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Universidades criam uma ponte com o mercado

Mesmo sem o diploma em mãos, os estudantes podem usar os núcleos de carreira das universidades para dar os primeiros passos profissionais

FGV: Universidade possiu Centro de Cooperação para orientar alunos (FGV)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2013 às 08h31.

São Paulo - A ansiedade pré-vestibular costuma voltar com força quatro ou cinco anos depois entre os estudantes que estão prestes a conquistar o diploma. Afinal, agora é pra valer: em um mercado de trabalho altamente competitivo, é tarefa obrigatória pensar nos rumos profissionais ainda em sala de aula.

Para garantir o sucesso, é preciso mais do que uma formação de qualidade. Por isso, as faculdades têm se aproximado do mercado para compreendê-lo melhor – e para ajudar os alunos a falar a mesma língua que o empregador.

Algumas instituições de ensino do país oferecem serviços de orientação de carreira durante todo o curso, seja graduação, pós ou MBA . São os chamados núcleos de carreira, organizações que trabalham em paralelo com educadores, alunos e empresas.

Centros facilitadores

Os núcleos de carreira funcionam como ponte entre mercado de trabalho e universidade, de modo que a instituição de ensino esteja cada vez mais conectada às exigências do mundo corporativo.

Também catalisam os processos de seleção: a maioria é conveniada a empresas e recebe com antecedência comunicados de aberturas de processos de estágio e trainee . Para os estudantes, as parcerias aumentam a chance de ingressar rapidamente no mercado.

O núcleo de carreiras do grupo Ibmec, por exemplo, é responsável não apenas pela divulgação das vagas, mas por alguns processos de seleção que vão da escolha de currículos dentro da instituição à entrevista e dinâmica de grupo. "As empresas sabem que encontrarão um celeiro de talentos e confiam a nós a indicação de estudantes para preencherem suas vagas", diz Camilla Veiga, gerente do Ibmec Carreiras.

Desde o ano passado, qualquer aluno do Ibmec pode participar de feiras de carreira e encontros com empresários e CEOs – ótima oportunidade para questionar e conhecer as empresas parceiras. O índice de empregabilidade da instituição para alunos recém-formados é de 90%.


Planejamento desde cedo

Para quem está faculdade, a maior vantagem do acesso a uma instância intermediária, como é o núcleo de carreiras, é poder conversar e discutir planos com mentores ou coachs e entender sobre o mercado, que ainda é desconhecido e pouco familiar.

O contato com alguém da área, disposto a discutir as dúvidas profissionais, faz com que os estudantes se sintam mais preparados para compreender as demandas das organizações, enfrentar as etapas de seleção e, até, para fazer marketing pessoal.

Além disso, o aconselhamento tem seu viés tranquilizador: muitos procuram os núcleos para conversar sobre suas inquietudes e o mentor atua como uma espécie de psicólogo.

Segurança em alta

Foi por causa dos encontros com a mentora Ana Luisa Pliopas, da Fundação Getúlio Vargas de Sãoi Paulo, que João Ricardo Pacca, de 26 anos, conseguiu escolher sua especialização. Formado em direito pela USP, Pacca era um dos talentos da área de business da Felsberg Advogados, mas há dois anos decidiu se especializar em management pela FGV.

"Eu tinha as ferramentas jurídicas para lidar com administração de empresas e processos legais, mas parte dos conceitos me escapava", diz. Ele levou 18 meses para concluir seu MBM e, durante esse tempo, contou com a assessoria do Centro de Cooperação da FGV para fazer a transição.

"Nós ficamos mais familiarizados com os processos de dinâmica de grupo e também conversávamos sobre headhunters, tabelas salariais e cases", explica. Todo esse background o ajudou a mapear o setor e fez com que ele entendesse que estava seguindo o caminho certo.

"Essa vivência foi fundamental para eu entender os meus pontos fracos e pontos fortes". O resultado? Pouco antes de concluir o curso, Pacca já estava trabalhando na área.


Trajetória consistente

A proposta do Núcleo de Carreiras do Insper é ajudar na condução da trajetória profissional dos alunos formados. A assistência é oferecida desde a aula inaugural e se estende por tempo indeterminado, sem custos extras, para graduados ou pós-graduados.

No pacote de serviços, há comparação de salários, análise de dados de mercado, conversa com empresários e um mural que, no ano passado, ofereceu mais de 11 mil vagas. "Temos parceria com 3 mil empresa e nossa missão é formar líderes inovadores, habilitando os estudantes a lidar com as complexidades do ambiente de trabalho", diz Maria Ester Pires da Cruz, gerente de desenvolvimento de carreiras.

Recém-formada em administração, Daniela Teixeira Corrales, de 22 anos usa o serviço de coaching individual desde o segundo semestre de faculdade - e foi lá que notou sua vocação para o marketing. No sexto semestre, numa disciplina obrigatória sobre resolução eficaz de problemas, acompanhou o dia a dia da Ambev, conviveu com gestores, recebeu dados reais da empresa e lidou com cenários objetivos.

Para se formar na disciplina, teve de apresentar suas sugestões. "A sessão final tinha a presença dos diretores da empresa e um dos vice-presidentes. É vida real", diz. Na saída, foi convidada a estagiar na Ambev. De acordo com o Insper, cerca de 87% dos alunos formados em 2012 na graduação terminaram o curso inseridos no mercado de trabalho.


Formação é informação, e esse talvez seja o maior atrativo das faculdades com núcleos de carreira: fazer os estudantes entenderem e dissecarem o mercado corporativo.

O que fazer sem os núcleos?

Grandes faculdades de negócios que funcionam em universidades públicas ainda não possuem núcleo de carreiras próprio. Mas existem alternativas. USP e Unicamp têm as FEAs-Júnior, empresa de consultoria com a missão de construir esse degrau entre o ensino e o mercado.

Outras realizam acordos com empresas públicas, divulgando vagas em seus murais. O caminho de outras é o do aconselhamento profissional. Em 2012, a UFRGS criou o Centro de Avaliação Psicológica, Seleção e Orientação Profissional e na faculdade de administração há cursos de planejamento de carreira.

"Uma das nossas tarefas é fazer o acompanhamento das trajetórias profissionais desses alunos, por meio de levantamentos periódicos", diz Sidinei Rocha de Oliveira, um dos criadores do programa. Na falta da estrutura, vale recorrer aos professores para pedir orientações – mesmo informalmente.

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São Paulo - A ansiedade pré-vestibular costuma voltar com força quatro ou cinco anos depois entre os estudantes que estão prestes a conquistar o diploma. Afinal, agora é pra valer: em um mercado de trabalho altamente competitivo, é tarefa obrigatória pensar nos rumos profissionais ainda em sala de aula.

Para garantir o sucesso, é preciso mais do que uma formação de qualidade. Por isso, as faculdades têm se aproximado do mercado para compreendê-lo melhor – e para ajudar os alunos a falar a mesma língua que o empregador.

Algumas instituições de ensino do país oferecem serviços de orientação de carreira durante todo o curso, seja graduação, pós ou MBA . São os chamados núcleos de carreira, organizações que trabalham em paralelo com educadores, alunos e empresas.

Centros facilitadores

Os núcleos de carreira funcionam como ponte entre mercado de trabalho e universidade, de modo que a instituição de ensino esteja cada vez mais conectada às exigências do mundo corporativo.

Também catalisam os processos de seleção: a maioria é conveniada a empresas e recebe com antecedência comunicados de aberturas de processos de estágio e trainee . Para os estudantes, as parcerias aumentam a chance de ingressar rapidamente no mercado.

O núcleo de carreiras do grupo Ibmec, por exemplo, é responsável não apenas pela divulgação das vagas, mas por alguns processos de seleção que vão da escolha de currículos dentro da instituição à entrevista e dinâmica de grupo. "As empresas sabem que encontrarão um celeiro de talentos e confiam a nós a indicação de estudantes para preencherem suas vagas", diz Camilla Veiga, gerente do Ibmec Carreiras.

Desde o ano passado, qualquer aluno do Ibmec pode participar de feiras de carreira e encontros com empresários e CEOs – ótima oportunidade para questionar e conhecer as empresas parceiras. O índice de empregabilidade da instituição para alunos recém-formados é de 90%.


Planejamento desde cedo

Para quem está faculdade, a maior vantagem do acesso a uma instância intermediária, como é o núcleo de carreiras, é poder conversar e discutir planos com mentores ou coachs e entender sobre o mercado, que ainda é desconhecido e pouco familiar.

O contato com alguém da área, disposto a discutir as dúvidas profissionais, faz com que os estudantes se sintam mais preparados para compreender as demandas das organizações, enfrentar as etapas de seleção e, até, para fazer marketing pessoal.

Além disso, o aconselhamento tem seu viés tranquilizador: muitos procuram os núcleos para conversar sobre suas inquietudes e o mentor atua como uma espécie de psicólogo.

Segurança em alta

Foi por causa dos encontros com a mentora Ana Luisa Pliopas, da Fundação Getúlio Vargas de Sãoi Paulo, que João Ricardo Pacca, de 26 anos, conseguiu escolher sua especialização. Formado em direito pela USP, Pacca era um dos talentos da área de business da Felsberg Advogados, mas há dois anos decidiu se especializar em management pela FGV.

"Eu tinha as ferramentas jurídicas para lidar com administração de empresas e processos legais, mas parte dos conceitos me escapava", diz. Ele levou 18 meses para concluir seu MBM e, durante esse tempo, contou com a assessoria do Centro de Cooperação da FGV para fazer a transição.

"Nós ficamos mais familiarizados com os processos de dinâmica de grupo e também conversávamos sobre headhunters, tabelas salariais e cases", explica. Todo esse background o ajudou a mapear o setor e fez com que ele entendesse que estava seguindo o caminho certo.

"Essa vivência foi fundamental para eu entender os meus pontos fracos e pontos fortes". O resultado? Pouco antes de concluir o curso, Pacca já estava trabalhando na área.


Trajetória consistente

A proposta do Núcleo de Carreiras do Insper é ajudar na condução da trajetória profissional dos alunos formados. A assistência é oferecida desde a aula inaugural e se estende por tempo indeterminado, sem custos extras, para graduados ou pós-graduados.

No pacote de serviços, há comparação de salários, análise de dados de mercado, conversa com empresários e um mural que, no ano passado, ofereceu mais de 11 mil vagas. "Temos parceria com 3 mil empresa e nossa missão é formar líderes inovadores, habilitando os estudantes a lidar com as complexidades do ambiente de trabalho", diz Maria Ester Pires da Cruz, gerente de desenvolvimento de carreiras.

Recém-formada em administração, Daniela Teixeira Corrales, de 22 anos usa o serviço de coaching individual desde o segundo semestre de faculdade - e foi lá que notou sua vocação para o marketing. No sexto semestre, numa disciplina obrigatória sobre resolução eficaz de problemas, acompanhou o dia a dia da Ambev, conviveu com gestores, recebeu dados reais da empresa e lidou com cenários objetivos.

Para se formar na disciplina, teve de apresentar suas sugestões. "A sessão final tinha a presença dos diretores da empresa e um dos vice-presidentes. É vida real", diz. Na saída, foi convidada a estagiar na Ambev. De acordo com o Insper, cerca de 87% dos alunos formados em 2012 na graduação terminaram o curso inseridos no mercado de trabalho.


Formação é informação, e esse talvez seja o maior atrativo das faculdades com núcleos de carreira: fazer os estudantes entenderem e dissecarem o mercado corporativo.

O que fazer sem os núcleos?

Grandes faculdades de negócios que funcionam em universidades públicas ainda não possuem núcleo de carreiras próprio. Mas existem alternativas. USP e Unicamp têm as FEAs-Júnior, empresa de consultoria com a missão de construir esse degrau entre o ensino e o mercado.

Outras realizam acordos com empresas públicas, divulgando vagas em seus murais. O caminho de outras é o do aconselhamento profissional. Em 2012, a UFRGS criou o Centro de Avaliação Psicológica, Seleção e Orientação Profissional e na faculdade de administração há cursos de planejamento de carreira.

"Uma das nossas tarefas é fazer o acompanhamento das trajetórias profissionais desses alunos, por meio de levantamentos periódicos", diz Sidinei Rocha de Oliveira, um dos criadores do programa. Na falta da estrutura, vale recorrer aos professores para pedir orientações – mesmo informalmente.

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