Como a MPD enfrentou o desafio de treinar mão-de-obra
Por meio de Parcerias, a MPD transformou pessoas sem qualificação em profissionais que deram conta de entregar suas obras nos prazos combinados
Da Redação
Publicado em 2 de abril de 2015 às 10h37.
São Paulo - A luz amarela acendeu em 2008. Quando começou a erguer as primeiras colunas do Shopping Taboão da Serra, na Grande São Paulo, a MPD Engenharia, construtora e incorporadora paulista fundada em 1982, percebeu que não tinha gente suficiente no canteiro para dar conta da obra.
E não se tratava dos engenheiros, que na época lideravam o ranking da escassez de mão de obra no país. Faltava ali uma força de trabalho fundamental na empreitada: os carpinteiros. “Um dos princípios que mais prezamos é a entrega da obra no prazo”, afirma a diretora de recursos humanos da construtora, Lúcia Helena Meili. “Então, se não havia mão de obra qualificada no mercado, assumimos como nosso dever desenvolver esse pessoal.”
Para solucionar o problema, a construtora buscou ajuda do Senai, que ofereceu um curso de formação profissional de três meses. A partir daí, a MPD transformou o refeitório do canteiro numa verdadeira sala de aula e treinou 20 pessoas, contratadas sem nenhuma experiência. “Depois de treinadas, essas pessoas foram mantidas e continuaram sua qualificação com nossos mestres de obras, indo trabalhar em outros empreendimentos da MPD.”
A solução, no entanto, teve um retorno de curto prazo. No ano seguinte, o mesmo problema de escassez de mão de obra treinada voltou a ameaçar os projetos.
A solução
Depois de superar o problema para concluir o projeto do Shopping Taboão da Serra, a MPD constatou, em 2009, durante a construção de um condomínio residencial em Barueri, que faltariam pedreiros e armadores.
O bom é que a empresa já conhecia o melhor caminho para conseguir fechar o quadro de pessoal. “Sabíamos que, em três meses, poderíamos formar o pessoal que precisávamos”, diz a executiva. A primeira ação da construtora foi buscar a prefeitura para propor — e firmar — uma parceria.
Enquanto a prefeitura de Barueri cadastrava pessoas sem qualificação fora do mercado de trabalho e arcava com os custos do instrutor do Senai, a empresa construía salas para aulas teóricas e um galpão para as lições práticas, com os equipamentos e o material para cada função.
No período necessário, foram formadas mais de 120 pessoas em cursos de armador, pedreiro, carpinteiro, eletricista e mestre de obras. “Às vezes, o participante nem concluía o curso e a concorrência já vinha contratá-lo”, diz a diretora de RH. “Importante destacar ainda que não formamos apenas homens mas também mulheres nas atividades de pedreiro e carpinteiro.”
Dos 120 formados, 40 foram contratados para atuar na obra da MPD Engenharia, que voltou a replicar o mesmo modelo em 2011, na construção de um hospital em Porto Alegre. “Nessa ocasião, formamos 60 pessoas numa parceria com o Sinduscon, o Sindicato da Indústria
da Construção Civil”, diz Lúcia Helena.
O resultado
O que começou com aulas teóricas e práticas nos próprios canteiros evoluiu para algo maior. Em 2013, a MPD abriu um centro de qualificação em Mogi das Cruzes, no interior de São Paulo, onde, além de cursos técnicos, oferece treinamentos em segurança e alfabetização de adultos. Hoje, 25 pessoas estão se alfabetizando no local, com aulas após o turno de trabalho, lanche e material escolar fornecidos pela empresa.
“É nossa forma de mostrar que queremos que o funcionário participe de outros cursos e esteja apto a promoções”, diz Lúcia Helena. Desde a inauguração do centro, a empresa já formou mais de 50 mestres de obras, visando preencher as vagas de liderança.
Em 2013, a construtora promoveu 13 empregados nessas vagas, incluindo encarregados que subiram à posição de mestre de obras e de pedreiro, que passaram a responder como líderes de obras. No ano passado, 21 funcionários assumiram cargos de liderança. A diretora de RH destaca ainda que todos os funcionários da MPD Engenharia fazem curso de atendimento ao cliente.
“Passamos aos funcionários a visão de quem vai receber seu apartamento, sua casa, seu sonho. Ou seja, é preciso entender que aquilo é muito mais do que uma obra”, diz. Antes dos cursos de atendimento, os índices de aprovação dos clientes na primeira vistoria oscilavam entre 40% e 70%. Em 2014, depois dos treinamentos, a empresa alcançou 95% de aprovação dos clientes no momento da entrega.
São Paulo - A luz amarela acendeu em 2008. Quando começou a erguer as primeiras colunas do Shopping Taboão da Serra, na Grande São Paulo, a MPD Engenharia, construtora e incorporadora paulista fundada em 1982, percebeu que não tinha gente suficiente no canteiro para dar conta da obra.
E não se tratava dos engenheiros, que na época lideravam o ranking da escassez de mão de obra no país. Faltava ali uma força de trabalho fundamental na empreitada: os carpinteiros. “Um dos princípios que mais prezamos é a entrega da obra no prazo”, afirma a diretora de recursos humanos da construtora, Lúcia Helena Meili. “Então, se não havia mão de obra qualificada no mercado, assumimos como nosso dever desenvolver esse pessoal.”
Para solucionar o problema, a construtora buscou ajuda do Senai, que ofereceu um curso de formação profissional de três meses. A partir daí, a MPD transformou o refeitório do canteiro numa verdadeira sala de aula e treinou 20 pessoas, contratadas sem nenhuma experiência. “Depois de treinadas, essas pessoas foram mantidas e continuaram sua qualificação com nossos mestres de obras, indo trabalhar em outros empreendimentos da MPD.”
A solução, no entanto, teve um retorno de curto prazo. No ano seguinte, o mesmo problema de escassez de mão de obra treinada voltou a ameaçar os projetos.
A solução
Depois de superar o problema para concluir o projeto do Shopping Taboão da Serra, a MPD constatou, em 2009, durante a construção de um condomínio residencial em Barueri, que faltariam pedreiros e armadores.
O bom é que a empresa já conhecia o melhor caminho para conseguir fechar o quadro de pessoal. “Sabíamos que, em três meses, poderíamos formar o pessoal que precisávamos”, diz a executiva. A primeira ação da construtora foi buscar a prefeitura para propor — e firmar — uma parceria.
Enquanto a prefeitura de Barueri cadastrava pessoas sem qualificação fora do mercado de trabalho e arcava com os custos do instrutor do Senai, a empresa construía salas para aulas teóricas e um galpão para as lições práticas, com os equipamentos e o material para cada função.
No período necessário, foram formadas mais de 120 pessoas em cursos de armador, pedreiro, carpinteiro, eletricista e mestre de obras. “Às vezes, o participante nem concluía o curso e a concorrência já vinha contratá-lo”, diz a diretora de RH. “Importante destacar ainda que não formamos apenas homens mas também mulheres nas atividades de pedreiro e carpinteiro.”
Dos 120 formados, 40 foram contratados para atuar na obra da MPD Engenharia, que voltou a replicar o mesmo modelo em 2011, na construção de um hospital em Porto Alegre. “Nessa ocasião, formamos 60 pessoas numa parceria com o Sinduscon, o Sindicato da Indústria
da Construção Civil”, diz Lúcia Helena.
O resultado
O que começou com aulas teóricas e práticas nos próprios canteiros evoluiu para algo maior. Em 2013, a MPD abriu um centro de qualificação em Mogi das Cruzes, no interior de São Paulo, onde, além de cursos técnicos, oferece treinamentos em segurança e alfabetização de adultos. Hoje, 25 pessoas estão se alfabetizando no local, com aulas após o turno de trabalho, lanche e material escolar fornecidos pela empresa.
“É nossa forma de mostrar que queremos que o funcionário participe de outros cursos e esteja apto a promoções”, diz Lúcia Helena. Desde a inauguração do centro, a empresa já formou mais de 50 mestres de obras, visando preencher as vagas de liderança.
Em 2013, a construtora promoveu 13 empregados nessas vagas, incluindo encarregados que subiram à posição de mestre de obras e de pedreiro, que passaram a responder como líderes de obras. No ano passado, 21 funcionários assumiram cargos de liderança. A diretora de RH destaca ainda que todos os funcionários da MPD Engenharia fazem curso de atendimento ao cliente.
“Passamos aos funcionários a visão de quem vai receber seu apartamento, sua casa, seu sonho. Ou seja, é preciso entender que aquilo é muito mais do que uma obra”, diz. Antes dos cursos de atendimento, os índices de aprovação dos clientes na primeira vistoria oscilavam entre 40% e 70%. Em 2014, depois dos treinamentos, a empresa alcançou 95% de aprovação dos clientes no momento da entrega.