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Como projetar os gastos da época da aposentadoria

Nem na aposentadoria você vai escapar da necessidade de fazer contas e controlar o orçamento. O jeito é estimar as despesas e receitas que virão e, assim, calibrar as cifras

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Ilustração - Homem planeja os gastos (Davi Augusto/EXAME.com)

Ilustração - Homem planeja os gastos (Davi Augusto/EXAME.com)

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Juliana Garçon

Publicado em 26 de março de 2013 às, 19h49.

São Paulo - Quando tem de orientar um cliente que está considerando investir para ter dinheiro na velhice, o consultor de finanças pessoais Gustavo Cerbasi costuma dizer que um fator preponderante na análise é o tempo livre. O aposentado tem mais tempo disponível para o lazer (viagens, cinema, restaurantes), um círculo maior de parentes para prestigiar e compromissos com celebrações familiares.

Os gastos com o padrão de vida e com os presentes e vestuário para as atividades do aposentado aumentam, diz Cerbasi. Isso sem mencionar as despesas com a saúde. O plano médico vai custar o triplo do que era pago aos 30 anos. Por outro lado, haverá menos gastos com educação para ele ou para os filhos. Para saber quanto você vai gastar depois de parar de trabalhar, é fundamental medir seus gastos hoje.

Anote as despesas necessárias e recorrentes, como água, luz, gás, condomínio, seguro do carro, e as esporádicas, como viagens e presentes. Depois, aperfeiçoe sua planilha. “É um exercício necessário, pois a gente esquece umas coisas, arredonda os números”, diz Mauro Calil, planejador financeiro, de São Paulo.

Com o histórico dos gastos que você tem agora, é possível projetar os custos futuros. Daí fica mais fácil pensar em quanto dinheiro vai precisar para viver bem quando se aposentar e escolher qual vai ser o melhor jeito de usar a grana acumulada na aposentadoria complementar.

Essa escolha é feita na hora da contratação do plano de previdência, mas pode ser alterada a qualquer momento, desde que seja feita pelo menos 30 dias antes de iniciar os saques. Da mesma forma, ninguém precisa começar a desfrutar do dinheiro na idade prevista quando contratou o plano.

Afinal, a decisão sobre o momento e a maneira que vai usar o dinheiro depende de fatores difíceis de ponderar com anos de antecedência: valor acumulado, existência de outras fontes de renda, situação do cônjuge e dos filhos. E essa decisão é crucial. Ao optar pela renda vitalícia, você tem certeza de que nunca ficará à mingua. Mas, quanto maior for sua expectativa de vida, menor será o valor mensal.

“É um seguro para sobrevivência. Mas, ao converter o dinheiro acumulado em renda, você deixa de possuir o patrimônio total”, diz Mizael Vaez, superintendente comercial da Icatu Seguros, no Rio de Janeiro. O único problema é morrer cedo e deixar a grana com a seguradora, e não com a família. A renda vitalícia com reversão contorna o problema, mas diminui o valor do benefício que será recebido.


A diferença depende da idade do indicado para ficar com a renda. Por exemplo, supondo um  ganho de 8% ao ano, um homem de 40 anos que faz contribuições de 700 reais vai acumular 992 330 reais em 30 anos.

Se optar pela renda vitalícia, ele vai receber 7 523 reais mensais. Caso ele decida fazer as retiradas pelo modelo de reversão para a esposa, e se ela tiver a mesma idade que ele, o valor cai para 6 081 reais. Mas, se ela for 10 anos mais jovem que ele, o valor despenca para 5 257 reais.

No meio do caminho

Uma espécie de uso intermediário do dinheiro são os saques por meio da renda vitalícia com prazo mínimo garantido: se a pessoa morrer precocemente, o saldo acumulado vai para a família. O prazo pode ser fixado entre cinco e 20 anos. A desvantagem, como na modalidade com reversão, é a redução do benefício mensal.

Caso opte por saques eventuais, você poderá dispor do dinheiro da maneira que achar mais conveniente, com a vantagem de que a grana continuará rendendo.

Mas, se administrar mal os recursos e não tiver outra fonte de renda, poderá ter de enfrentar uma situação financeira difícil. Como todas as opções de uso do dinheiro acumulado no plano de previdência têm vantagens e desvantagens, a melhor alternativa pode ser uma combinação. 

João Batista Mendes Angelo, superintendente de produtos da BrasilPrev, em São Paulo, sugere que se converta apenas parte do total do dinheiro acumulado em renda vitalícia, mantendo uma parcela no fundo de previdência, que continuará rendendo e servirá como reserva para despesas eventuais ou para deixar uma poupança para sua família.

João Batista recomenda que, antes de decidir como se aposentar, você deve se perguntar se realmente chegou a hora de parar de trabalhar. A cada ano que se adia a fase de resgates do dinheiro acumulado aumenta o valor a ser pago na forma de renda vitalícia. A partir da poupança acumulada, a renda vitalícia é calculada com base na expectativa de vida.

Quanto maior for o período esperado de usufruto do benefício, menor será o seu valor mensal. Na BrasilPrev, por exemplo, 70% dos clientes decidem postergar a aposentadoria. 

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