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Pesquisa mostra o lado perverso de pensar que tempo é dinheiro

Calcular quanto você ganha por minuto atrapalha tudo, segundo pesquisa feita por professores de Stanford e da UCLA

 (Wavetop/Thinkstock)

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Camila Pati

Camila Pati

Publicado em 16 de maio de 2017 às 06h00.

Última atualização em 16 de maio de 2017 às 07h01.

São Paulo – O famoso lema de Benjamin Franklin “tempo é dinheiro” tem um lado fisiológico perverso, segundo provaram pesquisadores de Stanford e da Universidade da Califórnia, em Berkeley (UCLA). O estudo revela que saber quanto vale cada minuto do seu trabalho em moeda corrente aumenta o nível de estresse e impede que você desfrute das coisas boas da vida.

Para chegar a essa conclusão, os professores Jeffrey Pfeffer da Stanford Graduate School of Business e Dana R. Carney, da Anderson School of Management (UCLA), fizeram um experimento em que convidaram 104 profissionais a trabalhar por duas horas para uma empresa de mentira em troca de 57,5 dólares.

Os participantes foram divididos em dois grupos: ao primeiro foi pedido que calculassem a valor de cada minuto trabalhado tendo em vista a remuneração combinada pelas duas horas, ao segundo, não.

As pessoas que sabiam exatamente o valor de cada minuto de trabalho apresentaram níveis de cortisol - hormônio liberado no organismo em maior quantidade em situações estressantes – 25% maiores. A medição foi feita antes e depois do período de trabalho por meio da saliva dos participantes.

Os dois grupos receberam a mesma remuneração pelas mesmas duas horas de trabalho. A única diferença entre eles era justamente a informação sobre a relação tempo e dinheiro.

Além de mais estressados, os profissionais que sabiam o valor do minuto também não conseguiram aproveitar as duas pausas feitas durante o experimento quando podiam ouvir música ou olhar obras de arte.

“As pessoas estão sempre calculando o valor econômico do seu tempo. Mas a pesquisa mostra que enquanto estão pensando sobre tempo e dinheiro, as pessoas não estão aproveitando suas vidas. Elas se tornam impacientes”, diz.

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