Na Neon, programa de ações para os funcionários ajuda a diminuir a rotatividade
Atualmente 200 dos 1.600 funcionários também são sócios da startup e, nas áreas com maior concentração de "donos" de um pedaço da empresa, indicadores de engajamento são mais altos
Luciana Lima
Publicado em 14 de junho de 2022 às 09h00.
Última atualização em 14 de junho de 2022 às 23h02.
Não é de hoje que as empresas, principalmente as de tecnologia, perceberam que "repartir o bolo" com os funcionários por meio de programas que oferecem ações das companhias é uma arma poderosa em tempos de guerra por talentos.
As chamadas stock options são programas que permitem aos funcionários de empresas que ainda não abriram capital na bolsa adquirirem opções de ações da companhia por um preço-fixado, na maior parte das vezes inferior ao praticado no mercado.
Desde 2019, a fintech Neon é uma das empresas que oferece a opção e, hoje, 200 dos 1.600 funcionários são sócios da startup.
"O Pedro Conrade, nosso fundador, acredita muito nesse modelo. E, nada melhor do que estimular o senso de dono fazendo as pessoas, de fato, terem a chance de crescer junto com o negócio", diz Adriana Ueno, sócia e diretora de Remuneração e Bem-Estar, People Analytics e Operações na Neon.
Os sócios recebem a opção de compra de ações a um preço fixo ao longo de quatro anos. Porém, um dos diferenciais do programa é que a Neon permite que os funcionários vendam 5% do total de ações quando acontecem novas rodadas de investimento.
"Isso aumenta a liquidez dos funcionários e dá um sabor para eles do potencial retorno. Quando olhamos para o mercado, competimos com outras práticas, como bônus e ações propriamente ditas, então, foi uma forma de trazer um diferencial para o programa e nos auxiliar nessa concorrência", diz Adriana.
Sócios são mais engajados
A nomeação de novos sócios acontece semestralmente, como parte das iniciativas de reconhecimento após a avaliação de desempenho do time e vale para os empregados de todos os níveis hierárquicos. Tanto é que, segundo a Neon, 49,4% dos participantes do programa são analistas e especialistas, ou seja, não possuem cargos de liderança.
"Os únicos critérios de escolha são ser um embaixador da cultura da Neon, estar há, pelo menos, 12 meses no cargo e ter passado por duas avaliações de desempenho", diz Adriana.
De acordo com a executiva, durante o processo de avaliação de desempenho é preparado um relatório de defesa com os motivos pelos quais o profissional em questão merece ser indicado para o programa de sócios.
"O material avalia questões como comportamentos que o profissional apresentou no dia a dia e que exemplificam a cultura da Neon. Depois, isso é avaliado por uma banca composta por executivos seniores", diz Adriana.
A startup, porém, tem um limite para a inclusão de novos sócios, que deve respeitar entre 10% a 13% do quadro de empregados no total.
Um dos objetivos das companhias com os programas de stock options é reter e atrair profissionais. E, na Neon, o programa tem apresentado resultados pelo menos em relação à retenção, algo especialmente importante em tempos de Grande Demissão.
Segundo Adriana, após análises internas, percebeu-se que nas áreas com maior concentração de sócios a rotatividade também é três vez menos que a média geral da empresa. Fora isso, esses funcionários também são mais propensos a indicar a Neon como um bom lugar para trabalhar.
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