Formado em ciências da computação e pós-graduado em gestão de negócios, Chaves lidera um núcleo responsável por apresentar novas tecnologias criadas pela Microsoft a clientes, parceiros, estudantes e empreendedores. O objetivo é somar os esforços da empresa aos de desenvolvedores e profissionais de tecnologia para gerar soluções disruptivas para o mercado.

Como é um dia típico na sua rotina?
A jornada habitual do executivo inclui reuniões com colegas do Brasil, da América Latina e dos Estados Unidos para acompanhar projetos de planejamento e mentorias de talentos. Chaves também investe tempo em criar e manter parcerias com universidades, aceleradoras e investidores. “Um dia de trabalho pode ser muito intenso e rico em aprendizados”, afirma ele. “Pode incluir desde discussões técnicas sobre computação com desenvolvedores até um almoço com o presidente de um banco que está investindo em hubs de inovação”.

De que forma o seu trabalho ajuda a produzir inovação?
“Buscamos beneficiar o ecossistema local, contribuindo para a capacitação de crianças e jovens em tecnologia”, explica Chaves. O objetivo é estimular a geração de ideias e o desenvolvimento de startups. Em 2015, a empresa capacitou mais de 90 mil estudantes pela iniciativa Student-to-Business (S2B) e apoiou mais de 2.700 startups nacionais. De acordo com o executivo, grandes resultados de inovação nascem da ponte entre grandes clientes corporativos da Microsoft que buscam inovação e suas startups parceiras que procuram clientes.

Qual é um exemplo de solução inovadora que você ajudou a desenvolver?
Chaves diz se orgulhar do“ProDeaf”, aplicativo que facilita a comunicação de pessoas com deficiência auditiva por smartphone. Trata-se do primeiro app tradutor de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais). Premiada internacionalmente, a tecnologia contou com o apoio do Centro de Inovação Microsoft e foi destaque na "Imagine Cup", evento organizado pela empresa para incentivar a geração de soluções tecnológicas.

Para você, qual é o segredo da criatividade?
Segundo o executivo, profissionais da inovação precisam enxergar o propósito do que fazem, ou não vão muito longe. “Se você visualiza claramente o impacto do seu trabalho para a sociedade, você conta com uma fonte de energia inigualável”, afirma. Outro ingrediente básico da criatividade para Chaves é o contato humano: interagir e trocar ideias com pessoas muito diferentes, como estudantes e empreendedores, é o que permite enxergar oportunidades até então invisíveis.

Engenheiro eletricista com pós-graduação em marketing e inovação, Silva trabalha com o desenvolvimento de novos produtos para a Whirpool, além da manutenção das soluções já lançadas, com foco no equilíbrio entre custo e qualidade.

Como é um dia típico na sua rotina?
Na agenda de Silva não faltam reuniões. Desde cedo, ele participa de fóruns específicos para discutir projetos de inovação. “Uma das minhas tarefas é pesquisar oportunidades, junto ao departamento de marketing, para criar ou aperfeiçoar tecnologias”, conta. Sua rotina também inclui encontros com estudantes e universidades para promover parcerias.

De que forma o seu trabalho ajuda a produzir inovação?
O executivo participa de todas as fases do desenvolvimento de novos produtos da Whirpool. Sua primeira missão é identificar quais problemas ou necessidades dos clientes a empresa pode resolver. Em seguida, ele trabalha para amadurecer esses “sonhos” e torná-los viáveis do ponto de vista financeiro. Finalmente, Silva e sua equipe se dedicam à transformação do projeto em um produto real, pronto para chegar às prateleiras.

Qual é um exemplo de solução inovadora que você ajudou a desenvolver?
Silva participou da criação da B.blend, a primeira máquina “all-in-one” de bebidas em cápsulas do mundo. Lançado pela Brastemp em 2014, o eletrodoméstico produz mais de 20 sabores de bebidas quentes, geladas, com ou sem gás, além de servir como purificador de água. A máquina permite fazer em casa refrigerantes como Guaraná Antarctica e até drinks como o Cosmopolitan.

Para você, qual é o segredo da criatividade?
Organização e método são fatores essenciais para um bom profissional de inovação, segundo Silva. “Ao contrário do que muita gente pensa, criar não é um processo caótico, é muito racional”, explica. Contudo, a disciplina não pode endurecer o processo. “Você não pode ter medo de errar, ou só colocar na mesa de discussão as ideias que ‘fazem sentido’”, diz ele.

Engenheiro químico pós-graduado em biotecnologia e administração industrial, Sato é responsável pela gestão da inovação na BASF, com foco na estratégia para a América do Sul. Suas atribuições incluem prospectar parceiros tecnológicos, zelar pela propriedade intelectual e promover a gestão do conhecimento na empresa.

Como é um dia típico na sua rotina?
O expediente do executivo começa com a leitura de newsletters sobre as principais novidades do mercado. Uma vez atualizado, ele costuma passar o dia entre reuniões e teleconferências com parceiros nacionais e estrangeiros. Oficinas de inovação também fazem parte do seu cotidiano.

De que forma o seu trabalho ajuda a produzir inovação?
O papel de Sato é apoiar a inovação em diversas áreas da BASF, de ponta a ponta. Ele conduz workshops de ideação, que incentivam o pensamento original dentro da empresa, e faz avaliações técnicas sobre a viabilidade econômica de cada projeto apresentado. Seu papel também é garantir que a metodologia mais eficiente seja usada para transformar uma ideia em ação.

Qual é um exemplo de solução inovadora que você ajudou a desenvolver?
“Convidamos parceiros para propor um novo conceito de moradia, que combinasse diversos fatores para ter eficiência máxima no custo total”, conta o executivo. O resultado foi a “Casa Econômica”, projeto de edificação que prevê materiais mais baratos, obras mais rápidas e geração mínima de resíduos. “Além de ser construída com eficiência, a casa é mais resistente e consome menos água e energia elétrica”, afirma.

Para você, qual é o segredo da criatividade?
Como mediador de workshops de inovação, o executivo acredita na importância da diversidade como um dos grandes combustíveis para novas ideias. “É preciso dar abertura para que todos participem da discussão e tragam pontos de vista muitas vezes antagônicos sobre o assunto”, explica. Além disso, ele menciona o papel do envolvimento emocional para o processo criativo. “Você precisa acreditar na missão do projeto, enxergar um propósito importante por trás de tudo aquilo”, diz Sato. “Inovação depende muito de motivação”.

Com formação em química e pós-graduação em gestão estratégica da inovação, Durlacher tem o papel de liderar a estrutura de inovação da 3M. Sua missão é cuidar de laboratórios, gerenciar profissionais e garantir a eficiência na criação de novos produtos para a marca.

Como é um dia típico na sua rotina?
As manhãs da executiva começam com um planejamento estratégico do dia. Suas jornadas sempre incluem reuniões para debater projetos de novos produtos com a equipe internacional da 3M. Ela também costuma estar em contato com a área de RH para desenvolver talentos na área de inovação, além de liderar o fórum de liderança feminina da empresa.

De que forma o seu trabalho ajuda a produzir inovação?
Durlacher é uma peça fundamental para a identificação das necessidades dos clientes. Ela também tem o papel de filtrar ideias, isto é, avaliar se cada projeto tem condições de seguir adiante ou não. Além disso, ela é responsável por gerir equipes e estruturar fluxos na área de pesquisa e desenvolvimento.

Qual é um exemplo de solução inovadora que você ajudou a desenvolver?
Embora não participe diretamente da criação de produtos, a executiva usa sua criatividade para formular novos modelos de trabalho em inovação. Uma de suas “revoluções” foi reestruturar o processo de desenvolvimento de adesivos. “Criamos uma plataforma transversal de trabalho, isto é, selecionamos alguns profissionais de cada divisão da empresa e formamos uma equipe que desenvolve adesivos para várias aplicações, como saúde ou automóveis”, explica. “O ganho em sinergia foi imenso”.

Para você, qual é o segredo da criatividade?
Na visão de Durlacher, formular soluções originais — e viáveis — é sempre um trabalho coletivo. “Somos mais criativos quando temos outras pessoas ao nosso redor, que nos dão respostas para o que não sabemos, e nos fazem perguntas sobre o que achamos que sabemos”, explica. “Sem colaboração, fica muito difícil ter uma ideia realmente boa”.

Engenheiro mecânico com pós-graduação em gestão estratégica da inovação, Conejo administra centros de capacitação e é responsável pelo relacionamento da Samsung com comunidades de startups e desenvolvedores no Brasil e na América Latina.

Como é um dia típico na sua rotina?
Boa parte da jornada de Conejo é passada nos centros de treinamento da Samsung, os chamados “Ocean Centers”. Lá, estudantes e profissionais de tecnologia recebem capacitação sobre temas diversos, como usabilidade e desenvolvimento de aplicativos para Android. No cotidiano, ele também acompanha projetos e elabora relatórios da área de inovação.

De que forma o seu trabalho ajuda a produzir inovação?
O executivo contribui diretamente para a geração de novos produtos. “Contribuo com ideias e sugestões, além de oferecer mentoria para os desenvolvedores”, explica. Sua função principal, contudo, é mais indireta: ele deve incentivar e proporcionar condições favoráveis para que a inovação floresça nos espaços de desenvolvimento internos e externos à Samsung.

Qual é um exemplo de solução inovadora que você ajudou a desenvolver?
Um dos mais novos produtos criados pelos “Ocean Centers” é o aplicativo “Heroes”, que organiza, estimula e facilita a doação de sangue no Brasil. Feito em parceria com a ONG Instituto Colabore, a tecnologia promove contato entre doadores e hemocentros de todo o país, o que elimina a necessidade de mobilizar campanhas específicas com esse fim. “É muito simples, você só precisa se cadastrar e passa a receber solicitações dos pontos de coleta de acordo com o seu tipo sanguíneo”, explica Conejo.

Para você, qual é o segredo da criatividade?
Estar bem informado é uma condição essencial para promover a inovação, segundo o executivo. “Você precisa ter um amplo leque de informações e referências para fazer associações de ideias”, afirma. “Quanto maior o seu repertório, mais facilmente você poderá cruzar áreas do conhecimento e chegar a novas conclusões”. Para alimentar sua criatividade, Conejo cultiva leituras ecléticas, de artigos acadêmicos a notícias sobre assuntos aparentemente desconexos da sua área. Para ele, informação nunca é demais: quando menos se espera, ela pode ser a chave de um problema.

Formado em engenharia elétrica com pós-graduação em desenvolvimento de software, Rosa é responsável por gerir uma equipe de cerca de 100 pessoas, entre funcionários e parceiros, dedicada à criação de novos produtos da Ericsson na área de TV e mídia.

Como é um dia típico na sua rotina?
O primeiro passo é se atualizar sobre a empresa e o mercado por meio de jornais e newsletters internas. Em seguida, Rosa conversa com pares estratégicos no exterior, sobretudo na Suécia, nos Estados Unidos e no Canadá, e verifica quais são as prioridades do dia. Reuniões sobre estratégia também costumam fazer parte da rotina do executivo.

De que forma o seu trabalho ajuda a produzir inovação?
Seu papel principal está nos bastidores da inovação. “Além de participar de iniciativas pontuais, como eventos de brainstorming, conduzo um processo contínuo que visa empoderar pessoas para gerar ideias novas”, explica. Além de incentivar a inovação, ele faz parte do comitê que seleciona ideias com potencial para se tornarem realidade.

Qual é um exemplo de solução inovadora que você ajudou a desenvolver?
Rosa menciona uma plataforma que integra a TV às redes sociais com base na interatividade. O software permite que o usuário assista a um filme, por exemplo, e imediatamente faça avaliações e comentários sobre o título no Facebook e no Twitter. Além de facilitar a conversa sobre a programação, a integração do dispositivo com as redes sociais faz com que o conteúdo da TV seja divulgado pelos próprios consumidores.

Para você, qual é o segredo da criatividade?
“Para gerar inovação, um profissional precisa se sentir bem no seu ambiente de trabalho, isto é, ter a certeza de que suas contribuições serão ouvidas e apreciadas”, afirma o executivo. Ter autonomia para agir — sem precisar pedir “licença” — é outro ponto fundamental. Rosa também destaca a importância de não ter medo do fracasso. “Se você só aposta em projetos seguros, não rompe com nenhum paradigma”, explica. “A inovação começa com ideias loucas, absurdas”.

Formado em música, Maia é o criador e presidente da Chilli Beans, a maior rede especializada em óculos escuros da América Latina.

Como é um dia típico na sua rotina?
O executivo preenche sua agenda com showrooms, reuniões com a equipe e montagens de novas coleções. Além disso, ele costuma dar palestras em eventos de negócios e visitar feiras no Brasil e no exterior.

De que forma o seu trabalho ajuda a produzir inovação?
Maia diz que seu trabalho é descobrir “onde colocar pimenta” nos produtos da Chilli Beans. A expressão, que brinca com o nome da marca, descreve o exercício de buscar inovação e subversão nos detalhes. “Estou constantemente viajando e tendo contato com vendedores e consumidores, o que gera muitos insights e novas ideias para o negócio”, explica.

Qual é um exemplo de solução inovadora que você ajudou a desenvolver?
Uma inovação recente na estratégia da Chilli Beans foi começar a vender armações de óculos de grau em óticas multimarcas. “Para dizer a verdade, vender produtos em lojas da própria marca sempre foi um dos nossos grandes trunfos, mas resolvemos inovar”, diz Maia. “Com isso, chegamos a cidades menores e públicos diferentes”. Em 3 meses, a empresa ganhou mais de 150 novos pontos de venda.

Para você, qual é o segredo da criatividade?
Ex-líder de uma banda de rock, o executivo acredita que a rebeldia e a polêmica são ingredientes importantes para a inovação. “Apresento as ideias mais extravagantes para a minha mãe”, conta. “Se ela fica espantada, sinto que é um caminho que devemos perseguir”. Ele também diz que gosta de estar perto de pessoas criativas. “Para alimentar o meu espírito inovador, eu me cerco de gente que respira criatividade, como publicitários, arquitetos e designers".

Formada em ciências da computação, Tanaka dirige a área de projetos e operações do Grupo Netshoes. Estão sob sua batuta os esforços de TI relacionados a sistemas corporativos e infraestrutura, bem como toda a área de logística do maior e-commerce de artigos esportivos do mundo.

Como é um dia típico na sua rotina?
Antes do café da manhã, a executiva checa mensagens e e-mails para verificar urgências. As reuniões marcadas por ela são muito curtas e com pauta muito bem definida. “Sigo à risca os horários”, conta. Antes de dormir, ela lê notícias, repassa a agenda do dia seguinte e responde mensagens da noite no tablet ou no celular.

De que forma o seu trabalho ajuda a produzir inovação?
A inovação faz parte do cotidiano de Tanaka e sua equipe. “Precisamos pensar e implementar novas soluções o tempo todo na área de infraestrutura, por exemplo, ou isso afetará negativamente toda a experiência de compra do cliente”, explica ela. “Estamos sempre alinhando processos internos e fechando parcerias para gerar inovação e, assim, conquistar novas frentes de negócio, como marketplace, beleza e moda”.

Qual é um exemplo de solução inovadora que você ajudou a desenvolver?
Na área de logística, Tanaka contribuiu para a criação de um projeto-piloto, em parceria com os Correios, que cria um novo serviço de entrega de produtos. A plataforma faz a identificação, a roteirização e a priorização dos pedidos vindos da Netshoes e da Zattini, e-commerces de esporte e de moda do grupo. “O grande diferencial desse novo serviço é a priorização dos pacotes de e-commerce e a redução do prazo de entrega para determinadas localidades em até 24 horas”, explica a diretora. 

Para você, qual é o segredo da criatividade?
Tanaka acredita que a criatividade para criar novos produtos e serviços se alimenta da empatia. “Para ter boas ideias, você precisa se colocar no lugar do consumidor”, afirma. Ela também destaca a importância da insatisfação com o status quo. “É importante olhar para as tecnologias já empregadas e acreditar que sempre é possível melhorá-las”, diz a diretora.