(Photographer is my life./Getty Images)
Da Redação
Publicado em 26 de junho de 2019 às 06h00.
Última atualização em 26 de junho de 2019 às 06h00.
A expansão econômica dos Estados Unidos, prestes a se tornar a mais longa de todos os tempos, levou a uma falta de mão de obra. Mas, com o aumento dos salários em alguns segmentos e a taxa de desemprego perto do menor nível em cinco décadas, as diferenças na forma como as pessoas trabalham e aproveitam o tempo livre refletem uma desigualdade persistente no país.
As mulheres ainda ganham menos que os homens e passam mais tempo nas tarefas domésticas. E a participação no mercado de trabalho não é igualitária: os que ganham mais também têm mais tempo para atividades de desenvolvimento pessoal, como a leitura, melhorando as habilidades que os ajudam a avançar ainda mais em suas carreiras.
Essas são algumas conclusões da pesquisa anual sobre o uso do tempo realizada pelo Departamento do Trabalho dos EUA, que monitora o que a população faz nas horas de trabalho e lazer com implicações para a produtividade, salários e economia em geral. O relatório foi divulgado em 19 de junho.
Um motivo usado para explicar as diferenças salariais entre homens e mulheres é que as mulheres tendem a assumir mais tarefas domésticas e de cuidar dos filhos do que os homens. Os dados mais recentes mostram que essa tendência continua aumentando. O tempo que as mulheres dedicam por dia às tarefas domésticas é três vezes maior do que os homens, cerca de uma hora e meia. Os homens aumentaram o tempo dedicado às tarefas domésticas na última década e preparam cada vez mais refeições, lavando a louça depois, mas as mulheres também, pois gastam o dobro do tempo nessas tarefas.
As mulheres trabalham mais horas, apesar da carga mais pesada em casa. Ainda trabalham menos horas por dia do que os homens, em média, embora essa diferença tenha diminuído. É uma tendência observada em outros segmentos do mercado de trabalho, com o aumento da participação de mulheres trabalhadoras em idade ativa nos últimos quatro anos da expansão econômica dos EUA. Como as empresas atualmente enfrentam dificuldade em encontrar mão de obra qualificada, algumas oferecem mais flexibilidade para atrair pais que também cuidam dos filhos.
O dinheiro pode não comprar felicidade, mas certamente parece comprar tempo para ter uma vida saudável. Americanos no grupo com maiores salários gastam cerca de 30 minutos por dia se exercitando ou praticando esportes e 20 minutos lendo, quase o dobro dos assalariados que estão no piso, em ambos os casos. Em contrapartida, aqueles do grupo de renda mais baixa passam mais tempo vendo TV - 2,2 horas por dia em comparação com pouco menos de duas horas dos trabalhadores com renda mais alta - em videogames ou no computador. No entanto, há ressalvas: algumas pessoas na categoria de salários mais baixos podem incluir estudantes ou jovens que ainda moram com a família.
Há também diferenças nas atividades de lazer entre os gêneros: homens indicam que têm mais tempo para simplesmente relaxar.