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Os 9 erros mais comuns em uma seleção para trainees

Confira quais os deslizes que mais eliminam candidatos durante as três etapas dos processos seletivos. Não ter postura participativa é um deles, dizem especialistas

Jovens devem ficar atentos aos pré-requisitos dos programas de trainee. Assim podem focar nos processos dos quais têm chances de aprovação (Getty Images)

Camila Pati

Publicado em 2 de novembro de 2012 às 07h00.

São Paulo - Com programas cada vez mais concorridos, quem deseja garantir uma vaga de trainee precisa ir muito bem nas etapas de seleção para sair na frente de dezenas de milhares de candidatos.

Os processos de seleção de trainees das principais empresas são divididos em três fases. A primeira é a etapa das inscrições, seguida da fase dos testes online. Por último são feitas as atividades e entrevistas presenciais.

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Em cada uma delas a disputa é acirrada e muitos jovens aspirantes a trainee cometem erros e vão ficando pelo caminho. Pensando nisso, EXAME.com consultou duas especialistas para tentar reunir os principais deslizes cometidos e as dicas para escapar dos tropeços na seleção. Confira os 9 principais erros cometidos pelos trainees:

Etapa de inscrição

1Deixar de prestar atenção aos requisitos

Quando são divulgados, os programas de trainee apresentam uma lista dos pré-requisitos para participar. Cursos, ano de conclusão da graduação, disponibilidade para viagens, nível de inglês ou outros idiomas e conhecimentos de informática são os mais recorrentes.

Mas muitos candidatos - no afã de participar do maior número possível de processos seletivos - acabam não prestando atenção a isso.
“Se o processo pede formação em administração de empresas, não adianta um candidato com diploma em ciências biológicas se inscrever porque não será chamado”, diz Felicia Duarte, gerente de projetos da Cia. de Talentos.

Dica: Os candidatos devem prestar muita atenção aos pré-requisitos porque eles são eliminatórios. Além de ser uma perda de tempo se inscrever para um processo em que há a certeza de não ser selecionado, o aspirante a trainee deve focar nos processos em que realmente tem chances de ter sucesso . “Assim é possível gerenciar melhor os processos dos quais eles podem mesmo participar”, diz Felicia.

2Fazer a inscrição de última hora

Inscrever-se nos últimos minutos do último dia tem muitas desvantagens e pode ser a razão por que muitos jovens ficam de fora. “Ele pode não conseguir preencher corretamente a ficha. Pode encontrar dificuldades e não terá tempo de tirar as dúvidas”, diz Felicia.

Fernanda Abreu, diretora de Pessoas, Projetos e Gestão do Instituto Aquila, diz que é comum os candidatos deixarem tudo para a última hora. “A maioria faz isso”, diz.

O risco, na opinião dela, são os erros na ficha de inscrição. “Por falta de tempo, acabam deixando escapar erros de português, perdem a objetividade e não preenchem todos os dados pedidos”, diz Fernanda.

Dica: Organize-se para preencher a ficha de inscrição com calma. Erros nesta etapa fazem com que você nem tenha a chance de mostrar o seu potencial. “Os candidatos devem se antecipar e nunca deixar para a última hora, por conta das dúvidas que eles podem vir a ter no preenchimento da ficha”, recomenda Felicia.


3Colocar conta de e-mail pessoal para contato

Os processos seletivos pedem uma formalidade que cai por terra quando o email para contato na ficha de inscrição começa com princesinha@ ou robertinho007@. “Muitos acabam colocando o e-mail pessoal na ficha, começando com apelidos e, a gente já percebe a falta de maturidade deste candidato”, diz Fernanda.

Dica: Crie uma conta de e-mail com seu nome e sobrenome separados por um ponto final. Além de ser assim que geralmente são criados os endereços de e-mail corporativos, ter uma conta profissional já é um sinal de maturidade.

Etapa de testes online

4Perder prazos

A falta de organização, na opinião das duas especialistas, é mesmo a grande vilã dos aspirantes a trainee e, mais uma vez, pode deixar muita gente de fora nesta segunda etapa de seleção.

“Geralmente, os jovens participam de muitos processos seletivos ao mesmo tempo e acabam perdendo o 'timing' das seleções.”, diz Felicia.

Dica: Faça um cronograma e consulte-o sempre para não deixar escapar nenhum prazo. Lembre-se de que cada empresa tem uma maneira diferente de fazer a etapa online.

“São muitos processos diferentes e grande parte dos candidatos participa de todos, é muita informação. Eles precisam criar um modelo de gerenciamento de processos seletivos para que não haja falta de retorno”, recomenda Felicia.

5Burlar os testes

Nesta etapa de testes online, candidatos podem fazer as provas e responder as perguntas solicitadas do conforto de casa. Essa facilidade, no entanto, pode levar alguns a tentarem burlar os testes. “Já vi isso acontecer”, diz Fernanda.

Ela conta um caso de um candidato que pediu para outra pessoa responder a um teste online. “Na fase da dinâmica ele foi pego e acabou abrindo o jogo. Foi constrangedor, é uma vergonha”, lembra. O candidato foi eliminado imediatamente.

O risco de fraudar um teste online é não se sustentar na fase presencial. “Essas competências serão checadas nas próximas etapas”, diz Felicia.

Dica: Seja o mais sincero possível, recomenda Felicia. O teste online serve apenas para filtrar, mas o teste presencial é que confirma as competências do candidato, explica Fernanda. “Não adianta burlar, porque quem fizer isso será pego”, diz a especialista.


Etapa Presencial

6Não pesquisar sobre a empresa

Chegar despreparado a esta fase de seleção é um deslize clássico. “Imagine que é uma empresa alemã, mais tradicional e o candidato chega para se apresentar de uma forma mais descontraída”, diz Felicia.

Não saber sobre a atuação da empresa e a sua cultura corporativa certamente faz com que o candidato perca pontos com a equipe que está fazendo a seleção. “Demonstra falta de interesse e de identificação de valores com a empresa”, diz Fernanda.

Dica: Dedique algumas horas para pesquisar sobre as empresas das quais participa de processos seletivos. Visite o site, pesquise notícias na mídia e informações nas redes sociais sobre a empresa e sobre o setor de atuação. “Fazendo essas leituras e pesquisas, o candidato também já descobre mais ou menos como é cultura daquela empresa”, lembra Felicia.

7Não respeitar o dresscode

A aparência não é uma questão definitiva, mas pode fazer com que o candidato ganhe ou perca pontos, diz Fernanda. “Roupas desalinhadas, barba por fazer, vestimentas ousadas não são adequadas”, diz a especialista.

Dica: Na hora de pesquisar sobre a empresa, tente descobrir o dresscode. Na dúvida, sempre se apresente de uma maneira mais formal. Nesse caso é melhor pecar pelo excesso de formalidade na roupa do que pela falta dela.

8Falta de “brilho nos olhos”

Adotar uma postura nada participativa durante as dinâmicas de grupo e entrevistas pode jogá-lo para escanteio, dizem as duas especialistas.

“Quem não participa, não trabalha frente à proposta dada pela empresa não tem sucesso”, diz Felicia. “É aquele candidato que está o tempo todo olhando para o chão, que não demonstra garra”, diz Fernanda.

Dica: Seja proativo e participativo. Mostre o que está fazendo no processo seletivo, ou seja, trabalhe. “É a chance que a empresa tem de conhecer o candidato, então ele tem que mostrar quem é ele”, recomenda Felicia.

9Demonstrar falta de autoconhecimento

Em que lugar você se vê em cinco anos? Quais são os planos para sua carreira profissional? Quais as suas principais habilidades e competências?

Se perguntas como esta fazem você ficar calado sem saber o que responder, está faltando autoconhecimento. “Às vezes a gente faz estas perguntas para o candidato e ele começa a gaguejar, busca uma resposta na hora, mas a gente percebe que não é algo pensado”, conta Fernanda.

Dica: Prepare-se para responder estas perguntas, mostre que você pensa em um plano de carreira. Estabeleça metas para o futuro na empresa e seja assertivo.

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