixe-pedra tem sido consumido como uma iguaria, denominada Okoze, apesar de possuir 13 espinhas dorsais cheias de veneno neuro-tóxico. Mas o grande risco que ele apresenta não é para quem come, mas para quem prepara esse prato. Não importa como será servido, o chef que manuseia esse peixe precisa ter cuidado redobrado para não se espetar com uma das espinhas venenosas, já que esse animal consegue sobreviver fora d’água por até 24 horas.