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Horário flexível pode atrapalhar qualidade de vida

Levantamento da Ibmec/RJ revela que 70% dos entrevistados têm problemas para gerir carreira e família; metade dos participantes da pesquisa disse ter horário flexível

Não ter hora para chegar no escritório não é sinônimo de mais qualidade de vida (StockXchng/Rajesh Sundaram)

Camila Pati

Publicado em 23 de outubro de 2012 às 09h05.

São Paulo – Não ter hora certa para chegar ao escritório pode ser o sonho de muitos profissionais, mas não resolve o conflito entre vida pessoal e carreira . Esta é uma das conclusões de um estudo feito por pesquisadores da Ibmec/RJ com 296 empregados de empresas públicas e privadas.

Muitas vezes, a flexibilidade de horário pode se transformar em grande vilã no que diz respeito à qualidade de vida . “O horário flexível tem dois lados: pode resultar em mais tempo em casa com a família ou pode também fazer com o que o profissional acabe trabalhando mais”, diz a professora Lucia Oliveira, do Mestrado em Administração de Empresas da Ibmec/RJ.

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Isso ocorre quando o gestor estabelece um horário flexível para o profissional e muitas vezes ele também se sente à vontade para procurá-lo a qualquer hora do dia ou da noite. As novas tecnologias, como os smartphones, colaboram para que as pessoas estejam conectadas ao trabalho 24 horas por dia.

Segundo o estudo da Ibmec/RJ, 70% dos entrevistados vivenciam algum tipo de conflito entre a vida profissional e pessoal, e metade dos entrevistados considera seu horário de expediente flexível.

Conflitos iguais

Foi-se aquele tempo em que a as mulheres viviam mais intensamente o problema de gerenciar trabalho e família. De acordo com o levantamento, não há diferença no nível de conflito levando-se em consideração o gênero.  “A gente pensava que as mulheres sofriam mais do que os homens, mas o que faz diferença é o fato de ter ou não filhos”, diz Lucia.

Os dados indicam, diz a professora, que os homens também querem participar da vida dos filhos e quando não conseguem sofrem assim como as mulheres. “Aquele perfil de homem que só pensa na carreira e não está nem aí para os filhos está sumindo”, diz a professora.

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