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De dentro ou de fora?

Pouco importa se um profissional foi recrutado no mercado ou se cresceu dentro da empresa­. O que interessa é sua disposição para manter acesa a chama da evolução permanente

Profissionais executivos conversando (Creative Commons/Flickr)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2014 às 11h53.

São Paulo - Quando uma empresa procura um executivo , tem duas opções: encontrar alguém dentro da própria empresa ou trazer uma pessoa “do mercado ”, como se costuma dizer. No jargão anglófono, as alternativas são colocar na cadeira um insider ou um outsider. Há vantagens e desvantagens nas duas opções.

Alguém da casa conhece o negócio, a realidade e a cultura da empresa , e sua escolha tem a virtude de valorizar a “prata da casa”, o que tem bom efeito sobre o moral da equipe. Por outro lado, contratar alguém de fora significa trazer “sangue novo”, o que colabora com a renovação, a desconstrução criativa, mexe nas zonas de conforto, o que é sempre bom.

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Mas há uma terceira opção. O professor de Harvard Joseph Bower cunhou a expressão “outsider interno” e concluiu que os melhores profissionais são seres desse tipo. A denominação encerra um conceito aparentemente contraditório, afinal, outsider tem o significado de forasteiro, alguém de fora do ambiente considerado. Sendo assim, como pode ser “interno”?

É exatamente nessa contradição que reside a beleza da ideia. Um outsider interno é aquele indivíduo que fez carreira na empresa, mas conserva a capacidade de olhar para ela como se a estivesse vendo de fora. A conclusão é que ele conserva o espírito crítico não contaminado pelas paixões internas, que costumam comprometer a análise fria dos fatos e, não menos importante, não se acomoda ao fluxo natural dos acontecimentos. Ele questiona permanentemente o status quo.

Essa visão do professor, que praticamente criou um neologismo, na verdade nos lembra da maior virtude de um bom líder, que é a visão clara dos fatos. Na verdade, não importa se ele foi criado na casa, se veio de fora ou se acaba de sair de um MBA.

O que importa é que ele conheça bem a realidade interna e que mantenha, ao mesmo tempo, uma visão lúcida dos acontecimentos externos, o que inclui, além do cliente e do fornecedor, o concorrente, as legislações, a evolução da tecnologia e os avanços da gestão.

Se assim for, pouco importarão sua origem e sua denominação. Tanto faz ser um outsider interno ou mesmo um insider externo. O que realmente interessa é a visão do profissional e sua disposição para manter acesa a chama da evolução permanente.

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