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Dúvidas sobre carreira? Recomece como trainee!

Os programas para jovens gestores são uma boa opção para quem ainda tem dúvidas sobre que área seguir

Roberto Silva, de 33 anos, gerente de desenvolvimento organizacional da Votorantim (Fabiano Accorsi)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2013 às 13h58.

São Paulo - Aos vinte e poucos anos, nem sempre é fácil ter certeza sobre os rumos da carreira. Quando um jovem profissional acaba de se formar, é normal que surja um questionamento quase existencialista: será que me formei na profissão certa? Na maior parte dos casos, as dúvidas giram em torno da área de atuação.

Isso é muito comum porque a escolha profissional acontece muito cedo — e aos 17 anos nem todo mundo tem certeza absoluta de qual é a própria vocação. A sorte é que fazer algum tipo de mudança de rumo no início de carreira não é tão complicado e, melhor ainda, é um movimento bem-visto pelas empresas.

"Esse é mesmo o momento de ousar e experimentar", diz Manoela Costa, gerente da Page Talent, consultoria especializada em jovens talentos . "As movimentações de carreira são bemvindas nesse período. As empresas esperam que os jovens levem algum tempo até entender o que querem fazer de fato."

E os programas de trainee são uma das maneiras mais eficientes para quem está ingressando no mercado e ainda não sabe ao certo para onde quer direcionar a própria carreira. Isso porque a maioria dos programas segue uma estrutura de job rotation e de treinamentos: o trainee passa, durante alguns meses, por várias áreas da empresa e tem a oportunidade de descobrir o que mais gosta de fazer.

A seguir, quatro profissionais contam como mudaram de área por meio de um programa de trainee .

Adeus ao serviço público

Bruno da Silva Neto, de 29 anos, analista sênior do Grupo Boticário, de cosméticos

"Sempre precisei trabalhar para pagar minhas contas — fiz de tudo e fui até cobrador de ônibus. Quando consegui passar no vestibular para publicidade e propaganda, não podia me dar ao luxo de ficar sem emprego. Na época, não havia a lei do estágio e as empresas exigiam que os estudantes cumprissem 8 horas de trabalho — o que era impossível para mim, por causa da grade de aulas.


A solução veio em um concurso público para um cargo administrativo da Companhia Paranaense de Energia. Trabalhava meio período e pude conciliar estudo e trabalho. Quando me formei, acabei ficando na área administrativa por mais de dois anos, mas o que eu queria era atuar em publicidade.

Consegui voltar ao jogo por meio do programa de trainee do Grupo Boticário. Aqui, conheci a área de relacionamento com o consumidor e soube que era aquilo que eu queria."

Fora do consultório

Roberto Silva, de 33 anos, gerente de desenvolvimento organizacional da Votorantim

"Quem passa pela faculdade de psicologia, como eu, precisa prestar estágios obrigatórios. Passei uma temporada fazendo o trabalho básico dos psicólogos, que é atender pessoas individualmente. Eu até gostava dessa proximidade, mas sentia que tinha vontade de trabalhar em uma empresa.

Pensei que um programa de trainee poderia me ajudar a entender qual era minha vocação. Fui chamado para a Votorantim em 2007 e, de cara, entrei na área de recursos humanos — onde estou até hoje. Depois de seis meses, fui mandado para Niquelândia, em Goiás.

Minha tarefa era cuidar de 3 mil funcionários. Foi um grande desafio que me mostrou o quanto a área de RH combinava comigo. Gosto muito de ajudar as pessoas a se desenvolverem, e no RH isso acontece o tempo todo. Durante o trainee continuei atendendo no consultório. Mas não durou. Na empresa consigo influenciar muitas pessoas, que é o que me satisfaz."

Em outros trilhos

Raquel Mendes Moreira, de 26 anos, analista pleno da VLI, de logística

"Quando recebi meu diploma de engenharia da computação, ainda não tinha certeza se gostaria de atuar naquela área. Enquanto estava na faculdade, fiz estágio em uma empresa de automação e meu chefe sugeriu que eu fizesse um programa de trainee para ingressar numa grande empresa e, também, entrar em contato com novos negócios.


Eu me empolguei e me inscrevi em umas 12 empresas. Passei na VLI, que é uma empresa de logística, braço da Vale. Aqui tive muitos treinamentos e, quando vi, estava sendo preparada para me tornar uma engenheira ferroviária — a empresa realiza cursos do setor para os engenheiros.

Nunca imaginei que um dia fosse trabalhar com isso. Mas estava muito feliz. Eu já sabia que minha vocação estava longe dos computadores, mas se não fosse o programa de trainee, eu nunca teria descoberto com o que gosto realmente de trabalhar. O que aprendi com isso é que não podemos ficar muito presos na nossa área de formação porque o mercado está sempre aberto a ensinar coisas novas."

Foco nas pessoas

Fernanda Almirão, de 27 anos, especialista de serviços na Whirlpool, fabricante de eletrodomésticos

"Eu ingressei na engenharia civil e aeronáutica porque sempre gostei de números. Quando fui aprovada no vestibular do Instituto Tecnológico de Aeronáutica estava certa de que aquilo era o que eu queria fazer.

Nos anos de universidade, orientei minha carreira para a área de pesquisa — cheguei até a passar uma temporada no Massachusetts Institute of Technology, nos Estados Unidos, como pesquisadora. Gostava dos desafios que uma pesquisa envolve, mas era um trabalho solitário.

Se o trabalho fosse em grupo, melhor: eu adorava coordenar. Isso ficou na minha cabeça. No penúltimo semestre no ITA, fui para a França fazer mais uma pesquisa e caiu a ficha: aquilo não era para mim. Eu percebi que não queria ser a grande especialista de determinada área.

Então, em 2009, participei de processos seletivos de trainee. Em 2010, entrei na Whirlpool e tive a chance de passar por vários setores e de gerenciar pessoas, que é a minha paixão. Hoje, trabalho na área de atendimento ao cliente."

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São Paulo - Aos vinte e poucos anos, nem sempre é fácil ter certeza sobre os rumos da carreira. Quando um jovem profissional acaba de se formar, é normal que surja um questionamento quase existencialista: será que me formei na profissão certa? Na maior parte dos casos, as dúvidas giram em torno da área de atuação.

Isso é muito comum porque a escolha profissional acontece muito cedo — e aos 17 anos nem todo mundo tem certeza absoluta de qual é a própria vocação. A sorte é que fazer algum tipo de mudança de rumo no início de carreira não é tão complicado e, melhor ainda, é um movimento bem-visto pelas empresas.

"Esse é mesmo o momento de ousar e experimentar", diz Manoela Costa, gerente da Page Talent, consultoria especializada em jovens talentos . "As movimentações de carreira são bemvindas nesse período. As empresas esperam que os jovens levem algum tempo até entender o que querem fazer de fato."

E os programas de trainee são uma das maneiras mais eficientes para quem está ingressando no mercado e ainda não sabe ao certo para onde quer direcionar a própria carreira. Isso porque a maioria dos programas segue uma estrutura de job rotation e de treinamentos: o trainee passa, durante alguns meses, por várias áreas da empresa e tem a oportunidade de descobrir o que mais gosta de fazer.

A seguir, quatro profissionais contam como mudaram de área por meio de um programa de trainee .

Adeus ao serviço público

Bruno da Silva Neto, de 29 anos, analista sênior do Grupo Boticário, de cosméticos

"Sempre precisei trabalhar para pagar minhas contas — fiz de tudo e fui até cobrador de ônibus. Quando consegui passar no vestibular para publicidade e propaganda, não podia me dar ao luxo de ficar sem emprego. Na época, não havia a lei do estágio e as empresas exigiam que os estudantes cumprissem 8 horas de trabalho — o que era impossível para mim, por causa da grade de aulas.


A solução veio em um concurso público para um cargo administrativo da Companhia Paranaense de Energia. Trabalhava meio período e pude conciliar estudo e trabalho. Quando me formei, acabei ficando na área administrativa por mais de dois anos, mas o que eu queria era atuar em publicidade.

Consegui voltar ao jogo por meio do programa de trainee do Grupo Boticário. Aqui, conheci a área de relacionamento com o consumidor e soube que era aquilo que eu queria."

Fora do consultório

Roberto Silva, de 33 anos, gerente de desenvolvimento organizacional da Votorantim

"Quem passa pela faculdade de psicologia, como eu, precisa prestar estágios obrigatórios. Passei uma temporada fazendo o trabalho básico dos psicólogos, que é atender pessoas individualmente. Eu até gostava dessa proximidade, mas sentia que tinha vontade de trabalhar em uma empresa.

Pensei que um programa de trainee poderia me ajudar a entender qual era minha vocação. Fui chamado para a Votorantim em 2007 e, de cara, entrei na área de recursos humanos — onde estou até hoje. Depois de seis meses, fui mandado para Niquelândia, em Goiás.

Minha tarefa era cuidar de 3 mil funcionários. Foi um grande desafio que me mostrou o quanto a área de RH combinava comigo. Gosto muito de ajudar as pessoas a se desenvolverem, e no RH isso acontece o tempo todo. Durante o trainee continuei atendendo no consultório. Mas não durou. Na empresa consigo influenciar muitas pessoas, que é o que me satisfaz."

Em outros trilhos

Raquel Mendes Moreira, de 26 anos, analista pleno da VLI, de logística

"Quando recebi meu diploma de engenharia da computação, ainda não tinha certeza se gostaria de atuar naquela área. Enquanto estava na faculdade, fiz estágio em uma empresa de automação e meu chefe sugeriu que eu fizesse um programa de trainee para ingressar numa grande empresa e, também, entrar em contato com novos negócios.


Eu me empolguei e me inscrevi em umas 12 empresas. Passei na VLI, que é uma empresa de logística, braço da Vale. Aqui tive muitos treinamentos e, quando vi, estava sendo preparada para me tornar uma engenheira ferroviária — a empresa realiza cursos do setor para os engenheiros.

Nunca imaginei que um dia fosse trabalhar com isso. Mas estava muito feliz. Eu já sabia que minha vocação estava longe dos computadores, mas se não fosse o programa de trainee, eu nunca teria descoberto com o que gosto realmente de trabalhar. O que aprendi com isso é que não podemos ficar muito presos na nossa área de formação porque o mercado está sempre aberto a ensinar coisas novas."

Foco nas pessoas

Fernanda Almirão, de 27 anos, especialista de serviços na Whirlpool, fabricante de eletrodomésticos

"Eu ingressei na engenharia civil e aeronáutica porque sempre gostei de números. Quando fui aprovada no vestibular do Instituto Tecnológico de Aeronáutica estava certa de que aquilo era o que eu queria fazer.

Nos anos de universidade, orientei minha carreira para a área de pesquisa — cheguei até a passar uma temporada no Massachusetts Institute of Technology, nos Estados Unidos, como pesquisadora. Gostava dos desafios que uma pesquisa envolve, mas era um trabalho solitário.

Se o trabalho fosse em grupo, melhor: eu adorava coordenar. Isso ficou na minha cabeça. No penúltimo semestre no ITA, fui para a França fazer mais uma pesquisa e caiu a ficha: aquilo não era para mim. Eu percebi que não queria ser a grande especialista de determinada área.

Então, em 2009, participei de processos seletivos de trainee. Em 2010, entrei na Whirlpool e tive a chance de passar por vários setores e de gerenciar pessoas, que é a minha paixão. Hoje, trabalho na área de atendimento ao cliente."

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