A tendência é o bônus pesar mais na remuneração
Empresas devem aumentar a participação do bônus na remuneração total. A tendência, diz professor da FGV, é que empregadores adotem o pagamento por desempenho para todos os níveis
Da Redação
Publicado em 4 de abril de 2013 às 20h12.
São Paulo - As empresas brasileiras têm investido cada vez mais na remuneração variável para premiar seus melhores funcionários. De acordo com a pesquisa trimestral Panorama Global dos Negócios, conduzida pela Fundação Getulio Vargas de São Paulo (FGV-SP) e pela universidade americana Duke, 77% das empresas brasileiras planejavam pagar bônus aos empregados no fim de 2012.
Desse montante, 30% das companhias afirmaram que os prêmios serão maiores do que os do ano anterior, apesar do crescimento de apenas 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. A explicação é que, com a falta de gente qualificada, a remuneração variável se tornou uma das principais estratégias para conquistar um novo empregado e mantê-lo na companhia.
André Veneziani, de 29 anos, gerente de estratégia da Zurich Seguros, ingressou na empresa em 2010 como trainee e, no fim de 2012, recebeu o segundo bônus da seguradora. “Esse é o principal incentivo para alcançar os resultados”, diz André. No Brasil desde 1982, a seguradora suíça tem um projeto de bonificação para todos os 1 000 funcionários.
Para cargos estratégicos, há outros tipos de compensação, como ações da companhia. “Esse tipo de bonificação é essencial para atrair novos profissionais”, diz Moises Correia da Silva, diretor de RH da Zurich. Segundo Gledson de Carvalho, professor de finanças da FGV-SP e codiretor da pesquisa Panorama Global dos Negócios, a remuneração variável está ligada à profissionalização das empresas, inclusive das familiares.
“Com a internacionalização da economia, a profissionalização passou a ser maior no mercado nacional e as companhias precisaram criar mecanismos para incentivar seus funcionários diante da maior concorrência”, diz. Ao bonificar seus empregados, as empresas têm uma forma de engajá-los. “Para os próximos anos, a tendência é aumentar a participação do variável na remuneração total das pessoas de todos os níveis hierárquicos”, afirma Gledson.
A nova lei do bônus
No setor financeiro, o pagamento de bônus é uma prática de mercado. Mas, em razão da crise de 2008, o segmento passou a ser mais regulamentado pelo governo americano, sob o argumento de que a remuneração variável praticada de maneira irresponsável foi uma das causas para a formação da bolha imobiliária.
No Brasil, o Banco Central regulamentou a política de remuneração das instituições financeiras para diretores estatutários. O pagamento do bônus em 2013, em relação a 2012, cumpre as novas regras. A resolução define que no mínimo 40% do bônus deve ser diferido para pagamento futuro. E o tempo do diferimento é de, no mínimo, três anos.
Os pagamentos devem ser escalonados em parcelas proporcionais. No mínimo 50% da remuneração variável deve ser paga em ações ou instrumentos baseados em ações. Caso ocorra resultado negativo, as parcelas diferidas não pagas devem ser revertidas proporcionalmente à redução do resultado.
São Paulo - As empresas brasileiras têm investido cada vez mais na remuneração variável para premiar seus melhores funcionários. De acordo com a pesquisa trimestral Panorama Global dos Negócios, conduzida pela Fundação Getulio Vargas de São Paulo (FGV-SP) e pela universidade americana Duke, 77% das empresas brasileiras planejavam pagar bônus aos empregados no fim de 2012.
Desse montante, 30% das companhias afirmaram que os prêmios serão maiores do que os do ano anterior, apesar do crescimento de apenas 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. A explicação é que, com a falta de gente qualificada, a remuneração variável se tornou uma das principais estratégias para conquistar um novo empregado e mantê-lo na companhia.
André Veneziani, de 29 anos, gerente de estratégia da Zurich Seguros, ingressou na empresa em 2010 como trainee e, no fim de 2012, recebeu o segundo bônus da seguradora. “Esse é o principal incentivo para alcançar os resultados”, diz André. No Brasil desde 1982, a seguradora suíça tem um projeto de bonificação para todos os 1 000 funcionários.
Para cargos estratégicos, há outros tipos de compensação, como ações da companhia. “Esse tipo de bonificação é essencial para atrair novos profissionais”, diz Moises Correia da Silva, diretor de RH da Zurich. Segundo Gledson de Carvalho, professor de finanças da FGV-SP e codiretor da pesquisa Panorama Global dos Negócios, a remuneração variável está ligada à profissionalização das empresas, inclusive das familiares.
“Com a internacionalização da economia, a profissionalização passou a ser maior no mercado nacional e as companhias precisaram criar mecanismos para incentivar seus funcionários diante da maior concorrência”, diz. Ao bonificar seus empregados, as empresas têm uma forma de engajá-los. “Para os próximos anos, a tendência é aumentar a participação do variável na remuneração total das pessoas de todos os níveis hierárquicos”, afirma Gledson.
A nova lei do bônus
No setor financeiro, o pagamento de bônus é uma prática de mercado. Mas, em razão da crise de 2008, o segmento passou a ser mais regulamentado pelo governo americano, sob o argumento de que a remuneração variável praticada de maneira irresponsável foi uma das causas para a formação da bolha imobiliária.
No Brasil, o Banco Central regulamentou a política de remuneração das instituições financeiras para diretores estatutários. O pagamento do bônus em 2013, em relação a 2012, cumpre as novas regras. A resolução define que no mínimo 40% do bônus deve ser diferido para pagamento futuro. E o tempo do diferimento é de, no mínimo, três anos.
Os pagamentos devem ser escalonados em parcelas proporcionais. No mínimo 50% da remuneração variável deve ser paga em ações ou instrumentos baseados em ações. Caso ocorra resultado negativo, as parcelas diferidas não pagas devem ser revertidas proporcionalmente à redução do resultado.