Carreira

Déficit de profissionais de TI chega a 92 mil

Faltam profissionais nos cargos de analistas e projetistas, desenvolvedores e programadores, além de diretores e até estagiários

Segundo estudo, faltam quase 92 mil profissionais de TI no Brasil (Jakub Krechowicz/SXC)

Segundo estudo, faltam quase 92 mil profissionais de TI no Brasil (Jakub Krechowicz/SXC)

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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2011 às 14h20.

São Paulo - Um estudo da Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) projeta para este ano um déficit de quase 92 mil profissionais de TI.

Segundo levantamento da entidade, as empresas de tecnologia têm a perspectiva de contratar 34 mil profissionais de tecnologia em 2011. Dessas posições a serem preenchidas, 70,2% ocorrerão na região sudeste, 18,5% no centro-oeste, 8,98% na região sul, 2,18% no nordeste e 0,12% na região norte do país.

Para a entidade, esse volume de contratações demonstra uma significativa carência de mão-de-obra no setor de TI brasileiro. “O país precisa enfrentar o desafio de formar profissionais capacitados, com conhecimento da língua inglesa, para, então, incorporar cerca de 750 mil novos profissionais ao mercado, de forma a alcançar a meta de aumentar em 50% o peso relativo do setor de Tecnologia da Informação no PIB até 2020, avalia a Brasscom.

Enquanto entre 2003 e 2005 havia mais especialistas em tecnologia do que oportunidades nas companhias brasileiras, a partir de 2006 o segmento passou a conviver com a escassez de pessoal. Nesse ano, as empresas acumulavam mais de 10 mil vagas não preenchidas, número que mais do que dobrou em 2007 (22,7 mil postos em aberto).

Em 2010, chegou a preocupantes 71,4 mil, já com a previsão de que em 2011 seja ainda maior, conforme a estimativa da Brasscom (veja na próxima página por que as vagas de TI não são preenchidas). Mantendo-se o cenário atual, a associação acredita que o déficit de trabalhadores do segmento poderá chegar a 200 mil em 2013.

De acordo com a entidade, o “apagão de TI” envolve os seguintes cargos: analistas/ projetistas, desenvolvedores/programadores/implementadores, coordenadores/gerentes/diretores e consultores, além de estagiários da área.

Os dados da pesquisa são provenientes de entrevistas feitas pela associação com os seus associados, com base em projeções do Observatório Softex, em dezembro de 2010.

Oportunidade de emprego é o que não falta em empresas de TI. No entanto, essa fartura de posições, que poderia ser positiva para os profissionais da área, na verdade é resultado de uma grande grande crise do setor no país.

Os profissionais culpam os baixos salários oferecidos pelas companhias. Consideram os valores muito baixos e incompatíveis com as muitas exigências feitas pelas companhias em termos de qualificação.

Os empregadores, por sua vez, negam que remunerem mal seus colaboradores de TI. Alegam oferecer valores compatíveis com o mercado. Atribuem a dificuldade em contratar profissionais a uma valorização excessiva da área. Falam em "inflação de salários". De quebra, reclamam da falta de qualificação dos candiatos.
 

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