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Uma batalha diária

Conheça a história e o projeto da Eufrasia Agizzio, vencedora na categoria Consultora Natura Inspiradora, no Prêmio CLAUDIA 2017

“As crianças com deficiência intelectual têm um desenvolvimento melhor quando convivem com meninos e meninas que não têm problema algum”, Eufrasia Agizzio (Ariel Martini, Mariana Pekin e Pablo Saborido/Reprodução)
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Publicado em 7 de novembro de 2017 às 16h33.

Última atualização em 7 de novembro de 2017 às 16h34.

O Prêmio CLAUDIA não é exatamente um evento artístico. Também não fala de sonhos sem lastro, mas de projetos realizados. Sua essência é a boa reportagem, que, ao longo dos últimos 22 anos, tem descoberto e promovido brasileiras que batalham para construir ou consertar o país. Na grande festa de premiação, porém, o jornalismo ganha tons de arte e contagia. Na noite de 2 de outubro, 1,1 mil pessoas estiveram na Sala São Paulo, na capital paulista, para conhecer o perfil e a obra de 24 finalistas e acompanhar de perto o anúncio dos nomes vencedores.

A seguir, conheça a história da manicure Eufrasia Agizzio, 55 anos, premiada na categoria Consultora Natura Inspiradora.

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O que ela faz: Fundou uma associação para dar atendimento especializado a crianças que, como seu filho, têm autismo.

Da descoberta dos primeiros sinais de que algo não vai bem com um filho à luta diária para que receba atendimento digno, os pais de autistas costumam enfrentar uma via-crúcis. Além de o tratamento em geral ser multidisciplinar e caro, na hora de estudar são poucas as escolas que aceitam quem tem essa condição. Mesmo naquelas que abrem suas portas, há frequentemente desconhecimento e dificuldade para cuidar de um aluno autista. A história da manicure Eufrasia Agizzio não foge à regra.

Quando Victor, seu caçula, hoje com 18 anos, era bebê, ela começou a notar diferenças entre o desenvolvimento dele e o do primogênito, Rodolpho, dois anos mais velho. “Aos 2 anos, ele ainda não falava. Eu achava estranho”, conta. Eufrasia foi, então, buscar avaliações médicas. Só depois de meses perambulando por consultórios obteve o diagnóstico certeiro. A partir daí, a luta passou a ser por atendimento adequado para garantir o máximo de progresso para o filho. Enquanto trabalhava como manicure, trocava ideias com clientes. Logo juntou um grupo de dez mulheres que fundou a Associação de Monitoramento de Autistas Incluídos (Amai). O objetivo é fornecer tratamento a alunos com o transtorno que frequentam escolas da rede regular de ensino de sua cidade, Santa Bárbara d’Oeste, no interior paulista. “Sou a favor da inclusão. Acredito que as crianças com deficiência intelectual são mais desafiadas e têm um desenvolvimento melhor quando convivem com meninos e meninas que não têm problema algum”, afirma.

Hoje, 20 crianças passam por sessões semanais de fonoterapia, terapia ocupacional, psicologia e pedagogia. Uma assistente social ainda presta auxílio às famílias. A manutenção da casa que sedia a Amai e dos serviços é bancada por doações e subsídios do município. Mas a consultora Natura vive criando formas de angariar mais fundos. Já inventou uma corrida que faz o maior sucesso. A última edição teve 600 inscritos.

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