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Produtividade no longo prazo pode sofrer em home office, diz Citi

O banco com sede em Nova York, que tem cerca de 200.000 funcionários, quer ver como a produtividade muda através do tempo e o impacto na criatividade

Michael Corbat, CEO do Citigroup, disse que está preocupado com os potenciais efeitos negativos de longo prazo depois que muitos de seus funcionários passaram a maior parte de 2020 trabalhando em casa (Emmanuel Dunand/AFP)

Michael Corbat, CEO do Citigroup, disse que está preocupado com os potenciais efeitos negativos de longo prazo depois que muitos de seus funcionários passaram a maior parte de 2020 trabalhando em casa (Emmanuel Dunand/AFP)

LB

Leo Branco

Publicado em 8 de dezembro de 2020 às 16h48.

Última atualização em 8 de dezembro de 2020 às 18h59.

Michael Corbat, CEO do Citigroup, disse que está preocupado com os potenciais efeitos negativos de longo prazo depois que muitos de seus funcionários passaram a maior parte de 2020 trabalhando em casa.

“As pessoas falam sobre a produtividade que vem com o trabalho remoto”, disse Corbat em uma entrevista para o evento da Bloomberg Invest Talks na sexta-feira, 4 de dezembro. “Bem, se eu trabalhar sete dias por semana, de 15 a 16 horas por dia e não tirar férias, pelo menos por um período de tempo serei mais produtivo.”

Embora mais trabalho remoto provavelmente signifique que o Citigroup possa reduzir seus bens imobiliários, Corbat disse que está hesitante em declarar uma mudança generalizada em direção à prática. O CEO disse em maio que, ao contrário de alguns de seus concorrentes, ele não estava considerando a opção de deixar os trabalhadores em home office permanente após o fim da pandemia.

O banco com sede em Nova York, que tem cerca de 200.000 funcionários em todo o mundo, quer ver como a produtividade muda através de longos períodos de tempo e se a criatividade sofre com isso, antes de decidir quanto trabalho remoto permitir, disse Corbat.

O Citigroup e muitos de seus concorrentes mantiveram a grande maioria dos funcionários em casa durante grande parte do ano para ajudar a conter a disseminação de covid-19. Agora, enquanto os governos em todo o mundo correm para adquirir vacinas e novos tratamentos promissores contra o vírus, muitas empresas estão desenvolvendo planos para, eventualmente, trazer os funcionários de volta ao trabalho presencial.

“Vamos continuar a acelerar a mudança para o digital e, quando apropriado, tornar o trabalho mais remoto. Mas certamente não gostaria que nos mudássemos muito rapidamente”, disse Corbat.

Enquanto isso, como partes dos Estados Unidos e da Europa lutam contra o ressurgimento de casos de covid-19, a empresa não tem relutado em manter os trabalhadores em casa ou de mandá-los de volta caso tivessem retornado ao escritório, disse ele.

“Gostamos muito de receber nosso pessoal quando podemos recebê-los, mas não vamos colocá-los em risco”, disse Corbat. “Precisamos ser flexíveis e, obviamente, estamos passando por um certo ressurgimento em algumas partes do mundo agora. Estamos na fase de redução gradual das restrições.”

Mudar para digital

“Estamos gerenciando a transição de um banco analógico para um banco digital e, de muitas maneiras, gerenciando os dois bancos em conjunto”, afirmou Corbat. “Algumas pessoas gostam muito das agências, e se você ligasse e dissesse: ‘Ótima notícia, estamos fechando e indo 100% para o digital’, provavelmente perderia alguns desses clientes.”

À medida que o fim do ano se aproxima e o Citigroup avalia as bonificações para operadores e outros funcionários, Corbat disse que a empresa teve de equilibrar seu desejo de reter e recompensar os funcionários com o contexto econômico mais amplo e seu desejo de melhorar o retorno aos acionistas.

“Nosso pessoal tem feito um trabalho extraordinário, sejam os operadores, sejam as pessoas em nossas agências que estão se colocando em perigo para garantir que estejam abertas e a população tenha acesso à sua vida financeira”, disse ele.

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