Imagine abrir o Slack ou o Teams perceber que ninguém vai te responder. Não por um erro no sistema — mas porque ninguém está trabalhando. No Duolingo, isso acontece todos os anos.
Por duas semanas inteiras, a empresa desliga quase toda a operação e entra em recesso coletivo, com direito a salário garantido e zero e-mails acumulados.
A pausa no fim de ano é tradição desde o primeiro dia da empresa, segundo o CEO e cofundador Luis von Ahn em entrevista ao site Business Insider. Em vez de cada um sair de férias em datas diferentes, todos param juntos — e, surpreendentemente, isso funciona.
Sem notificações, sem ansiedade
Para von Ahn, férias individuais não funcionam. Quem viaja sozinho volta com pilhas de mensagens, se sente fora do fluxo e perde tempo se atualizando.
No Duolingo, a lógica é outra: se todo mundo para, ninguém fica para trás. Uma equipe mínima mantém o aplicativo funcionando, mas o trabalho regular simplesmente pausa.
“Você volta sem uma pilha para cavar”, disse o CEO.
Mais que descanso: reconexão
A medida também respeita a diversidade da equipe global. Parte dos funcionários vive longe da família e precisa de tempo real para atravessar oceanos e desacelerar de verdade.
Ao oferecer tempo de sobra para viagens longas, a empresa garante que todos possam se reconectar com o que importa — sem que o trabalho esteja apenas em modo silencioso no bolso.
Custo ou investimento?
Pagar salário durante duas semanas sem produção parece ousado — especialmente para uma empresa listada na bolsa.
Mas, segundo von Ahn, os ganhos em qualidade de vida, reflexão e motivação justificam a decisão.
“Construir uma empresa que dure significa proteger o que importa”, escreveu ele.
No final, o app continua ensinando idiomas — já que a coruja não sai de férias.
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